20 de mai. de 2015

Sobre Imprinting

Já tinha bastante tempo que queria escrever sobre imprinting, até porque ele é abordado dentro da teoria do attachment parent (criação com apego). Mas me faltava um pouco de oportunidade, de reconhecimento de "dor" vivida e depois que engravidei tem é me faltado ânimo, mas depois volto a falar sobre isso.

Depois de um post desabafo e totalmente desconexo, vamos lá pagar a minha divida comigo mesma.

Ressalto que não sou especialista em coisa nenhuma, escrevo daquilo que li, absorvi, entendi e procuro viver. Não como verdade absoluta, pois como uma pessoa de Humanas que sou sei que eventos são incomparáveis já que sempre partimos de contextos diferentes, invariavelmente.

Imprinting foi analisado pela neurociência, é aquele momento de "registro", reconhecimento, olhar, cheiro e entrega logo após o nascimento. Já viu foto de parto (geralmente humanizado nesse caso) onde o bebê que acabou de nascer está de olho super aberto e olhando nos olhos e fixamente para a mãe? Isso é imprinting.

Esse é o inicio do vínculo. Não que o bebê e a mãe que não tenham esse momento não tenham vinculo, sim terão! Mas o que acontece nesse momento é tão importante, que é muito bacana não deixar passar. É ali que há reconhecimento mútuo, que bebê vai reconhecer a mãe pelo cheiro imediatamente, que a mãe vai gravar na memória todos os detalhes do bebê, que o cérebro da mulher vai entender que está feito, a cria está aí!! É uma segunda explosão da ocitocina (hormônio do amor), a primeira é durante o trabalho de parto, com o útero trabalhando (ocitocina natural).

O que me fez escrever sobre isso agora (faz tempinho na verdade) foi o fato de uma maternidade grande e famosa de São Paulo ter trocado dois bebês. O "erro" foi descoberto em tempo, e as familias levaram pra casa seus respectivos bebês. O que me chamou a atenção é que os pais apesar do desconforto ao ver aquele bebê, só realmente tiveram convicção (segundo a reportagem que eu li) de que não se tratava de sua filha, quando tiraram a fralda do bebê e viram que era um menino.

Aí que eu fiquei incomodada com essa historia, porque afinal não se reconheceria que não era a filha assim que batesse o olho nela?

Sabe meu maior medo (depois do medo do Gianlucca nascer e não conseguir respirar sozinho) era que trocassem meu filho na maternidade. Sempre falava para Rodrigo não desgrudar do Gianlucca nem por um segundo, até que eu enfim estivesse no quarto.

Sabe quanta tempo eu fiquei com Gianlucca logo que ele nasceu? Nem 3 minutos. Assim que saiu da barriga me mostraram ele por 30 segundos e foram levar para aspirar (judiacao!! Ohh arrependimento de ter deixado passar por essa violência). Depois que fizeram os trâmites todos lá me trouxeram ele e colocaram no peito, ele nem aí!! Então levaram meu bambino para berçário para tomar banho e Rodrigo foi junto.

Sabe quanto tempo depois que fui para o quarto e enfim pude ver e carregar meu bambino? Quase 7 horas! Sim, SETE horas. É claro que foi dado formula pra ele, que neném fica 7 horas sem leite, ainda mais depois de nascer.

Kede imprinting?!?!? Não teve não!! E meu incomodo dessa noticia está explicado aí, na minha própria historia.

O que sei hoje é que no meu segundinho farei o possível para que isso não aconteça. Teremos nosso merecido imprinting.

Quanto ao vínculo com bambino, ele foi devidamente estabelecido. Tanto que hoje aos 4 anos  ele ainda me diz que precisa de mim pertinho pra dormir, pra brincar, pra comer.

Quanto as gravidinhas que passarão por cesárea, por opção ou por necessidade, eu digo que lutem por ter ser bebê com você, no seu colo (deitadinho no seu peito mesmo) até que o procedimento termine e enquanto você está na recuperação. Vale a pena o stress contra os "protocolos".

Bjs em vocês e nas barrigas.




15 comentários:

  1. Esse primeiro momento deve ser crucial mesmo! Olho no olho, pela primeira vez, depois de meses de espera.
    Não compreendo porque separam o bebê da mãe depois do nascimento. Deveria ser proibida essa prática.
    Mas com fé em Deus com o segundinho vai ser diferente!
    Beijosss

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    1. Oi PVzinha

      É uma lástima mesmo, eles são muito engessados. Muitas maternidades tem abolido os berçários, que continue assim.!!
      Vai ser sim, tenho fé que teremos um início de vida diferente. Bjs

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  2. Espero sinceramente que vc e seu segundinho (a) possam viver esse momento de reconhecimento e de entrega logo após o nascimento dele(a) e que esse momento seja ainda melhor do imaginas e sonhas!!!! Beijos!!!!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Oi Lyanna

      Teremos, com fé em Deus! Hoje estou mais disposta a brigar, mesmo que tenha que passar por outra cesárea.
      E vocês também terão.
      Bjs!!

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  3. Nossa..nao sabia nada sobre isso.
    E so com seu post é que entendi a cena de um filme que vi,rsrrsrs,que acontecia esse tal de imprinting.
    bjo

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    1. Oi Nise

      Pra mim é um mundo novo tudo isso hahaha.
      E vemos bastante os bebês olhando para as mães, deve ser uma delicia!

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  4. Maira, essa história de troca de bebês é bem complicada heim, vc viu tbm o caso que dos dois meninos e que agora, por fim a mãe cuida dos dois, por conta da outra não ter condições...
    Quando o bebê nasce, o hospital mal deixa a mãe olhar e já leva para todos os procedimentos, se não tiver o pai presente, ninguém vai acompanhar e de repente te trazem outro bebê, e ai? Dá pra saber que não é seu filho? Você teve ele na barriga pelos 9 meses, mas depois que nasceu vc mal pode identificar seu rostinho, seu cheirinho... e ai? Cadê o imprinting? Pena que hoje essa é a realidade de, sei lá 99% das maternidades...

    Bjos!
    Ly
    http://nossosdiasnossaespera.blogspot.com.br/

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    1. Oi Ly

      Esse caso dos dois meninos aconteceu na cidade ao lado que moro. É desesperador só de pensar.
      Sabe que o hospital que escolhemos não tem berçário. Segundinho ficará grudadinho em mim o tempo todo :-))

      Bjs

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  5. Aiii meu Deus que aflição!!! Eu quero um parto humanizado, mas aqui na minha cidade é bem difícil, então nesse caso de parto e do tratamento com o bebê no parto e pós parto ainda fico muito nervosa, vou ter que me empoderar muito e ser muito forte para que nem eu nem o baby sejamos vítimas de ações ruins...

    http://antesdopositivo.blogspot.com.br/

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    1. Nathy, hoje para ter humanizado mesmo só pagando uma equipe (que é bem cara) ou comprando muita briga.
      O que posso te dizer que não dá mesmo pra ficar sem é a doula. Se não tiver na sua cidade, procura uma nas cidades ao lado.
      A doula é a pessoa, que além de te ajudar a emporar, conhece ad melhores opções possíveis na região.
      Bjs

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  6. Nossa adorei o texto e também fiquei chocada com o fato da mãe não sentir nada de diferente, sou muito ligada aos olhares e cada pessoa tem um jeito de olhar... O hospital que terei meu baby é público (pelo sus) e os partos são humanizados, mas em ambiente hospitalar e sem doula, mas o parceiro pode ficar o tempo, eles deixam tomar banho quente, dão óleo para o acompanhante fazer massagem e também dão aquela bola. Espero que continue assim até dezembro kkkkk . Ah o parceiro pode ficar o tempo todo com a mãe e o bebê, inclusive a noite.
    Beijos
    decidisermamae.blogspot.com.br

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    1. Oi Mika

      Que bom que existe essa opção pra você!! Você vai fazer com plantonista ou seu médico vai te acompanhar lá? Pois se o seu médico acompanhar ele pode autorizar a entrada da doula, além do maridao.
      Nós aqui no Brasil precisamos de mais casas de parto, destinadas somente para isso. Facilitaria demais a vida!! Bjs

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    2. Vou fazer com o plantonista, mas nem sabia que o medico do pré natal podia fazer kkkk vou ver com ela. Deveria mesmo ter casas de parto. Beijos

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    3. As vezes eles acompanham, mas precisa pagar o honorário do medico por fora. O que dá pra fazer também é protocolar o pedido de acompanhamento da doula, quando você tiver com uns 7 meses. Bjs!!

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Por isso optei em moderar, apenas para não deixar nenhum sem resposta.