25 de mar. de 2014

Blogterapia

Senta que lá vem o desabafo.

Eu ainda fazia pós graduação quando engradivei do bambino.

Já grávida em uma aula de gestão de carreira precisávamos escrever sobre nosso momento atual e futuro. Ao encontrar essa cartinha pra mim mesma vi que mesmo sem me lembrar do que tinha escrito aquelas diretrizes ainda me guiam.

Ali escrevi o quanto tinha consciência que a maternidade me mudaria, mas passado mais de 3 anos do bilhete hoje tenho certeza que eu não podia imaginar o quanto, e finalmente que optaria a continuar trabalhando.

Afinal para que eu trabalho? Trabalho por mim, pois esse crescimento e amadurecimento como profissional me torna uma pessoa feliz e isso reflete na Maira mãe. Claro que eu pensei inúmeras vezes em ser mãe em tempo integral e em como seria incrível poder participar ativamente do dia do meu filho. Mas me faltam habilidades. Eu não conseguiria entrete-lo o tempo todo e inevitavelmente ele acabaria na TV. Entende?! Eu também amo trabalhar.

Não amo menos por isso e não sou meia mãe por isso. Gianlucca tem o meu melhor. E amo dizer toda sexta feira: thanks God, today is friday.

Afinal onde quero chegar? No meu momento hoje.

Estou negociando uma promoção há 3 meses que ainda não saiu por puro capricho alheio. Estou em uma estrutura que além de ser enxuta, não tem a gestão que eu acredito mas que penso muitas vezes pra mudar pois quero meu segundinho.

Entende que ao mudar eu terei que esperar muito mais tempo? Mas pra que a pressa?!? Eu não sei. Juro que não sei.

Marido já me pediu 2 anos e eu concordei. No entanto estamos sem prevenção desde Agosto/13 e quero muito. Pra me incentivar ainda mais achei uma GO humanista.

Só que quando escuto algumas coisas tenho vontade de parar tudo e ligar para todos os RHs que conheço. Tá valendo a pena? Complexo.

Muito complexo.

20 de mar. de 2014

Day Off

As vezes eu queria um dia de folga. E não precisa ser 24 horas não. Seria suficiente 8 horas consecutivas.

Seriam 8 horas que eu colocaria os pés pra cima, assistiria todos os seriados que não vejo há 3 anos, nem  episódio sequer.

Sem ter que ouvir do chefe gringo diversas vezes em poucas horas um inicio de frase com "não entendi", sem ter que acordar as 5 da matina, sem ter marido me dizendo que bambino fica difícil e cheio de birras quando estou em casa, sem bambino me chamando milhares de vezes em poucos minutos ou sequer pensar no que preparar para o jantar.

Um dia inteiro de pernas pro ar. Só pra revigorar, sabe?!

Tenho que me sentir menos mãe, esposa e profissional por isso?! Não né?! Não, não mesmo.

Por uma maternidade sem culpa. Um dia eu chego lá!

18 de mar. de 2014

O dia surto - a retirada do DIU

Meu até então GO - amigo intimo das pessoas mais piradas - havia recomendado que eu retirasse o Mirena por algumas razões. Eu estava no meio do processo de emagrecer e tenho tendência genética ao diabetes (e na época estava pré diabética) e segundo ele o hormônio dos anticoncepcionais nada ajuda e finalmente disse a ele da minha vontade de voltar a procriar.
A recomendação veio em Outubro/12 e eu retirei somente em Agosto/13. Percebe-se que sou adepta da reflexão prolongada.

Aí que quando me dedici fomos fazer os exames. O bonito do Mirena estava atravessado, fora de posição. GO disse que talvez precisaríamos de anestesia pois eu nunca tinha tido parto normal, até daria pra tirar por vias normais, mas tive dó de mim e optei por me internar.
Lá vamos eu e marido para o São Luiz em uma quinta-feira de manhã. Estava sem comer desde a noite anterior por conta da anestesia. Com muita fome e já no centro cirúrgico com a roupa by vergonha alheia o GO chegou mas nada do anestesista. Nisso eu cada vez mais irritada com vontade de ir embora.
Chegou o bonito atrasado e me explicou que iria primeira me dar um sossega leão e depois aplicar a rack (assim que escreve?!). Eu super tranquila como se fosse fazer uma limpeza de pele, afinal eu já havia tomado a anestesia para o bambino nascer e não passei mal.
Detalhe que anestesia em mim demora pra "pegar". Quando eu acordei estava sentada na mesa e ele aplicando a anestesia na minha coluna comecei a sentir choques nos meus pés. Reclamei e apaguei. Acordei já no quarto com marido me olhando.

A previsão do GO era alta às 17hs. Eu me apeguei a isso fortemente e queria estar em casa antes de anoitecer (eu moro a 80km de SP).
Passado umas 3 horas eu tive vontade de ir ao banheiro, mas não consegui levantar. Apesar de sentir minhas pernas não conseguia suportar meu peso. Precisei de sonda para fazer xixi e não doeu. Estava ainda muito anestesiada.

Enfermeira me deu veredito. Se eu não conseguisse fazer xixi sozinha não me deixariam ir embora. Pense em alguém que surtou? 
Eu tremia muito (até o queixo sabe?!) e chorava. Falava para o Ro que queria ir embora, eu PRECISAVA ver o Gianlucca.
Ele estava muito bem cuidado com os meus pais. Liguei diversas vezes chorando pra minha mãe dizendo que eu não conseguia levantar e precisava ir ao banheiro sozinha para que eles me liberassem e ela tentando me acalmar.

As 23hs eu consegui ir ao banheiro e apesar de não sentir direito minha perna esquerda não falei pra ninguém. Somente para o marido mas quando eu já estava no carro. Fui de sapato de salto (baixo, mas tinha) e não sei como consegui caminhar.

Daquele dia eu dei o veredito pra mim mesma e para o marido. Meu próximo parto será em casa. Não vou me afastar do Gianlucca para ter meu segundo bebê. O conforto da minha casa é necessário!
Muito antes de retirar o DIU ou de pensar na segunda gestação eu pesquisa muito sobre parto domiciliar. Fomos (eu, marido e Gianlucca) a uma palestra com uma parteira sobre isso. E estou em busca de um médico que aceite esse desafio comigo.

Eu não sei como eu consegui ficar 3 dias no hospital pro pequeno nascer. Não sei como pra mim a anestesia do parto e o parto cesáreo foi tão tranquilo. Talvez pela recompensa que estava no meu braço, mas não quero passar por isso novamente.

Talvez esse procedimento abriu feridas que nem eu sabia que existiam. Louco né?!
Estava passando por um momento de stress quando tudo isso ocorreu. Trabalho estava o verdadeiro suplicio, eu não estava bem de saúde, culpa materna level 1000, marido nem me aguentava de tanto stress. Acredito que isso somou.

Desse episódio saiu minha decisão. Ro concorda comigo mas acredito que ele ainda não se empoderou o suficiente. Teremos tempo, afinal ele me pediu mais 2 anos para ter o próximo. Assim além da poupança que teremos que fazer sobra tempo para se emporar.

Hugs

13 de mar. de 2014

Da saudade que eu sinto de você

Nada mudou. Eu continuo chegando em casa no mesmo horário. Você continua indo para escola e brincando muito.

Mas a saudade que tenho sentido se você muitas vezes dói.

Meu bambino ainda não consegue ler e apesar de dizer a ele que eu tenho saudade eu não sei se ele ainda tem essa compreensão.

Fato que ele tem preferido ficar mais na minha mãe do que na nossa casa. Alguns fatores: meu pai que como um bom avô faz bem as vontades dele, é uma delícia casa de vó e finalmente o bendito do Discovery Kids.

Eu tenho uma rotina longa e quando chego em casa a noite ele fica eufórico, reflexo de "mãe ausente" muitos dizem.

Apesar de não me considerar ausente eu não duvido que ele sente minha falta e não me incomoda o fato dele extrapolar quando estou em casa. Eu administro bem.

O que não consigo to manage well é ele preferir não ficar comigo. Sei que não é porque ele não me ama, mas meu grudinho não tem sido tão grudinho.

Amo quando ele deita na minha cama e pede colo. Deita em cima de mim e fica escutando meu coração. Amo quando ele fala que o Gianlucca é da mamãe, amo quando ele diz que estou linda.

Meus momentos com meu filho são preciosos e como gostaria de ter mais momentos com ele.

Apesar de optar por continuar no mundo corporativo eu decidi por exercer a maternagem. Mas muitas vezes fico frustada pois queria ser mais presente. No entanto eu procuro manter sempre alta a qualidade do tempo que dedico a ele.

Hoje é um dia dessa frustração. E tento ficar arrumando alternativas pra estar mais presente. O caminho pra isso só Deus sabe, mas creio que na hora certa tudo vai se ajeitar.

Oremos!!