Eu amamentei Gianlucca até os 8 meses. Eu saí do hospital com a indicação de complemento e a indicação da concha plástica (a qual usei durante um mês todinho e me foi muito útil, apesar de ter relatos de infecção e não indicação de uso).
Não tivemos problema de pega, nem fissuras e nem nada. Claro que meu mamilo doía, pois sempre tive sensibilidade nas mamas. Mas algo suportável, não estava machucado.
Aí que segundinho foi encomendado e dentre os planos era amamentar exclusivamente até 6 meses e continuar até os dois anos pelo menos.
Veja bem, não sou contra complemento. Eu complementei o Gianlucca em diversas vezes. A questão aqui é escolha de amamentar exclusivamente, não de julgamento a quem complementa. Até porque cada um sabe do seu limite, do seu caminho e das suas escolhas.
Durante a gestação meu seio não cresceu absolutamente nada. Diferente da gestação do Gianlucca onde os primeiros que foram embora foram meus sutiens pois ficaram pequenos. Eu até tinha preocupação se teria leite.
Aí Giuseppe nasceu mamando. Muito!! E ele mama muito mesmo. Gianlucca nos primeiros 15 dias eu precisava acordar pra mamar. Giuseppe não. Eu preciso orar a Deus e pedir que ele durma um pouco, pra dar sossego para meu peito.
Eu saí do hospital com a mama direita machucada. Isso porque ele Mamou muito nela enquanto eu estava deitada. E machucou. Mas completamente suportável.
Saímos da maternidade na quinta a noite. No sábado a noite Gianlucca não aceitava que Rodrigo colocasse ele pra dormir, Giuseppe chorava querendo peito (que tinha saído não fazia nem 5 minutos) r Gianlucca começando com choradeira também. Ou seja, caos se instalando.
Fui até a gaveta e peguei a chupeta. Foram 30 minutos de chupeta até que Gianlucca dormisse. Foi a pior besteira de todos os meus 30 anos!! Eu nunca deveria ter feito isso!
Giuseppe perdeu a pega da mamada. Com 30 minutos de chupeta a pega se foi.
A noite do dia 14 para o dia 15 foi a pior de todas. No outro dia levantamos com o macacão dele branco todo trabalhado no sangue. Ele detonou os meus mamilos, principalmente o direito que já estava machucado.
Mesmo doendo continuei amamentando. Minhas mamas estavam abarrotadas de leite, enormes e duras (túrgidas como dizem). O sutien de amamentação apertando demais. E cada vez mais difícil de dar mamar.
Na terça, dia 17, tivemos consulta com a pediatra. Minha mama direita já estava bem vermelha. Médica disse que iria me indicar uma consultora de amamentação, pediu pra amamentar Giuseppe na posição sentado (cavalinho) pra ajudar no ajuste da pega.
Nesse dia a noite comecei a ter febre. E aí o negocio ficou feio. A febre vinha a cada 4 horas, o remédio não fazia efeito por muito tempo. Avisei o obstetra que estava tendo febre e ele me passou um outro remédio.
Desde essa noite passei a urrar de dor ao amamentar. Chorava como nunca chorei na vida. Mas dava o peito mesmo assim.
No dia 18, quarta, falei com a consultora de amamentação, e na quinta dia 19 fomos ver ela. Ajustamos a pega, me recomendou a tirar o sutien de amamentação pois estava empedrando leite nas costuras do sutien (recomendou o uso de um top) e não me deixou passar nada no seio (estava passando aquela pomada de lanolina) pois os dutos estavam entupidos. Diagnostico era rachadura de quarto grau ( a boa noticia foi que era o pior grau, não poderia piorar mais). Receitou antiinflamatório a cada 6 horas. Saí de lá com a perspectiva de estar melhor em uma semana.
A noite do dia 19 para 20 foi a pior que tive. Mama com mastite, empedrada, rachada e com os dutos entupidos (ele mamava pouco mesmo na mama direita, logo soltava e queria novamente e eu quase morria pra colocar novamente).
Não era nem 7 da manhã do dia 20 o Rodrigo ligou para a consultora. A febre batia em 40 graus e a cada 2 horas. Pediatra e obstetra já estavam muito preocupados. A consultora recomendou a ida até hospital para ver. Obstetra me ligou e pediu pra que eles olhassem a cesárea, se estava tudo bem (a febre poderia estar vindo daí).
Chegamos ao hospital (eu, Rodrigo e Giuseppe) e fomos para a maternidade (não foi o hospital onde ele nasceu). A consultora já havia ligado dizendo que iríamos e a enfermeira obstétrica me aguardava.
Coloquei a camisola do hospital, fui para o pré parto e me colocaram no soro com medicação. A enfermeira então veio e colocou uma compressa fria (estava fazendo quente em casa, ela disse que nesses casos é melhor fria). Já na compressa meu peito começou a pingar bastante.
Uns 30 minutos depois ela veio ordenhar a mama direita. A esquerda já estava mole, com produção regulada. A ordenha foi manual. E o leite jorrava, de tanto que ela apertava. Foi muito difícil, muito. Me dá angustia só de escrever.
Depois da ordenha tive febre só mais duas vezes e depois não mais. Mas em casa continuamos a amamentar e fazer ordenha nessa mama. Eu não conseguia, Rodrigo que fazia a ordenha manual.
Continuei chorando na hora da pega. Eu precisava de muita coragem pra colocar ele no meu peito naquele estado. Mas continuei firme amamentando.
No sábado, dia 21, já desesperada com a dor mandei mensagem pra pediatra perguntando se eu só ordenasse a mam direita por uns dias e desse na colher, se a minha produção seria prejudicada, se ele perderia o peito. Ela disse que não. E assim fiz por 2 dias. Suspendi a amamentação da mama direita, mas tirava e dava pra ele. E assim fiz até segunda dia 23. Continuei amamentando na esquerda normalmente, já estava suportável a dor.
No dia 23 tivemos consulta com a pediatra. Ele havia engordado somente 80 gramas naquela semana. Na hora que vi fiquei feliz, com tudo aquilo me acontecendo eu consegui amamentar e ainda engordar um pouco o pequeno! Mas a pediatra achou pouco, e isso me desanimou muito. A mama direita ainda estava um pouco empedrada e a pediatra disse que eu teria que ordenhar umas 10 vezes por dia, ou logo iria piorar novamente.
Acontece que eu levava pelo menos 1 hora pra tirar cerca de 50ml de leite. Ordenhar 10 vezes ao dia significaria então ficar 10 horas só nisso. Impossível.
Chegando em casa Rodrigo foi buscar Gianlucca na escola, e eu decidi que era hora de voltar ele para o peito direito e evitar que empedrasse novamente. Nossa, como foi difícil colocar ele no peito novamente! Fiz com a pega invertida e consegui (mas levei bem uns 20 minutos pra tal proeza).
No dia 24 tive retorno com a consultora e cheguei lá com vontade de chorar. Ela me perguntou o que eu via quando olhava para Giuseppe. Respondi que via ele bem, forte, vigoroso. Então ela me disse "peso na balança é o que menos importa agora, precisamos que você fique bem". Saí de lá muito melhor, o que é o acolhimento!!
Hoje, com 31 dias de nascimento, o saldo é:
- mama direita ainda ferida. A rachadura ainda está aqui e uma parte de cima da mama ainda está ferida. Sem empedramento, sem mastite.
- mama esquerda sem dor alguma. Só quando ele está com cólica e puxa hahah.
- já não choro mais pra amamentar, mas ainda tenho dor na direita. Mas não preciso de coragem para dar pra ele. Vou e coloco na boca e ponto.
- tomei 6 caixas de anti inflamatório.
- estou usando uma pomada cicatrizando na mama direita há 5 dias. Visualmente está melhor, apesar da dor.
- oro a Deus para chegar o dia que não sentirei nenhuma dorzinha.
- estamos aqui, sem complementar. E com 20 dias ele tinha engordado mais de 500 gramas.
- escrevendo tudo isso nem sei como consegui passar por tudo. Deus me fez forte.
- enquanto amamentava orava a Deus pedindo cura e ajuda. Afinal estava alimentando meu filho.
- não foi fácil, mas tem valido a pena.
Meu conselho pra quem vai amamentar:
- tome sol nas mamas, antes de nascer de preferência e após cada mamada. Ajuda demais!
- não saia do hospital sem a certeza que a pega está correta. Melhor ser chata lá do que machucar, é bem demorado pra sarar, já que o bebê vai ficar sugando.
- não dê chuepta, pelo amor de Deus e amor aos seus mamilos. Mamadeira então, nem sonhando!
- vai dar tudo certo. Confia em você e na capacidade que Deus te deu como mãe. Você consegue.
Bjs
12 de dez. de 2015
4 de dez. de 2015
E assim ele chegou - Relato do parto Giuseppe
Com mais de uma semana de atraso do prometido, consegui finalmente terminar :-))
Vou fazer um post único, então talvez esse pode se tornar o segundo maior post da história do blog. Veremos.
Minha DPP pela DUM era 09/11. Eu na verdade nunca esperei antes disso, até esperava por mais, assim ficaria mais fácil administrar, eu funciono melhor assim.
Por isso estava realmente tranquila. Não tive nem um dia que eu acordei pensando "será hoje??", apesar de continuar achando que os dias passavam devagar, mesmo estando afastada desde o dia 03/11 com 15 dias de atestado. Talvez a maior dificuldade foi trabalhar tanto, pra não ter tantos dias de licença usados sem bebê fora da barriga.
Estava passando em consulta toda sexta, e na semana anterior fui duas vezes na semana. O combinando seria que a partir da semana 40 ele iria me ver de 2 em 2 dias e iriamos deslocar a membrana a cada consulta.
Isso porque se eu precisasse da indução, por ter cesárea anterior, ela deveria ser feita com calma, um pouco por dia pra meu corpo entender que deveria trabalhar.
Dia 08/11 o médico estaria de plantão no hospital. Lá fomos nós deslocar a membrana, faria 40 semanas na segunda. Antes de deslocar ele viu o líquido e o Rodrigo viu o cabelo do bebê. A hemorroida estava sob controle.
Doeu bastante pra deslocar, não vou mentir. Saí de lá com 1 cm. Apesar disso sabia que poderia demorar dias. Não fui dormir ansiosa.
Dia 09/11. Finalmente as 40 semanas completas. Acordei muito indisposta. Com muita dor na pele da barriga, como sempre.
Era uma segunda feira e Rodrigo tinha consulta em São Paulo as 19:30hs. Ele cogitou cancelar, pedi pra ele ir. Estava esperando há 3 meses! Esse médico tem agenda super concorrida. O médico atrasou demais e foi atender Rodrigo quase 21hs.
Nesse dia também, por Rodrigo não estar em casa e minha mãe ter compromisso, Gianlucca não foi a escola, Rodrigo não me permitia dirigir mais por conta da barriga (apesar que eu conseguia viu) e não tinha ninguém pra pegar bambino. Foi difícil ter ele em casa, descansei muito pouco a tarde e eu precisava.
Por volta da 17hs acabou a energia e só pensei: droga, se eu entrar em TP vou precisar do chuveiro. Por volta das 20hs recebi a confirmação da empresa de energia que voltaria somente no outro dia. Eu e bambino comemos pão e somos dormir, sem banho nem nada, estava exausta pra esquentar agua no fogão.
No banheiro vi que saiu meu tampão. Já tinha saido antes, mas dessa vez foi mais. Avisei Rodrigo sobre o tampão e a energia. Pedi que ele me avisasse quando estivesse perto, pois tinha que abrir a porta pra ele. Quando foi 00:10 do dia 10/11 Rodrigo chegou em casa. Estávamos conversando no sofá. Senti uma dor bem chata no baixo ventre e senti um "ploc". Minha bolsa rompeu poucos minutos depois da chegada do papai.
Ok, sem desespero. Poderia ainda levar muito tempo para evoluir. Rodrigo foi chamar a minha mãe enquanto eu estava sentada no vaso sanitário escutando o liquido escorrer. Quando minha mãe chegou (somos vizinhas) falei: pronto, Giuseppe vai ser do dia 10 ou do dia 11. E ela prontamente me respondeu que imagina do dia 11, não demora tudo isso pra nascer! Avisei que poderia demorar sim. Eu nem sabia, mas já nascia aí um ponto de stress futuro, daqueles bem grandes.
Milagrosamente meu chuveiro funcionou! Completamente sem energia e meu chuveiro funcionando. Fui para o banho quente feliz e agradecida pelo cuidado de Deus comigo.
Mandei marido pra cama e deitei no sofá pra descansar. Iria dormir pois precisava de energia para o parto. Mas as 2 da manhã minhas contrações começaram. Queria tanto que elas demorassem um pouco mais, pra poder descansar! Vinham a cada 9 minutos (estava controlando no aplicativo) e eram muito diferentes do que eu imaginava.
Eu estava esperando dores que iriam sair da região da costa (lombar) e iriam imigrar para o pé da barriga. Era até uma preocupação que eu tinha, devido a minha lombalgia, mas não. Elas eram completamente concentradas no baixo ventre. Sentia uma pressão no útero grande.
As 5hs acordei marido e disse que seria melhor dar uma passada no hospital pra dar uma olhada. Arrumei minha mala (ainda não tinha feito hahahah), peguei a do bebê e fomos. Mas eu não queria internar cedo, saberia que iria voltar.
Chegando no hospital a enfermeira obstétrica foi me examinar. Líquido claro, sem mecônio, um dedo de dilatação e bebê bem. No momento do exame foi uma enxurrada de líquido. E que cheiro é aquele?!?!? Tipo água sanitária. Minha casa ficou com esse cheiro hahaha.
Me colocaram um lençol na calcinha e ligaram para o médico, que me ligou em seguida perguntando porque eu não tinha ligado. Eu disse que preferi deixar ele descansar pois poderia ser longo. Eu acho que estava profetizando isso, só pode.
Voltei pra casa e combinei de estar lá meio dia pra ele me avaliar. Assim poderia dar um beijo no Gianlucca, explicar pra ele que o irmão iria nascer, que a vovó iria cuidar dele enquanto eu ficasse no hospital. Em casa consegui cochilar um pouco, as contrações deram uma boa espaçada.
Gianlucca ficou feliz da vida. Seria pra ele uma aventura ficar com os avós.
Segui para o hospital um pouco apreensiva por deixar meu bambino. Nessa hora senti por não poder ter meu parto domiciliar.
Cheguei ao hospital e o médico me aguardava. Me avaliou e estava com 3 para 4 cm. Já tinha evoluído um pouco, graças a Deus. Médico disse então que poderia nascer na madrugada e Rodrigo achou que seria muito tempo. Eu nem me assustei.
Enquanto fui almoçar e fazer cardiotoco, RO foi fazer minha internação. Iriamos passar o trabalho de parto no quarto, não no pré parto. Isso para Rodrigo ficar comigo e termos mais conforto. Isso só foi possível porque o medico autorizou.
Esse dia era plantão do médico a noite. E isso foi a melhor coisa que poderia acontecer. Enquanto ele não chegava ficamos no quarto. Fui para o chuveiro com a bola do pilates, no fim da tarde bambino veio com a minha mãe me ver e já queria saber do Giuseppe.
Estava bem tranquila. Contrações vindo com intervalos de 4 e 5 minutos, mas elas estavam curtas. Cerca de 20 segundos. Enquanto o medico não vinha, íamos conversando por whatsapp.
Chegou as 19hs, e o medico chegou para iniciar o plantão. Fomos então fazer o toque para ver a evolução. Último toque tinha sido as 12hs. Eu estava esperando pra ver a evolução. E nada! Em 7 horas não evoluiu nada. Aí ele me disse que poderíamos ir pra ocitocina, pois minhas contrações estavam curtas e precisávamos delas com duração superior a 30 segundos para o colo dilatar.
Pedi mais uma hora pra ele. Me joguei na água novamente com a bola de pilates. Que angústia! Não queria ir pra ocitocina, queria um parto sem intervenções. Fui pulando na bola e digerindo a situação, orando. Chorei quando saí da bola e aceitei internamente. Se não tivesse evoluído, iria aceitar a ocitocina. Dito e feito e lá fomos nós para a bendita.
Combinamos que ele colocaria bem pouco, pra meu organismo "entender" que eu precisava de mais e então produzir. Foram 24ml em uma hora e o bicho pegou. Contrações foram diminuindo de intervalo e aumentando a intensidade. Cheguei a ter intervalo de 1m57s.
Eu aceitava cada contração, Rodrigo ao meu lado o tempo todo me lembrando de respirar, marcando as contrações no aplicativo, me dando água, fruta. Ah se não fosse o Rodrigo ali comigo! E eu precisava dele, cada vez mais ao meu lado, me apoiando, suportando tudo comigo.
E lá fui eu pra água novamente, dessa vez não queria a bola. Medico reduziu a ocitocina pra 12ml por hora. Mesmo assim a freqüência e duração não diminuíram. Depois de 20 minutos de chuveiro Rodrigo desliga o soro por orientação do medico. Mas o ritmo não diminui. Ótimo, meu corpo entendeu o recado. Continuamos administrando as contrações.
Lá por umas duas da manhã descubro que minha mãe está na recepção do hospital surtando. Sendo extremamente mal educada com Rodrigo no whatsapp, querendo falar com o médico e trocar de lugar com o Rodrigo como acompanhante.
Fiquei muito brava, pois meu combinado era ela ficar com Gianlucca.
Eu entendo o nervosismo da minha mãe, estava com bolsa rompida há muito tempo, ela nunca acreditou que eu pudesse parir naturalmente (me disse isso algumas vezes, pelo meu tamanho), tinha medo que Giuseppe passasse do tempo. Mas eu precisava de paz e apoio, só isso.
Lá vai Rodrigo e o médico descer pra falar com a minha mãe. Enquanto isso a enfermeira ficou comigo. Que situação!!
Eles voltam e vamos para o toque. Nada de evolução. Por incrível que pareça não desanimei. Giuseppe estava bem, vamos continuar.
Lá pelas 4 da manha Rodrigo desceu pra pegar umas frutas que minha mãe tinha ido comprar. Fiquei com o médico no quarto, meia luz, ele segurou minha mão. Eu disse que estava exausta, que meu limite, se já não tinha passado, estava bem próximo. Ele pediu pra fazermos mais um cardiotoco, e foi buscar.
No cardiotoco os batimentos do Giuseppe já demonstravam cansaço. Medico então pediu uma injeção de glicose e iríamos repetir cardiotoco.
Enquanto eu esperava uns 30 minutos pra fazer o cardiotoco outra vez, passei a me desesperar nas contrações. Algo que não tinha acontecido até então. Falei para Rodrigo chamar o médico, que se não tivesse evolução queria a cesárea.
Repetimos o cardiotoco, fiz o toque e nada! Mesma dilatação. Médico então disse que seria possível esperar mais umas 5 ou 7 horas, sem nos colocar em risco.
Se eu estivesse evoluindo, mesmo que lentamente, eu esperaria sim. Mas estava com a mesma dilatação desde meio dia, praticamente. Estava exaurida. Optei por fazer.
Enquanto a pediatra chegava (fechamos a equipe toda humanizada), a enfermeira fez a raspagem e lá descemos para o Centro Obstétrico. No caminho eu pensava "não acredito que vou passar por isso novamente, mas não nasce! Giuseppe não desce". Faltava ele descer e ajudar na dilatação.
Chegando no Centro Obstétrico Rodrigo foi trocar de roupa. Enquanto anestesista me preparava as contrações viam contudo. Eu pedi encarecidamente pra ele esperar passar pra me furar, vai que ele aplica bem no meio de uma né?!
Aí começou meu martírio. Foi aplicar a anestesia eu comecei a passar mal, como nunca passei na minha vida. Primeiro minha pressão caiu demais, comecei a tremer que não tinha domínio algum do meu corpo. Meus braços pulavam, meu queixo batia, me faltava o ar.
Eu só conseguia dizer que apesar da anestesia eu sentia tudo (diferente da anestesia do parto do Gianlucca que eu não sentia nada!). O anestesista ficou meio bravo, dizendo que eu estava com medo, mas não era. Eu sentia mesmo. Senti colocar a sonda, por exemplo.
A pediatra segurou a minha mão, pedia que eu respirasse. Enfim autorizaram a entrada do Rodrigo na sala e tudo o que eu conseguia dizer pra ele era "me ajuda, estou passando mal". O medico fazendo a cesárea e de olho em mim. Pediu pra colocar outro soro lá, que nem sei o que era. No outro dia ele confidenciou que estava realmente preocupado comigo nesse momento.
Rodrigo pediu pra respirar fundo. E tudo o que eu sentia era cheiro de carne queimada, devido o bisturi elétrico hahaha.
Logo médico começou a dizer que ainda tinha muito líquido, que Giuseppe estava com duas circulares de cordão. Pediatra disse que ele já tinha saído e pronto, me passaram ele por baixo do pano. Ficou ali comigo, mesmo com minha tremedeira insana. Veio para o meu peito e lá mesmo Mamou. Tomou a injeção de vitamina K ali comigo, no peito e nem reclamou. (Optamos por dar a injetável mesmo por ter maior absorção).
Depois de algum tempo Rodrigo levou ele pra ser medido e pesado. Quase que aplicam colírio nele!! Se não fosse o Rodrigo lá, teria sido aplicado (fiquei brava com isso). Não foi aspirado.
Eu fiquei lá terminando a cesárea e tremendo. Quando acabou fiquei no corredor com Rodrigo e Giuseppe em cima de mim. Disse para o Rodrigo que não sabia como iria cuidar dele já que não parava de tremer e tinha dificuldade pra respirar. E Giuseppe mamando.
Fomos então para o quarto, nada de sala de recuperação. Fiquei o tempo inteiro com Giuseppe e Rodrigo conosco o tempo todo!!
Tomei remédio para dor e dormi. Nem sei quanto tempo. Acordei melhor.
E assim chegou meu segundinho. Lindo, um bezerro que mama desde seu primeiro minuto de vida.
Chegou as 5:33 da manhã, pesando 3.275kgs com 49cm e apgar 9/10. Teve alta com 3.330kg, engordou de tanto que mama.
Tivemos alta no outro dia a noite e eu saí do hospital radiante. Feliz por ter conseguido persistir tanto. Feliz por ter sido minha decisão da cesárea. Feliz por ter sido respeitada. Feliz por ter meu marido ao meu lado o tempo todo. Com o sentimento que eu poderia sim ir além e eu fui.
Meu sentimento quando saí da maternidade com o Gianlucca era de que havia acabado, a gestação enfim chegará ao fim. O sentimento que predominou na minha segunda saída da maternidade era: pronto, agora começamos a viver. Nós 4, mais completos do que nunca.
E sim, só estamos começando.
Vou fazer um post único, então talvez esse pode se tornar o segundo maior post da história do blog. Veremos.
Minha DPP pela DUM era 09/11. Eu na verdade nunca esperei antes disso, até esperava por mais, assim ficaria mais fácil administrar, eu funciono melhor assim.
Por isso estava realmente tranquila. Não tive nem um dia que eu acordei pensando "será hoje??", apesar de continuar achando que os dias passavam devagar, mesmo estando afastada desde o dia 03/11 com 15 dias de atestado. Talvez a maior dificuldade foi trabalhar tanto, pra não ter tantos dias de licença usados sem bebê fora da barriga.
Estava passando em consulta toda sexta, e na semana anterior fui duas vezes na semana. O combinando seria que a partir da semana 40 ele iria me ver de 2 em 2 dias e iriamos deslocar a membrana a cada consulta.
Isso porque se eu precisasse da indução, por ter cesárea anterior, ela deveria ser feita com calma, um pouco por dia pra meu corpo entender que deveria trabalhar.
Dia 08/11 o médico estaria de plantão no hospital. Lá fomos nós deslocar a membrana, faria 40 semanas na segunda. Antes de deslocar ele viu o líquido e o Rodrigo viu o cabelo do bebê. A hemorroida estava sob controle.
Doeu bastante pra deslocar, não vou mentir. Saí de lá com 1 cm. Apesar disso sabia que poderia demorar dias. Não fui dormir ansiosa.
Dia 09/11. Finalmente as 40 semanas completas. Acordei muito indisposta. Com muita dor na pele da barriga, como sempre.
Era uma segunda feira e Rodrigo tinha consulta em São Paulo as 19:30hs. Ele cogitou cancelar, pedi pra ele ir. Estava esperando há 3 meses! Esse médico tem agenda super concorrida. O médico atrasou demais e foi atender Rodrigo quase 21hs.
Nesse dia também, por Rodrigo não estar em casa e minha mãe ter compromisso, Gianlucca não foi a escola, Rodrigo não me permitia dirigir mais por conta da barriga (apesar que eu conseguia viu) e não tinha ninguém pra pegar bambino. Foi difícil ter ele em casa, descansei muito pouco a tarde e eu precisava.
Por volta da 17hs acabou a energia e só pensei: droga, se eu entrar em TP vou precisar do chuveiro. Por volta das 20hs recebi a confirmação da empresa de energia que voltaria somente no outro dia. Eu e bambino comemos pão e somos dormir, sem banho nem nada, estava exausta pra esquentar agua no fogão.
No banheiro vi que saiu meu tampão. Já tinha saido antes, mas dessa vez foi mais. Avisei Rodrigo sobre o tampão e a energia. Pedi que ele me avisasse quando estivesse perto, pois tinha que abrir a porta pra ele. Quando foi 00:10 do dia 10/11 Rodrigo chegou em casa. Estávamos conversando no sofá. Senti uma dor bem chata no baixo ventre e senti um "ploc". Minha bolsa rompeu poucos minutos depois da chegada do papai.
Ok, sem desespero. Poderia ainda levar muito tempo para evoluir. Rodrigo foi chamar a minha mãe enquanto eu estava sentada no vaso sanitário escutando o liquido escorrer. Quando minha mãe chegou (somos vizinhas) falei: pronto, Giuseppe vai ser do dia 10 ou do dia 11. E ela prontamente me respondeu que imagina do dia 11, não demora tudo isso pra nascer! Avisei que poderia demorar sim. Eu nem sabia, mas já nascia aí um ponto de stress futuro, daqueles bem grandes.
Milagrosamente meu chuveiro funcionou! Completamente sem energia e meu chuveiro funcionando. Fui para o banho quente feliz e agradecida pelo cuidado de Deus comigo.
Mandei marido pra cama e deitei no sofá pra descansar. Iria dormir pois precisava de energia para o parto. Mas as 2 da manhã minhas contrações começaram. Queria tanto que elas demorassem um pouco mais, pra poder descansar! Vinham a cada 9 minutos (estava controlando no aplicativo) e eram muito diferentes do que eu imaginava.
Eu estava esperando dores que iriam sair da região da costa (lombar) e iriam imigrar para o pé da barriga. Era até uma preocupação que eu tinha, devido a minha lombalgia, mas não. Elas eram completamente concentradas no baixo ventre. Sentia uma pressão no útero grande.
As 5hs acordei marido e disse que seria melhor dar uma passada no hospital pra dar uma olhada. Arrumei minha mala (ainda não tinha feito hahahah), peguei a do bebê e fomos. Mas eu não queria internar cedo, saberia que iria voltar.
Chegando no hospital a enfermeira obstétrica foi me examinar. Líquido claro, sem mecônio, um dedo de dilatação e bebê bem. No momento do exame foi uma enxurrada de líquido. E que cheiro é aquele?!?!? Tipo água sanitária. Minha casa ficou com esse cheiro hahaha.
Me colocaram um lençol na calcinha e ligaram para o médico, que me ligou em seguida perguntando porque eu não tinha ligado. Eu disse que preferi deixar ele descansar pois poderia ser longo. Eu acho que estava profetizando isso, só pode.
Voltei pra casa e combinei de estar lá meio dia pra ele me avaliar. Assim poderia dar um beijo no Gianlucca, explicar pra ele que o irmão iria nascer, que a vovó iria cuidar dele enquanto eu ficasse no hospital. Em casa consegui cochilar um pouco, as contrações deram uma boa espaçada.
Gianlucca ficou feliz da vida. Seria pra ele uma aventura ficar com os avós.
Segui para o hospital um pouco apreensiva por deixar meu bambino. Nessa hora senti por não poder ter meu parto domiciliar.
Cheguei ao hospital e o médico me aguardava. Me avaliou e estava com 3 para 4 cm. Já tinha evoluído um pouco, graças a Deus. Médico disse então que poderia nascer na madrugada e Rodrigo achou que seria muito tempo. Eu nem me assustei.
Enquanto fui almoçar e fazer cardiotoco, RO foi fazer minha internação. Iriamos passar o trabalho de parto no quarto, não no pré parto. Isso para Rodrigo ficar comigo e termos mais conforto. Isso só foi possível porque o medico autorizou.
Esse dia era plantão do médico a noite. E isso foi a melhor coisa que poderia acontecer. Enquanto ele não chegava ficamos no quarto. Fui para o chuveiro com a bola do pilates, no fim da tarde bambino veio com a minha mãe me ver e já queria saber do Giuseppe.
Estava bem tranquila. Contrações vindo com intervalos de 4 e 5 minutos, mas elas estavam curtas. Cerca de 20 segundos. Enquanto o medico não vinha, íamos conversando por whatsapp.
Chegou as 19hs, e o medico chegou para iniciar o plantão. Fomos então fazer o toque para ver a evolução. Último toque tinha sido as 12hs. Eu estava esperando pra ver a evolução. E nada! Em 7 horas não evoluiu nada. Aí ele me disse que poderíamos ir pra ocitocina, pois minhas contrações estavam curtas e precisávamos delas com duração superior a 30 segundos para o colo dilatar.
Pedi mais uma hora pra ele. Me joguei na água novamente com a bola de pilates. Que angústia! Não queria ir pra ocitocina, queria um parto sem intervenções. Fui pulando na bola e digerindo a situação, orando. Chorei quando saí da bola e aceitei internamente. Se não tivesse evoluído, iria aceitar a ocitocina. Dito e feito e lá fomos nós para a bendita.
Combinamos que ele colocaria bem pouco, pra meu organismo "entender" que eu precisava de mais e então produzir. Foram 24ml em uma hora e o bicho pegou. Contrações foram diminuindo de intervalo e aumentando a intensidade. Cheguei a ter intervalo de 1m57s.
Eu aceitava cada contração, Rodrigo ao meu lado o tempo todo me lembrando de respirar, marcando as contrações no aplicativo, me dando água, fruta. Ah se não fosse o Rodrigo ali comigo! E eu precisava dele, cada vez mais ao meu lado, me apoiando, suportando tudo comigo.
E lá fui eu pra água novamente, dessa vez não queria a bola. Medico reduziu a ocitocina pra 12ml por hora. Mesmo assim a freqüência e duração não diminuíram. Depois de 20 minutos de chuveiro Rodrigo desliga o soro por orientação do medico. Mas o ritmo não diminui. Ótimo, meu corpo entendeu o recado. Continuamos administrando as contrações.
Lá por umas duas da manhã descubro que minha mãe está na recepção do hospital surtando. Sendo extremamente mal educada com Rodrigo no whatsapp, querendo falar com o médico e trocar de lugar com o Rodrigo como acompanhante.
Fiquei muito brava, pois meu combinado era ela ficar com Gianlucca.
Eu entendo o nervosismo da minha mãe, estava com bolsa rompida há muito tempo, ela nunca acreditou que eu pudesse parir naturalmente (me disse isso algumas vezes, pelo meu tamanho), tinha medo que Giuseppe passasse do tempo. Mas eu precisava de paz e apoio, só isso.
Lá vai Rodrigo e o médico descer pra falar com a minha mãe. Enquanto isso a enfermeira ficou comigo. Que situação!!
Eles voltam e vamos para o toque. Nada de evolução. Por incrível que pareça não desanimei. Giuseppe estava bem, vamos continuar.
Lá pelas 4 da manha Rodrigo desceu pra pegar umas frutas que minha mãe tinha ido comprar. Fiquei com o médico no quarto, meia luz, ele segurou minha mão. Eu disse que estava exausta, que meu limite, se já não tinha passado, estava bem próximo. Ele pediu pra fazermos mais um cardiotoco, e foi buscar.
No cardiotoco os batimentos do Giuseppe já demonstravam cansaço. Medico então pediu uma injeção de glicose e iríamos repetir cardiotoco.
Enquanto eu esperava uns 30 minutos pra fazer o cardiotoco outra vez, passei a me desesperar nas contrações. Algo que não tinha acontecido até então. Falei para Rodrigo chamar o médico, que se não tivesse evolução queria a cesárea.
Repetimos o cardiotoco, fiz o toque e nada! Mesma dilatação. Médico então disse que seria possível esperar mais umas 5 ou 7 horas, sem nos colocar em risco.
Se eu estivesse evoluindo, mesmo que lentamente, eu esperaria sim. Mas estava com a mesma dilatação desde meio dia, praticamente. Estava exaurida. Optei por fazer.
Enquanto a pediatra chegava (fechamos a equipe toda humanizada), a enfermeira fez a raspagem e lá descemos para o Centro Obstétrico. No caminho eu pensava "não acredito que vou passar por isso novamente, mas não nasce! Giuseppe não desce". Faltava ele descer e ajudar na dilatação.
Chegando no Centro Obstétrico Rodrigo foi trocar de roupa. Enquanto anestesista me preparava as contrações viam contudo. Eu pedi encarecidamente pra ele esperar passar pra me furar, vai que ele aplica bem no meio de uma né?!
Aí começou meu martírio. Foi aplicar a anestesia eu comecei a passar mal, como nunca passei na minha vida. Primeiro minha pressão caiu demais, comecei a tremer que não tinha domínio algum do meu corpo. Meus braços pulavam, meu queixo batia, me faltava o ar.
Eu só conseguia dizer que apesar da anestesia eu sentia tudo (diferente da anestesia do parto do Gianlucca que eu não sentia nada!). O anestesista ficou meio bravo, dizendo que eu estava com medo, mas não era. Eu sentia mesmo. Senti colocar a sonda, por exemplo.
A pediatra segurou a minha mão, pedia que eu respirasse. Enfim autorizaram a entrada do Rodrigo na sala e tudo o que eu conseguia dizer pra ele era "me ajuda, estou passando mal". O medico fazendo a cesárea e de olho em mim. Pediu pra colocar outro soro lá, que nem sei o que era. No outro dia ele confidenciou que estava realmente preocupado comigo nesse momento.
Rodrigo pediu pra respirar fundo. E tudo o que eu sentia era cheiro de carne queimada, devido o bisturi elétrico hahaha.
Logo médico começou a dizer que ainda tinha muito líquido, que Giuseppe estava com duas circulares de cordão. Pediatra disse que ele já tinha saído e pronto, me passaram ele por baixo do pano. Ficou ali comigo, mesmo com minha tremedeira insana. Veio para o meu peito e lá mesmo Mamou. Tomou a injeção de vitamina K ali comigo, no peito e nem reclamou. (Optamos por dar a injetável mesmo por ter maior absorção).
Depois de algum tempo Rodrigo levou ele pra ser medido e pesado. Quase que aplicam colírio nele!! Se não fosse o Rodrigo lá, teria sido aplicado (fiquei brava com isso). Não foi aspirado.
Eu fiquei lá terminando a cesárea e tremendo. Quando acabou fiquei no corredor com Rodrigo e Giuseppe em cima de mim. Disse para o Rodrigo que não sabia como iria cuidar dele já que não parava de tremer e tinha dificuldade pra respirar. E Giuseppe mamando.
Fomos então para o quarto, nada de sala de recuperação. Fiquei o tempo inteiro com Giuseppe e Rodrigo conosco o tempo todo!!
Tomei remédio para dor e dormi. Nem sei quanto tempo. Acordei melhor.
E assim chegou meu segundinho. Lindo, um bezerro que mama desde seu primeiro minuto de vida.
Chegou as 5:33 da manhã, pesando 3.275kgs com 49cm e apgar 9/10. Teve alta com 3.330kg, engordou de tanto que mama.
Tivemos alta no outro dia a noite e eu saí do hospital radiante. Feliz por ter conseguido persistir tanto. Feliz por ter sido minha decisão da cesárea. Feliz por ter sido respeitada. Feliz por ter meu marido ao meu lado o tempo todo. Com o sentimento que eu poderia sim ir além e eu fui.
Meu sentimento quando saí da maternidade com o Gianlucca era de que havia acabado, a gestação enfim chegará ao fim. O sentimento que predominou na minha segunda saída da maternidade era: pronto, agora começamos a viver. Nós 4, mais completos do que nunca.
E sim, só estamos começando.
22 de nov. de 2015
Prepare-se para o pós parto
Eu tenho 4 posts muito importantes, entre eles do parto. Mas eu precisava vir aqui dizer: prepare-se MESMO para o pós parto.
Você estará exausta pelo parto, pela falta de sono, pela queda hormonal e até talvez por um baby blues (ninguém está livre, infelizmente). Mesmo assim suas escolhas serão questionadas e até mesmo julgadas. Talvez lhe falte apóio, talvez lhe falte paciência, tempo então você não terá pra nada! Não tenha pressa de ter sua vida de volta ao "normal". Lamento te dizer, aquilo que você considera hj normal, não terá mais.
Aqui o pós parto está incrivelmente mais difícil que o primeiro e triplamente mais difícil que as 30 horas de trabalho de parto.
Mas tudo isso que tenho vivido me mostrou duas coisas: a minha oração durante a gestação que Deus me tornasse corasoja, Ele atendeu. Hoje tenho plena certeza da minha coragem e força. E a segunda e tão importante quanto: meu marido é meu pilar, pilar da minha casa, dos meus filhos, da minha coragem. Ele é também a razão de estar conseguindo passar por tudo. Rodrigo, te amo, como nunca te amei antes.
Até meio da semana que vem tem relato, I promise you!
Enquanto isso, barrigudinhas lindas. Se preparem, pois mais longo do que o parto é o pós. Mas como tudo nessa vida, passa!
Você estará exausta pelo parto, pela falta de sono, pela queda hormonal e até talvez por um baby blues (ninguém está livre, infelizmente). Mesmo assim suas escolhas serão questionadas e até mesmo julgadas. Talvez lhe falte apóio, talvez lhe falte paciência, tempo então você não terá pra nada! Não tenha pressa de ter sua vida de volta ao "normal". Lamento te dizer, aquilo que você considera hj normal, não terá mais.
Aqui o pós parto está incrivelmente mais difícil que o primeiro e triplamente mais difícil que as 30 horas de trabalho de parto.
Mas tudo isso que tenho vivido me mostrou duas coisas: a minha oração durante a gestação que Deus me tornasse corasoja, Ele atendeu. Hoje tenho plena certeza da minha coragem e força. E a segunda e tão importante quanto: meu marido é meu pilar, pilar da minha casa, dos meus filhos, da minha coragem. Ele é também a razão de estar conseguindo passar por tudo. Rodrigo, te amo, como nunca te amei antes.
Até meio da semana que vem tem relato, I promise you!
Enquanto isso, barrigudinhas lindas. Se preparem, pois mais longo do que o parto é o pós. Mas como tudo nessa vida, passa!
11 de nov. de 2015
Nascimento do meu segundinho
Oie
Passando super rapidinho pra dizer que Giuseppe nasceu nessa madrugada (11/11) depois de 30 horas de parto, sendo 6 horas com contrações a cada 2 minutos!
Veio de cesárea.
Pretendo voltar muito breve com o relato das horas mais loucas da minha vida, pois não quero deixar nenhuma detalhe de fora.
Por enquanto vamos nos organizar por aqui.
Bjs e Deus abençoe.
Passando super rapidinho pra dizer que Giuseppe nasceu nessa madrugada (11/11) depois de 30 horas de parto, sendo 6 horas com contrações a cada 2 minutos!
Veio de cesárea.
Pretendo voltar muito breve com o relato das horas mais loucas da minha vida, pois não quero deixar nenhuma detalhe de fora.
Por enquanto vamos nos organizar por aqui.
Bjs e Deus abençoe.
26 de out. de 2015
Sobre Períneo e a minha preparação
Esse é o meu post número 100. Nunca imaginei que teria tanto para escrever e nem que o post 100 seria sobre integridade física da periquita hahahahah
Bom, vamos lá.
Períneo é a região que compreende a vagina e o ânus e ele é um conjunto de músculos. Por se tratar de músculo ele precisa ser trabalho como qualquer outro, mas bem na verdade ele passou a existir pra mim depois que entrei em contato com o mundo do parto normal.
Eu entrei nessa gestação disposta a manter a integridade do meu períneo. Porque o que mais me assusta não é o parto ter muitas horas ou depois de tentar muito terminar em uma cesárea. O que sempre me assustou foi passar por uma episiotomia. Tanto que a troca de médico ocorreu exatamente nesse ponto.
E porque temo tanto uma episio? Por que não é natural. É um procedimento que OMS recomenda em somente em 10% dos casos, mas aqui no Brasil é feito como padrão, ou seja, precisando ou não você terá. E eu não quero nada além daquilo que eu preciso mesmo.
É fácil encontrar casos que se assemelham a mutilação. Isso porque muitas vezes a episio não fica nunca mais como antes. Existem mulheres que sentem dor ao ter relação sexual pra sempre. Ou seja, não é um simples cortinho, é algo que pode impactar a vida pra sempre.
Aqui tem uma imagem de episio pra entender um pouco. Com isso a vagina deixa de ser anatômica:
http://adeledoula.blogspot.com.br/2013/06/tabus-do-parto-os-maiores-medos-que-as.html
A preparação do períneo se dá pelo exercício de estiramento da musculatura e também uso do aparelho EPI-NO.
Aqui em casa estamos com a massagem desde semana 35, e quem faz é marido. Não consigo fazer sozinha. Segue um link com a explicação:
https://corpuscare.wordpress.com/2011/11/24/massagem-perineal/
Marido diz que nunca conheceu anatomicamente uma vagina como agora :-)) Tá todo mundo aprendendo e se tornando cúmplices de um parto. E não dá pra ter vergonha do marido né não?
Também estamos usando EPI-NO desde dia 15/10 e como foi difícil achar. Pra comprar é muito caro, então tive que bater perna na internet pra achar. Acabei achando em São Paulo e alugamos por R$ 170,00 já com 30 preservativos sem lubrificantes por um período de 30 dias. Precisa usar com preservativo por questões de higiene mesmo, e precisa comprar um lubrificante a base de água pra colocar por fora e ajudar no momento.
Eu não passei com a fisioterapeuta pra me instruir, fui na boa e salvadora internet, mas sofri até me ajustar. Isso porque a grana está curta, mas eu realmente recomendo uma avaliação e instrução com uma fisioterapeuta, até pra ver como é o seu períneo.
A ideia do aparelho é simular o diametro de uma cabeça de bebê e o período do expulsivo. Mas isso gradativamente, para preparar a musculatura e evitar a episio e a laceração.
E como estamos por aqui?
Na massagem sinto o estiramento da musculatura e é tranquilo suportar.
Já no EPI-NO sofremos no começo. Eu deitava na cama e em posição ginecológica inseria o balão e segurava. Marido ia devagar inflando. Era uma dor terrível, mas não como estiramento, eu sentia uma dor na parte de cima da vagina e não consegui segurar o balão nem por 30 segundos dentro de mim. Além disso conseguia chegar em 10/12 cm no máximo.
Falei então com a Marina que me recomendou a consulta com a fisioterapeuta e que o que importa mesmo é a consciência corporal, muito mais que os centímetros.
Mudei a posição, agora faço de cócoras na cama e estamos indo muito melhor. Aquela dor louca já não sinto mais, mas sinto uma pressão gigante no ânus, até porque tenho hemorroida adquirida nessa gestação. Não sei se chegaremos em 35 cm como é minha meta, mas OK, vamos caminhando de pouco.
Novo médico avaliou meu períneo (olha a diferença minha gente!) e disse aquilo que eu já estava meio que percebendo, meu períneo é curto e está muito mais curto devido a hemorroida. Indicou um parto com anestesia, pois com isso eu relaxo devido a bendita que me acometeu. Sério gente, é uma dor que nunca tinha sentido na vida. Chego a acordar com dor.
Por mim tudo bem, nunca deixei de lado a possibilidade de anestesia e até falei para marido que iria querer, e ele na hora me disse: não vai ser totalmente natural! Não mesmo, mas mais do que 100% natural o que quero mesmo é 100% respeitoso.
Espero que tenha ajudado com as informações, mas na internet tem muita informação de excelente qualidade. Eu recomendo a busca!
Beijos.
Bom, vamos lá.
Períneo é a região que compreende a vagina e o ânus e ele é um conjunto de músculos. Por se tratar de músculo ele precisa ser trabalho como qualquer outro, mas bem na verdade ele passou a existir pra mim depois que entrei em contato com o mundo do parto normal.
Eu entrei nessa gestação disposta a manter a integridade do meu períneo. Porque o que mais me assusta não é o parto ter muitas horas ou depois de tentar muito terminar em uma cesárea. O que sempre me assustou foi passar por uma episiotomia. Tanto que a troca de médico ocorreu exatamente nesse ponto.
E porque temo tanto uma episio? Por que não é natural. É um procedimento que OMS recomenda em somente em 10% dos casos, mas aqui no Brasil é feito como padrão, ou seja, precisando ou não você terá. E eu não quero nada além daquilo que eu preciso mesmo.
É fácil encontrar casos que se assemelham a mutilação. Isso porque muitas vezes a episio não fica nunca mais como antes. Existem mulheres que sentem dor ao ter relação sexual pra sempre. Ou seja, não é um simples cortinho, é algo que pode impactar a vida pra sempre.
Aqui tem uma imagem de episio pra entender um pouco. Com isso a vagina deixa de ser anatômica:
http://adeledoula.blogspot.com.br/2013/06/tabus-do-parto-os-maiores-medos-que-as.html
A preparação do períneo se dá pelo exercício de estiramento da musculatura e também uso do aparelho EPI-NO.
Aqui em casa estamos com a massagem desde semana 35, e quem faz é marido. Não consigo fazer sozinha. Segue um link com a explicação:
https://corpuscare.wordpress.com/2011/11/24/massagem-perineal/
Marido diz que nunca conheceu anatomicamente uma vagina como agora :-)) Tá todo mundo aprendendo e se tornando cúmplices de um parto. E não dá pra ter vergonha do marido né não?
Também estamos usando EPI-NO desde dia 15/10 e como foi difícil achar. Pra comprar é muito caro, então tive que bater perna na internet pra achar. Acabei achando em São Paulo e alugamos por R$ 170,00 já com 30 preservativos sem lubrificantes por um período de 30 dias. Precisa usar com preservativo por questões de higiene mesmo, e precisa comprar um lubrificante a base de água pra colocar por fora e ajudar no momento.
*imagem da internet
Eu não passei com a fisioterapeuta pra me instruir, fui na boa e salvadora internet, mas sofri até me ajustar. Isso porque a grana está curta, mas eu realmente recomendo uma avaliação e instrução com uma fisioterapeuta, até pra ver como é o seu períneo.
A ideia do aparelho é simular o diametro de uma cabeça de bebê e o período do expulsivo. Mas isso gradativamente, para preparar a musculatura e evitar a episio e a laceração.
*imagem da internet
E como estamos por aqui?
Na massagem sinto o estiramento da musculatura e é tranquilo suportar.
Já no EPI-NO sofremos no começo. Eu deitava na cama e em posição ginecológica inseria o balão e segurava. Marido ia devagar inflando. Era uma dor terrível, mas não como estiramento, eu sentia uma dor na parte de cima da vagina e não consegui segurar o balão nem por 30 segundos dentro de mim. Além disso conseguia chegar em 10/12 cm no máximo.
Falei então com a Marina que me recomendou a consulta com a fisioterapeuta e que o que importa mesmo é a consciência corporal, muito mais que os centímetros.
Mudei a posição, agora faço de cócoras na cama e estamos indo muito melhor. Aquela dor louca já não sinto mais, mas sinto uma pressão gigante no ânus, até porque tenho hemorroida adquirida nessa gestação. Não sei se chegaremos em 35 cm como é minha meta, mas OK, vamos caminhando de pouco.
Novo médico avaliou meu períneo (olha a diferença minha gente!) e disse aquilo que eu já estava meio que percebendo, meu períneo é curto e está muito mais curto devido a hemorroida. Indicou um parto com anestesia, pois com isso eu relaxo devido a bendita que me acometeu. Sério gente, é uma dor que nunca tinha sentido na vida. Chego a acordar com dor.
Por mim tudo bem, nunca deixei de lado a possibilidade de anestesia e até falei para marido que iria querer, e ele na hora me disse: não vai ser totalmente natural! Não mesmo, mas mais do que 100% natural o que quero mesmo é 100% respeitoso.
Espero que tenha ajudado com as informações, mas na internet tem muita informação de excelente qualidade. Eu recomendo a busca!
Beijos.
12 de out. de 2015
Update Segundinho: 36 semanas + mudança de médico
Enfim chegamos as 36 semanas. Daqui uma semana Giuseppe pode chegar a qualquer momento, apesar de esperarmos ele para Novembro (dia 09/11 com 40 semanas). Mas pode passar disso também, ele pode vir até dia 23/11 (com 42 semanas).
Por enquanto estou tranquila, apesar de querer meu bebê no colo e ainda achar que o tempo passa devagar. Contraditório, mas verdadeiro.
Estamos caminhando bem. Ainda estou trabalhando, surpreendentemente! Já bati meu recorde, pois na gestação do bambino parei de trabalhar com 35 semanas, não aguentava mais ir e vir todos os dias. Ainda trabalho mais uma semana, com certeza, mas vou tentar mais duas.
A pessoa que contrataram para cobrir minha licença chegou somente no final de Setembro, fechamento trimestral, estou quase louca pra dar conta de fechar o trimestre e ainda treinar a pessoa. Muito stress, que tem me consumido bastante.
Como se não bastasse isso no trabalho, aquilo que estava sentindo havia algum tempo se concretizou, tive que trocar de médico. Isso me custou 3 dias de muita angústia, 2 noites de sono completamente perdidas e mais 2 aftas.
Havia algum tempo que eu saía da consulta com a sensação de resistência nos assuntos relacionados ao parto, apesar de sempre escutar (mais de uma vez por consulta) que o parto era meu e que minhas vontades seriam respeitadas. Comentava sempre com o marido sobre essa sensação, e ele sempre me dizia que acredita que seria mesmo respeitado, pois isso era sempre enfatizado.
Até que chegou a última consulta e eu toquei no assunto que mais me incomodava: episiotomia. Era o que faltava pra ter a certeza que na verdade minhas vontades eram secundárias.
Enquanto eu escutava coisas como "eu protejo bebê de mãe louca" a única coisa que eu conseguia pensar era: "não estou acreditando que isso está acontecendo em plena semana 35 de gestação". Saímos de lá perplexos, sem reação tamanha foi a mudança de postura.
Chegando em casa deitei no sofá, me sentia completamente devastada. Contava com a sorte de ter encontrado alguém que iria mesmo respeitar meu protagonismo, que até então sempre me dizia que iria sim, agora o que eu faria? A angústia era tamanha que sentia meus ombros pesados, uma vontade de chorar, de sumir.
Meu marido me disse que eu deveria ter mostrado a ele todos os dados científicos sobre episio e sua não recomendação, afinal eu tenho lido sobre tudo o que relaciona a parto há mais de 4 anos. Sim, não sou médica (e isso foi me jogado na cara de maneira sutil também), mas nenhum conhecimento merece ser desconsiderado, até porque as minhas fontes de leitura são de alta qualidade. Acontece que brigar, pra mim, nunca foi na verdade uma opção. Me sobraria então duas possibilidades: aceitar que não seria da maneira que havíamos conversado e me submeter ou trocar de médico.
Comecei então uma busca insana. Muitas e muitas mensagens, nova verificação dos preços e disponibilidade de médicos humanizados, maneiras de garantir minhas vontades com o médico que eu já não tinha mais vínculo e confiança plena, ir para o plantão e tentar fazer meu plano de plano valer, o que faria? Rodrigo leu tanto sobre episio nos últimos dias que está sabendo mais do que eu.
Enfim a doula (com quem infelizmente não vou conseguir fechar) me ajudou demais. Não sei o que teria sido sem ela me ajudando. Me indicou um médico e fomos em pleno sábado a noite falar com ele. Fechamos, com a esperança que o convênio reembolse tudo, ou até 90% do valor.
Acordei no domingo, depois do assunto resolvido (ou parcialmente, estamos esperando os valores de reembolso) com uma cólica louca. Tomei 40 gotas de buscopan mesmo antes de sair da cama e quando melhorou fui lavar as roupas do pequeno. Sim, ainda nem tinha começado :-))
Agora se ele vier, já tem roupa limpa pra vestir.
E vamos caminhando. Preciso só formalizar ao médico que não iremos mais continuar com ele, e ao que tudo indica será por escrito. Não quero mais me estressar com isso.
E segue uma foto do meu barrigão administrando bambino no parquinho, porque quando se tem um mais velho, não importa quantas semanas temos. Eu bem que queria um dia de pernas por ar :-))
E segue uma foto do meu barrigão administrando bambino no parquinho, porque quando se tem um mais velho, não importa quantas semanas temos. Eu bem que queria um dia de pernas por ar :-))
Inté mais.
24 de set. de 2015
O combinado não executado
Foram dias muitos difíceis, de pressão super baixa, cólicas e hospital.
Fui deitar mais cedo e deixei bambino na sala com Rodrigo, vendo desenho.
Acordo algum tempo depois com os dois mosqueteiros no banheiro e o seguinte dialogo:
- filho, mamãe já está dormindo e não podemos acordar ela. Vamos deitar bem queitinhos tá? Combinando?
- combinando papai.
Vem meus dois mosqueteiros, Rodrigo falando baixo dando a instrução pra ele deitar no nosso meio. Pois nem bem ele deita, sou cutucada:
- mamãe, conta uma história?
Hahahaha.
Gianlucca não é dado a acordos.
Fim.
Fui deitar mais cedo e deixei bambino na sala com Rodrigo, vendo desenho.
Acordo algum tempo depois com os dois mosqueteiros no banheiro e o seguinte dialogo:
- filho, mamãe já está dormindo e não podemos acordar ela. Vamos deitar bem queitinhos tá? Combinando?
- combinando papai.
Vem meus dois mosqueteiros, Rodrigo falando baixo dando a instrução pra ele deitar no nosso meio. Pois nem bem ele deita, sou cutucada:
- mamãe, conta uma história?
Hahahaha.
Gianlucca não é dado a acordos.
Fim.
22 de set. de 2015
A árdua tarefa de educar
É galera, eu posso dizer que de todas as fases que passei nesses mais de 4 anos com bambino, passamos a pouco tempo pela mais desafiadora possível.
Foi difícil quando ele nasceu e e tive baby blues. Foi difícil quando ele sofria de cólicas e chorava copiosamente. Foi difícil cada tombo que tomou quando aprendeu a andar. Foi difícil quando eu o deixei a primeira vez na escola. Foi difícil o primeiro dia de volta ao trabalho depois da licença. Foi difícil enfrentar as crises dos 2 anos. Foi difícil quando ele não crescia e não engordava. É difícil ainda hoje quando ele briga pra não dormir. Mas nada se compara ao momento que passamos uns tempos atrás.
Resumindo: a maternidade é um caminho de dificuldades. E você pode me perguntar: compensa??
Eu te digo que sim. E não é só pelo fato de olhar para minha vida e não conseguir me imaginar sem meus filhos (e olha que o segundo ainda está na barriga). Eu realmente entrei nessa jornada sabendo que as minhas noites e os meus dias não seriam fácies, mas que seriam mais completos. Chego a conclusão que eles fizeram mais por mim do que eu por eles.
Se eu me considerava forte antes de tê-los, depois deles eu vi que forte é meu nome do meio. E não importa o que aconteça, eu não desisto dos meus filhos: nem agora, nem nunca.
Mas hoje eu tenho precisado de mais coragem e mais força, até pelo futuro bem próximo que me aguarda. Gianlucca anda desafiando todo e qualquer limite. E não se trata de fazer sempre as minhas vontades, trata de questões básicas, como por exemplo sair correndo na rua. Minha vontade nessa hora é pegar ele e sacudir, sacudir e sacudir. Mas não faço.
Sou entusiasta da educação positiva, mesmo que por muitas vezes ela não tenha funcionado aqui em casa. E agora, vou bater? Vou revidar todas as vezes que ele bate na minha barriga? Minha vontade é essa, mas onde fica tudo aquilo que acredito? Eu enfio minhas convicções onde?
A mesma raiva que eu sinto quando ele não me obedece e se coloca em perigo, é a mesma raiva que eu sinto quando vejo uma criança ser agredida por alguém. Faço o que com essa raiva que eu sinto?
A intensidade dos hormonios me deixam mais louca. Juro que tenho vontade de gritar e esmurrar a parede em várias situações, inclusive com Gianlucca.
Veja bem, não fico nervosa com ele carente, querendo colo e companhia 24 horas. Em ele acordar só de não me sentir na cama, ou então ele chorando porque está precisando de atenção. Isso absolutamente não me tira do foco.
Mas ele me chutar, gritar e enfrentar os limites (tipo não obedecer no mercado, na igreja, na rua) eu fico é louca.
Mas aí eu me lembrei de algo que eu li quando Gianlucca era bem pequeno, algo que sempre me fez sair ilesa de discussões ridículas sobre maternidade (como o UFC cesarea X normal) e que no final das contas me trouxe até aqui, inclusive com compartilhar a cama até hoje: escolha é aquilo que a gente banca. Precisa bancar todas as escolhas dos caminhos que tomamos.
Não me venha com esse mimimi de "nossa, minha vida poderia ter sido diferente sem filhos" ou "onde eu fui me meter". Eu tenho verdadeiro trauma disso. Banca tuas escolhas e engole o remorso e abraça a causa, ponto. Falo isso pra mim, não é nada com ninguém além da minha conversa comigo mesma.
Lembrando desse conceito que até hoje tem me ajudado, eu resolvi escrever pra ela, a blogueira que abriu meus olhos para esse conceito. E mesmo ela sendo mãe de dois, grávida do terceiro quase no mesmo tempo que eu, super engajada em matérias cruciais para infância e direitos humanos e mesmo com tudo isso me confidenciou que o mais velho estava na fase adolescente da infância: bingo!! É isso que estávamos vivendo aqui.
Olha que o mesmo dilema que eu enfrento entre respeitar os limites dele, como indivíduo que tem vontades próprias, e aquilo que é inegociável, ela também enfrenta. Me ajudou com muitas palavras positivas e a mensagem principal que tive dessa conversa online foi: você é a mãe, não dá pra ceder quando o não é irreversível.
Hoje as coisas estão assim aqui em casa: eu sou a mamãe e sei o que é melhor. Ou me obedece ou terá consequências, nem que seja ficar sem o querido aplicativo que só tem no meu celular. Não gosto de "castigos", mas tento mostrar que tudo na vida temos que bancar com as consequências.
Funciona? Olha, me trouxe mais paz de espírito, e quando ele precisa chorar, chora. Não tem jeito.
Gianlucca me demanda bastante, muito mesmo! Quando estou em casa não existe ninguém mais. Eu estou preparada para o caos quando Giuseppe nascer, assim já trabalho com o pior cenário e não sofrer.
Rodrigo ainda me chama gentilmente de slave (em bom potuguês, escrava), mas um dia melhora, ohhh se melhora.
Foi difícil quando ele nasceu e e tive baby blues. Foi difícil quando ele sofria de cólicas e chorava copiosamente. Foi difícil cada tombo que tomou quando aprendeu a andar. Foi difícil quando eu o deixei a primeira vez na escola. Foi difícil o primeiro dia de volta ao trabalho depois da licença. Foi difícil enfrentar as crises dos 2 anos. Foi difícil quando ele não crescia e não engordava. É difícil ainda hoje quando ele briga pra não dormir. Mas nada se compara ao momento que passamos uns tempos atrás.
Resumindo: a maternidade é um caminho de dificuldades. E você pode me perguntar: compensa??
Eu te digo que sim. E não é só pelo fato de olhar para minha vida e não conseguir me imaginar sem meus filhos (e olha que o segundo ainda está na barriga). Eu realmente entrei nessa jornada sabendo que as minhas noites e os meus dias não seriam fácies, mas que seriam mais completos. Chego a conclusão que eles fizeram mais por mim do que eu por eles.
Se eu me considerava forte antes de tê-los, depois deles eu vi que forte é meu nome do meio. E não importa o que aconteça, eu não desisto dos meus filhos: nem agora, nem nunca.
Mas hoje eu tenho precisado de mais coragem e mais força, até pelo futuro bem próximo que me aguarda. Gianlucca anda desafiando todo e qualquer limite. E não se trata de fazer sempre as minhas vontades, trata de questões básicas, como por exemplo sair correndo na rua. Minha vontade nessa hora é pegar ele e sacudir, sacudir e sacudir. Mas não faço.
Sou entusiasta da educação positiva, mesmo que por muitas vezes ela não tenha funcionado aqui em casa. E agora, vou bater? Vou revidar todas as vezes que ele bate na minha barriga? Minha vontade é essa, mas onde fica tudo aquilo que acredito? Eu enfio minhas convicções onde?
A mesma raiva que eu sinto quando ele não me obedece e se coloca em perigo, é a mesma raiva que eu sinto quando vejo uma criança ser agredida por alguém. Faço o que com essa raiva que eu sinto?
A intensidade dos hormonios me deixam mais louca. Juro que tenho vontade de gritar e esmurrar a parede em várias situações, inclusive com Gianlucca.
Veja bem, não fico nervosa com ele carente, querendo colo e companhia 24 horas. Em ele acordar só de não me sentir na cama, ou então ele chorando porque está precisando de atenção. Isso absolutamente não me tira do foco.
Mas ele me chutar, gritar e enfrentar os limites (tipo não obedecer no mercado, na igreja, na rua) eu fico é louca.
Mas aí eu me lembrei de algo que eu li quando Gianlucca era bem pequeno, algo que sempre me fez sair ilesa de discussões ridículas sobre maternidade (como o UFC cesarea X normal) e que no final das contas me trouxe até aqui, inclusive com compartilhar a cama até hoje: escolha é aquilo que a gente banca. Precisa bancar todas as escolhas dos caminhos que tomamos.
Não me venha com esse mimimi de "nossa, minha vida poderia ter sido diferente sem filhos" ou "onde eu fui me meter". Eu tenho verdadeiro trauma disso. Banca tuas escolhas e engole o remorso e abraça a causa, ponto. Falo isso pra mim, não é nada com ninguém além da minha conversa comigo mesma.
Lembrando desse conceito que até hoje tem me ajudado, eu resolvi escrever pra ela, a blogueira que abriu meus olhos para esse conceito. E mesmo ela sendo mãe de dois, grávida do terceiro quase no mesmo tempo que eu, super engajada em matérias cruciais para infância e direitos humanos e mesmo com tudo isso me confidenciou que o mais velho estava na fase adolescente da infância: bingo!! É isso que estávamos vivendo aqui.
Olha que o mesmo dilema que eu enfrento entre respeitar os limites dele, como indivíduo que tem vontades próprias, e aquilo que é inegociável, ela também enfrenta. Me ajudou com muitas palavras positivas e a mensagem principal que tive dessa conversa online foi: você é a mãe, não dá pra ceder quando o não é irreversível.
Hoje as coisas estão assim aqui em casa: eu sou a mamãe e sei o que é melhor. Ou me obedece ou terá consequências, nem que seja ficar sem o querido aplicativo que só tem no meu celular. Não gosto de "castigos", mas tento mostrar que tudo na vida temos que bancar com as consequências.
Funciona? Olha, me trouxe mais paz de espírito, e quando ele precisa chorar, chora. Não tem jeito.
Gianlucca me demanda bastante, muito mesmo! Quando estou em casa não existe ninguém mais. Eu estou preparada para o caos quando Giuseppe nascer, assim já trabalho com o pior cenário e não sofrer.
Rodrigo ainda me chama gentilmente de slave (em bom potuguês, escrava), mas um dia melhora, ohhh se melhora.
14 de set. de 2015
Sobre Pródromos
Demorei tanto pra escrever sobre parto que agora não paro mais hahah.
Eu não tinha planejado escrever sobre pródromos, mas li algo importante e estou aqui pra compartilhar.
Lembrando que não sou especialista de coisa alguma. Apenas exponho aquilo que li e absorvi.
Existem três tipos de situação que o corpo dá sinal que as coisas estão caminhando e estão efetivamente acontecendo.
1- Contrações de braxton-hicks=> as famosas contrações de treinamento que são indolores. Não lembro de ter tido na gestação do bambino e por enquanto nada também.
2 - pródromos => são doloridas, geralmente no final da gestação. Acontecem mais a noite quando produzimos a ocitocina, mas não engrenam, pela manhã elas "somem". Podem durar semanas e o trabalho de parto não avançar.
3 - contrações => aqueles que são ritmadas r que levam o colo para dilatação. São doloridas.
Acontece que por quase não se falar dos pródromos as mulheres pouco conhecem. Já ouviu aquela história de que tinha contração r não tinha dilatação? Na verdade não eram contrações, mas sim pródromos.
O outro problema é que nem mesmo os profissionais sabem lidar com os pródromos, muitos encaram mesmo como ausência de dilatação.
Claro que tudo precisa ser verificado. Segundo meu médico contração com ausência de dilatação pode ser mecônio, e só cardiotoco pode indicar. Ou seja, é preciso ver.
No entanto a internação precoce por pródromos é muito comum. Ao internar cedo demais os procedimentos desnecessários tentem a ser praticados ( por exemplo ir para ocitonina sintética porque a contração não engrena).
Li vários relatos sobre internação precoce que terminaram com mil e um procedimentos.
A recomendação dos profissionais que seguem a medicina baseada em evidencia (povo humanizado e caro) é: descanse.
Se sua noite é difícil e seu dia as contrações são espassadas e não tão doloridas, muito provável que seja Pródromo.
Vá monitorar, mas não interne tão cedo.
Não estou aqui para dizer como fazer, pois cada uma de nós sabemos nossos proprios limites.
Só vim compartilhar, pois foram poucas as vezes que li algo sobre isso.
Aqui em casa marido está alertado para me ajudar a lembrar disso, afinal na hora da dor o que menos fazemos é raciocinar.
Fiquem com Deus.
Eu não tinha planejado escrever sobre pródromos, mas li algo importante e estou aqui pra compartilhar.
Lembrando que não sou especialista de coisa alguma. Apenas exponho aquilo que li e absorvi.
Existem três tipos de situação que o corpo dá sinal que as coisas estão caminhando e estão efetivamente acontecendo.
1- Contrações de braxton-hicks=> as famosas contrações de treinamento que são indolores. Não lembro de ter tido na gestação do bambino e por enquanto nada também.
2 - pródromos => são doloridas, geralmente no final da gestação. Acontecem mais a noite quando produzimos a ocitocina, mas não engrenam, pela manhã elas "somem". Podem durar semanas e o trabalho de parto não avançar.
3 - contrações => aqueles que são ritmadas r que levam o colo para dilatação. São doloridas.
Acontece que por quase não se falar dos pródromos as mulheres pouco conhecem. Já ouviu aquela história de que tinha contração r não tinha dilatação? Na verdade não eram contrações, mas sim pródromos.
O outro problema é que nem mesmo os profissionais sabem lidar com os pródromos, muitos encaram mesmo como ausência de dilatação.
Claro que tudo precisa ser verificado. Segundo meu médico contração com ausência de dilatação pode ser mecônio, e só cardiotoco pode indicar. Ou seja, é preciso ver.
No entanto a internação precoce por pródromos é muito comum. Ao internar cedo demais os procedimentos desnecessários tentem a ser praticados ( por exemplo ir para ocitonina sintética porque a contração não engrena).
Li vários relatos sobre internação precoce que terminaram com mil e um procedimentos.
A recomendação dos profissionais que seguem a medicina baseada em evidencia (povo humanizado e caro) é: descanse.
Se sua noite é difícil e seu dia as contrações são espassadas e não tão doloridas, muito provável que seja Pródromo.
Vá monitorar, mas não interne tão cedo.
Não estou aqui para dizer como fazer, pois cada uma de nós sabemos nossos proprios limites.
Só vim compartilhar, pois foram poucas as vezes que li algo sobre isso.
Aqui em casa marido está alertado para me ajudar a lembrar disso, afinal na hora da dor o que menos fazemos é raciocinar.
Fiquem com Deus.
31 de ago. de 2015
E o parto?
Demorei 30 semanas para escrever sobre um dos pilares dessa minha segunda gestação.
Eu me conheço, mas demoro pra nomear as coisas que sinto. Mas quando bate o incomodo, é porque tem coisa que precisa de nome. Talvez a demora em escrever sobre o parto é justamente pela dificuldade de dar nome ao que me incomodava.
Finalmente encontrei e estou aqui. O que me incomoda é o elitismo.
Pode parecer estranho, mas é isso mesmo. O elitismo vem me incomodando e não é de hoje.
Eu já relatei meu parto e as razões que me levaram até ele. Não tenho nenhuma ferida física ou emocional da decisão que tomei. No entanto depois de 4 anos lendo muito sobre isso, eu já havia decidido antes mesmo de engravidar que teria um parto domiciliar.
Meu sonho é parir em casa, perto do meu filho. Não gosto de ambiente hospitalar, tenho até receio de travar meu parto quando chegar ao hospital. Mas não será possível. É financeiramente inviável.
É aí que entra o elitismo, e o ativismo para poucas.
Hoje há sim uma tentativa de retomar aquilo que é natural. Vamos aos fatos: a humanidade nasceu de partos vaginais! Há pouco tempo que o nascimento deixou de ser um evento fisiológico para se tornar um evento médico.
Esse tentativa é digna de aplausos, apesar de ser conduzida de maneira equivocada, ao meu olhar. Não é correto colocar mulheres em duas categorias diferentes: aquelas que pariram e aquelas que não pariram (apesar que considero cesárea como um ato de parir, é preciso coragem para fazer uma cirurgia de grande porte, como é uma cesárea e depois de poucas horas assumir os cuidados da cria). Não se joga mulheres contra mulheres.
Da mesma maneira que não acho correto a indução de cesáreas por médicos através do medo. Bebê grande, que não tem dilatação suficiente, circular no cordão, placenta velha, parto seco e muito mais.
Pior ainda são aqueles partos ditos normais, que no entanto são partos regados a violência: humilhação física (como 50 mil pessoas diferentes fazendo toque), violência psicológica (o famoso "na hora de fazer não gritou"), manobra de Kristeller (que consiste alguém subir em cima da barriga e empurrar o bebê), episiotomia (o famoso "cortinho") e por aí vai.
A questão é profunda. É lindo a obrigação de um partograma, no entanto como os profissionais farão partos normais respeitosos sem esses absurdos acima, se não foram preparados para tal?
Eu participo de alguns grupos de partos humanizados, que visam dar a mulher conhecimento de causa e empoderamento. E facilmente se lê: quem quer um parto humanizado prioriza e consegue. Naquela velha máxima que é melhor pagar uma equipe do que ir até Miami fazer o enxoval. Percebe a incoerência? Quantas são as gestantes que vão para Miami fazer o enxoval? É aí que está o elitismo.
O movimento de humanização do parto por muito tempo focou em quem pode pagar. É necessário brigar por mudança no SUS, fazer reciclagem desses profissionais pois são eles que atendem a maioria das gestantes. E ainda se torna uma alternativa para as mulheres que são atendidas por convênio terem onde procurar um parto respeitoso.
Temos vários lugares que atendem SUS e que são referencias no atendimento humanizado. Mas até a página 2. Das 3 casas de parto de São Paulo, todas elas não atendem gestantes com cesárea anterior. No fim se propaga a máxima de que cesárea uma vez é sempre cesárea. Um absurdo.
Resta então poucas opções:
- Sorte de encontrar um médico que respeite suas escolhas. Geralmente descobre-se se é verdade somente no final, quando a pressão por agendar o parto acontece.
- Contratar uma equipe humanizada e para isso você terá que: deixar de ir pra Miami (hahaha) ou vender o carro ou fazer uma rifa na internet.
- Sorte nº2 de ter em sua cidade uma das poucos unidades do SUS que tem atendimento humanizado e não ter cesárea anterior.
No meu caso estou contando com a sorte número 1: ter um profissional que verdadeiramente respeite minhas decisões. Saberei somente no final se assim será. No entanto temos o plano:
- Um plano de parto bem claro e estruturado. O próprio médico pediu que eu fizesse. Rodrigo terá de decorar.
- Vamos protocolar no hospital meu plano de parto.
- Preparo powerfull do marido. Ele será o garantidor das minhas vontades.
- Escolhemos o hospital que tem mais estrutura para parto normal
- Só vou internar a partir de 7 cm de dilatação, nem que eu tenha que assinar qualquer termo pra ser liberada. Ainda estou estudando se vamos ao hospital monitorar a dilatação ou se vamos pagar consulta para alguma parteira vir em casa pra verificar dilatação e coração do bebê (a consulta é bem mais barata que o acompanhamento do parto e tem duração de 1 hora).
- A doula iríamos contratar, fui conhecer e tudo. No entanto por questões financeiras não iremos fechar. Já estou vendo a preparação do marido pra ser meu "doulo". Ele vai aprender as técnicas de massagem e tudo.
- Começo os exercícios do períneo para evitar laceração na semana 35. É uma massagem no local além de exercícios específicos de agachamento. Marido será responsável pelas massagens.
Dr. André sempre me diz que o parto é meu. Não é contra parto normal depois de cesárea e isso já faz dele muito mais atualizado que muita gente aí. No entanto tem uma restrição, não faz parto pélvico, esse é o limite dele.
Se Giuseppe estiver pélvico? Vou atrás de uma versão cefálica externa, que pode ser feita a partir de 37 semanas. Se mesmo assim não resolver, aí eu vejo que faremos. O importante é que temos as regras claras.
Confesso que tenho até preguiça de pensar que terei que brigar para parir. No entanto na hora tenho certeza que vou tirar forças internas pra ter minha vontade respeitada. Rodrigo é bom de briga, isso já me ajuda.
Até onde eu vou na imposição do meu parto normal? Até onde EU estiver segura e confortável. Não é porque a enfermeira obstétrica do hospital estiver me dizendo que preciso parar de me movimentar que eu vou parar, entende? Ou que me digam que tem mecônio e eu preciso ir pra cesárea se estou confortável em segurar mais 2 ou 3 horas monitorando o bebê. Ou ainda que preciso de ocitocina porque minha dilatação não evoluiu na ultima hora de trabalho de parto. Enquanto eu estiver confortável e segura, seguirei.
Claro que conto com a ajuda do meu amado Pai que através do seu Espírito Santo irá me guiar. O mesmo que me fez escutar o pulsar do cordão do meu filho mesmo antes de ter confirmado, irá me auxiliar.
E se eu precisar de uma cesárea, por conta de uma desproporção céfalo-pélvica (quando a cabeça do bebê é grande demais para a passagem da bacia da mãe - detalhe, só é possível diagnosticar isso quando a mulher está com dilatação total, assim é mandatório que se tenha o trabalho de parto pra diagnosticar) eu farei, sem dor no coração.
Duas coisas não farei:
Eu me conheço, mas demoro pra nomear as coisas que sinto. Mas quando bate o incomodo, é porque tem coisa que precisa de nome. Talvez a demora em escrever sobre o parto é justamente pela dificuldade de dar nome ao que me incomodava.
Finalmente encontrei e estou aqui. O que me incomoda é o elitismo.
Pode parecer estranho, mas é isso mesmo. O elitismo vem me incomodando e não é de hoje.
Eu já relatei meu parto e as razões que me levaram até ele. Não tenho nenhuma ferida física ou emocional da decisão que tomei. No entanto depois de 4 anos lendo muito sobre isso, eu já havia decidido antes mesmo de engravidar que teria um parto domiciliar.
Meu sonho é parir em casa, perto do meu filho. Não gosto de ambiente hospitalar, tenho até receio de travar meu parto quando chegar ao hospital. Mas não será possível. É financeiramente inviável.
É aí que entra o elitismo, e o ativismo para poucas.
Hoje há sim uma tentativa de retomar aquilo que é natural. Vamos aos fatos: a humanidade nasceu de partos vaginais! Há pouco tempo que o nascimento deixou de ser um evento fisiológico para se tornar um evento médico.
Esse tentativa é digna de aplausos, apesar de ser conduzida de maneira equivocada, ao meu olhar. Não é correto colocar mulheres em duas categorias diferentes: aquelas que pariram e aquelas que não pariram (apesar que considero cesárea como um ato de parir, é preciso coragem para fazer uma cirurgia de grande porte, como é uma cesárea e depois de poucas horas assumir os cuidados da cria). Não se joga mulheres contra mulheres.
Da mesma maneira que não acho correto a indução de cesáreas por médicos através do medo. Bebê grande, que não tem dilatação suficiente, circular no cordão, placenta velha, parto seco e muito mais.
Pior ainda são aqueles partos ditos normais, que no entanto são partos regados a violência: humilhação física (como 50 mil pessoas diferentes fazendo toque), violência psicológica (o famoso "na hora de fazer não gritou"), manobra de Kristeller (que consiste alguém subir em cima da barriga e empurrar o bebê), episiotomia (o famoso "cortinho") e por aí vai.
A questão é profunda. É lindo a obrigação de um partograma, no entanto como os profissionais farão partos normais respeitosos sem esses absurdos acima, se não foram preparados para tal?
Eu participo de alguns grupos de partos humanizados, que visam dar a mulher conhecimento de causa e empoderamento. E facilmente se lê: quem quer um parto humanizado prioriza e consegue. Naquela velha máxima que é melhor pagar uma equipe do que ir até Miami fazer o enxoval. Percebe a incoerência? Quantas são as gestantes que vão para Miami fazer o enxoval? É aí que está o elitismo.
O movimento de humanização do parto por muito tempo focou em quem pode pagar. É necessário brigar por mudança no SUS, fazer reciclagem desses profissionais pois são eles que atendem a maioria das gestantes. E ainda se torna uma alternativa para as mulheres que são atendidas por convênio terem onde procurar um parto respeitoso.
Temos vários lugares que atendem SUS e que são referencias no atendimento humanizado. Mas até a página 2. Das 3 casas de parto de São Paulo, todas elas não atendem gestantes com cesárea anterior. No fim se propaga a máxima de que cesárea uma vez é sempre cesárea. Um absurdo.
Resta então poucas opções:
- Sorte de encontrar um médico que respeite suas escolhas. Geralmente descobre-se se é verdade somente no final, quando a pressão por agendar o parto acontece.
- Contratar uma equipe humanizada e para isso você terá que: deixar de ir pra Miami (hahaha) ou vender o carro ou fazer uma rifa na internet.
- Sorte nº2 de ter em sua cidade uma das poucos unidades do SUS que tem atendimento humanizado e não ter cesárea anterior.
No meu caso estou contando com a sorte número 1: ter um profissional que verdadeiramente respeite minhas decisões. Saberei somente no final se assim será. No entanto temos o plano:
- Um plano de parto bem claro e estruturado. O próprio médico pediu que eu fizesse. Rodrigo terá de decorar.
- Vamos protocolar no hospital meu plano de parto.
- Preparo powerfull do marido. Ele será o garantidor das minhas vontades.
- Escolhemos o hospital que tem mais estrutura para parto normal
- Só vou internar a partir de 7 cm de dilatação, nem que eu tenha que assinar qualquer termo pra ser liberada. Ainda estou estudando se vamos ao hospital monitorar a dilatação ou se vamos pagar consulta para alguma parteira vir em casa pra verificar dilatação e coração do bebê (a consulta é bem mais barata que o acompanhamento do parto e tem duração de 1 hora).
- A doula iríamos contratar, fui conhecer e tudo. No entanto por questões financeiras não iremos fechar. Já estou vendo a preparação do marido pra ser meu "doulo". Ele vai aprender as técnicas de massagem e tudo.
- Começo os exercícios do períneo para evitar laceração na semana 35. É uma massagem no local além de exercícios específicos de agachamento. Marido será responsável pelas massagens.
Dr. André sempre me diz que o parto é meu. Não é contra parto normal depois de cesárea e isso já faz dele muito mais atualizado que muita gente aí. No entanto tem uma restrição, não faz parto pélvico, esse é o limite dele.
Se Giuseppe estiver pélvico? Vou atrás de uma versão cefálica externa, que pode ser feita a partir de 37 semanas. Se mesmo assim não resolver, aí eu vejo que faremos. O importante é que temos as regras claras.
Confesso que tenho até preguiça de pensar que terei que brigar para parir. No entanto na hora tenho certeza que vou tirar forças internas pra ter minha vontade respeitada. Rodrigo é bom de briga, isso já me ajuda.
Até onde eu vou na imposição do meu parto normal? Até onde EU estiver segura e confortável. Não é porque a enfermeira obstétrica do hospital estiver me dizendo que preciso parar de me movimentar que eu vou parar, entende? Ou que me digam que tem mecônio e eu preciso ir pra cesárea se estou confortável em segurar mais 2 ou 3 horas monitorando o bebê. Ou ainda que preciso de ocitocina porque minha dilatação não evoluiu na ultima hora de trabalho de parto. Enquanto eu estiver confortável e segura, seguirei.
Claro que conto com a ajuda do meu amado Pai que através do seu Espírito Santo irá me guiar. O mesmo que me fez escutar o pulsar do cordão do meu filho mesmo antes de ter confirmado, irá me auxiliar.
E se eu precisar de uma cesárea, por conta de uma desproporção céfalo-pélvica (quando a cabeça do bebê é grande demais para a passagem da bacia da mãe - detalhe, só é possível diagnosticar isso quando a mulher está com dilatação total, assim é mandatório que se tenha o trabalho de parto pra diagnosticar) eu farei, sem dor no coração.
Duas coisas não farei:
- uma cesárea eletiva. Dessa vez eu entro em trabalho de parto e meu corpo vai ter que trabalhar.
- Indução de parto antes de 41 semanas. Nem mesmo deslocamento da membrana.
É isso. Quando terminado eu vou compartilhar aqui meu plano de parto. E volto também para linkar algumas informações sobre o períneo e como estamos indo nesse caso.
Deus abençoe.
21 de ago. de 2015
Sensibilidade Seletiva
Eu sou uma pessoa que procura sempre respeitar a opinião dos outros, por mais que a opinião é diferente da minha. Isso porque sigo alguns princípios, dentre os quais: fazer aos outros aquilo que eu quero que faça pra mim e que as pessoas partem de contexto de vida diferentes. Esse ultimo aprendi mais profundamente na faculdade, com a melhor professora de sociologia que eu poderia ter.
Com isso em mãos eu não deixo de posicionar sempre que posso. Mas respeitando as regras de convivência, sempre.
Eu tive que me ausentar do face por uns tempos, devido a discussão da redução da maioridade penal, que eu sou absolutamente contra por motivos da minha crença, da minha fé, de princípios históricos e psicológicos. Não vou entrar no mérito de cada um, pois o post não é sobre isso. Eu fiquei afastada do face por razões de intensidade. Ler muitas coisas estava me fazendo muito mal, a gravidez deixa minha habitual intensidade acirrada.
Aí que algo aconteceu essa semana, e eu tive que vir aqui fazer minha terapia, afinal tudo tem ligação.
Eu trabalho bem pertinho da Av Paulista, mas pouco vou até ela (exceto pelo meu caminho obrigatório no começo e no fim do dia). É um lugar muito cheio de gente, e eu não sou dada a muvucas.
Pois bem que estava eu terminando de atravessar a avenida no horário do almoço (precisava ir ao banco que só tem lá) e bem em frente tinha uma banca de jornal. Ao lado da banca havia um morador de rua dormindo abraçado com seu cachorro. Bem abraçado mesmo. E os dois dormiam placidamente. Então me vem um cara todo engravatado, tira o celular do bolso do paletó e começa a tirar fotos.
Tive um reverterio. Um misto de revolta com estômago enjoado, sabe?!? Até minha pressão desejou dar uma caidinha.
Aí você pode me perguntar, que raio de problema tem a pessoa tirar foto de um momento tão amável entre um homem e seu cachorrinho?
O problema está na sensibilidade seletiva. Teria esse executivo olhado para o lado se esse morador de rua estivesse sozinho? Quantos e quantos temos na rua que sequer são vistos? Eles normalmente são reparados quando nos incomodam, ao pedir uma ajuda no semáforo. Eles são percebidos quando causam incômodo, não pela sua situação de vida.
Será esse morador de rua mais humano e digno de atenção somente pelo apego ao seu bichinho? A sensibilidade daquele homem que fotografou foi completamente seletiva.
A sensibilidade da população em geral é contra aquilo que a ataca, única e exclusivamente. Contra aquilo que acredita.
Eu mesma sofro demais ao ver pedintes na rua com crianças. Eu sofreria menos ao ignorar, mas não consigo.
Escutei hoje de alguém que veio ao mundo pra mudar e seguir seu caminho, não para mudar o mundo. Acredito mesmo que a mudança começa em nós, no entanto discordo absolutamente que não podemos mudar o mundo. O que seria de nós se os apóstolos de Cristo pensassem assim, eu jamais seria tocada por aquilo que mudou minha vida: o amor de Cristo.
Meu mundo é aquilo que vivo diariamente. Os lugares que eu frequento, as pessoas que convívio, meus filhos que absorvem exatamente o que eu e marido somos. Mas não posso deixar de lutar pelo outro, aquele que por inúmeras razões não tiveram a mesma estrutura familiar que eu, o mesmo compromisso e a mesmas oportunidades.
Que a sensibilidade nunca nos deixe e que a seletividade nunca nos acometa.
Com isso em mãos eu não deixo de posicionar sempre que posso. Mas respeitando as regras de convivência, sempre.
Eu tive que me ausentar do face por uns tempos, devido a discussão da redução da maioridade penal, que eu sou absolutamente contra por motivos da minha crença, da minha fé, de princípios históricos e psicológicos. Não vou entrar no mérito de cada um, pois o post não é sobre isso. Eu fiquei afastada do face por razões de intensidade. Ler muitas coisas estava me fazendo muito mal, a gravidez deixa minha habitual intensidade acirrada.
Aí que algo aconteceu essa semana, e eu tive que vir aqui fazer minha terapia, afinal tudo tem ligação.
Eu trabalho bem pertinho da Av Paulista, mas pouco vou até ela (exceto pelo meu caminho obrigatório no começo e no fim do dia). É um lugar muito cheio de gente, e eu não sou dada a muvucas.
Pois bem que estava eu terminando de atravessar a avenida no horário do almoço (precisava ir ao banco que só tem lá) e bem em frente tinha uma banca de jornal. Ao lado da banca havia um morador de rua dormindo abraçado com seu cachorro. Bem abraçado mesmo. E os dois dormiam placidamente. Então me vem um cara todo engravatado, tira o celular do bolso do paletó e começa a tirar fotos.
Tive um reverterio. Um misto de revolta com estômago enjoado, sabe?!? Até minha pressão desejou dar uma caidinha.
Aí você pode me perguntar, que raio de problema tem a pessoa tirar foto de um momento tão amável entre um homem e seu cachorrinho?
O problema está na sensibilidade seletiva. Teria esse executivo olhado para o lado se esse morador de rua estivesse sozinho? Quantos e quantos temos na rua que sequer são vistos? Eles normalmente são reparados quando nos incomodam, ao pedir uma ajuda no semáforo. Eles são percebidos quando causam incômodo, não pela sua situação de vida.
Será esse morador de rua mais humano e digno de atenção somente pelo apego ao seu bichinho? A sensibilidade daquele homem que fotografou foi completamente seletiva.
A sensibilidade da população em geral é contra aquilo que a ataca, única e exclusivamente. Contra aquilo que acredita.
Eu mesma sofro demais ao ver pedintes na rua com crianças. Eu sofreria menos ao ignorar, mas não consigo.
Escutei hoje de alguém que veio ao mundo pra mudar e seguir seu caminho, não para mudar o mundo. Acredito mesmo que a mudança começa em nós, no entanto discordo absolutamente que não podemos mudar o mundo. O que seria de nós se os apóstolos de Cristo pensassem assim, eu jamais seria tocada por aquilo que mudou minha vida: o amor de Cristo.
Meu mundo é aquilo que vivo diariamente. Os lugares que eu frequento, as pessoas que convívio, meus filhos que absorvem exatamente o que eu e marido somos. Mas não posso deixar de lutar pelo outro, aquele que por inúmeras razões não tiveram a mesma estrutura familiar que eu, o mesmo compromisso e a mesmas oportunidades.
Que a sensibilidade nunca nos deixe e que a seletividade nunca nos acometa.
17 de ago. de 2015
Update Segundinho: Terceiro Tri
Mais um marco, a chegada do último tri. Trimestre esse que na verdade pode durar 9 semanas (se nascer com 37) ou 14 semanas (se nascer com 42), mais elástico impossível :-))
Completamos 28 semanas de Giuseppe no forninho, como meu médico já considera o último tri, entrei no embalo dele hahaha.
Por aqui estamos bem. Com os perrengues devidamente controlados, mas com um cansaço pouco habitual. Falta de coragem me resume, tenho que tirar forças das mais profundas entranhas para conseguir fazer algo doméstico.
Tivemos semana passada pré natal. Vou fazer os exames de sangue (dentre eles a curva glicêmica) e nos deu um pedido de ultrasson, mas sem finalidade clinica. Só recreação mesmo. Ainda não sei se farei.
Pressão super baixa, hoje mesmo pela manhã passei um pouco de indisposição no escritório por isso. Altura uterina de acordo com a idade gestacional e peso até agora 4,5kgs. Pra 28 semanas estou considerando ótimo e sem me privar das coisas que gosto (exceto comida japonesa, que é só uma vez por mês, ou não teremos dinheiro pra viver devido a fortuna que custa).
Gianlucca está super bem, interagindo com o irmão que é uma Lindeza. Mas ele ainda não sentiu chutar, pois ele não tem paciência de esperar com a mão na barriga. Giuseppe é dado ao agito, dá cambalhotas. A noite até acordo com ele indo de um lado para o outro e chutando.
Eu volto muito breve com o assunto parto e enxoval. Além de considerações sobre educação infantil levado a potencia máxima no quesito teste de paciência.
Deus abençoe.
Completamos 28 semanas de Giuseppe no forninho, como meu médico já considera o último tri, entrei no embalo dele hahaha.
Por aqui estamos bem. Com os perrengues devidamente controlados, mas com um cansaço pouco habitual. Falta de coragem me resume, tenho que tirar forças das mais profundas entranhas para conseguir fazer algo doméstico.
Tivemos semana passada pré natal. Vou fazer os exames de sangue (dentre eles a curva glicêmica) e nos deu um pedido de ultrasson, mas sem finalidade clinica. Só recreação mesmo. Ainda não sei se farei.
Pressão super baixa, hoje mesmo pela manhã passei um pouco de indisposição no escritório por isso. Altura uterina de acordo com a idade gestacional e peso até agora 4,5kgs. Pra 28 semanas estou considerando ótimo e sem me privar das coisas que gosto (exceto comida japonesa, que é só uma vez por mês, ou não teremos dinheiro pra viver devido a fortuna que custa).
Gianlucca está super bem, interagindo com o irmão que é uma Lindeza. Mas ele ainda não sentiu chutar, pois ele não tem paciência de esperar com a mão na barriga. Giuseppe é dado ao agito, dá cambalhotas. A noite até acordo com ele indo de um lado para o outro e chutando.
Eu volto muito breve com o assunto parto e enxoval. Além de considerações sobre educação infantil levado a potencia máxima no quesito teste de paciência.
Deus abençoe.
27 de jul. de 2015
18 de jul. de 2015
Update Segudinho II
No inicio dessa semana completamos 23 semanas. Faltam cerca de 17 semanas, e muito sinceramente eu não vejo a hora.
Último post sobre a gestação foi no dia 26/05, e eu que achei que falaria da gestação mensalmente (no mínimo).
Sobre as dificuldades, estou procurando rir de tudo, pra não entrar em desespero, mas as vezes me sinto tão desaminada da vida que é difícil. Sei que isso não tem nada a ver com o Giuseppe propriamente, eu passo por tudo isso pois sei que em Novembro ele estará conosco. Vou contar a saga.
** Lombalgia e Bursite no quadril**
Eu sofro de bursite no quadril desde 2009. Um belo dia acordei com o quadril direito doendo, Só fui ao médico quando comecei a mancar. Fiz os exames e fui para a infiltração, o que melhorou logo. Depois desse episódio tive outras vezes, como no final da gestação do bambino, mas não dá pra tomar anti-inflamatório ou fazer infiltração. Mas em 2011 não era nada que me impossibilitava, só doía.
A lombalgia eu tive a primeira vez em 2014 e o que melhorou foi quiropraxia (quase morri pra fazer, pois é tipo uma tortura russa, sabe?), mas foi o que deu jeito. Novamente gravida eu não posso fazer.
Pois bem que eu estava sentindo dores na lombar e pernas havia um tempo, mas fazia repouso e melhorava. Até o dia em que travei, não consegui mais andar.
Passei a semana 18 e 19 de gestação travada. Fazendo fisioterapia diariamente e acupuntura (essa mais esporadicamente, não pode fazer seguido). O que me fez andar foi a acupuntura e continuo fazendo até hoje.
Nessas duas semanas, apesar do atestado, trabalhei de casa. Não tenho backup no escritório e tenho algumas tarefas que se não fizer os negócios não avançam. Por fim quando voltei ao escritório a diretora me chamou e junto com o gerente nos acertamos para fazer home office quando não estiver bem enquanto estou gestante. E ainda mudaram meu horário. Deus é maravilhoso, pois era algo que eu pedia há mais de 3 anos e finalmente foi concedido. Estou chegando em casa com 1 hora de antecedência, no mínimo!!
Quando travei eu passei em consulta com Dr André, foi ele quem indicou a acupuntura. Eu tomei uma injeção pois o negócio estava punk demais, mas ele me alertou que não poderia tomar muitas vezes, pela segurança do Giuseppe. Foi o que aliviou um pouco também.
**Cólicas, Giuseppe que não mexia e Intestino**
Faço acupuntura 1 vez por semana, toda quinta de manhã. Fui até lá e ele me perguntou se eu estava bem. Disse que eu estava com cólicas e o baby não estava mexendo, que saindo de lá eu iria ao hospital dar uma olhada (fazia uns 2 dias que não estava sentindo o Giuseppe). Ele nem fez a sessão, somente conferiu meus pulsos pra ver o batimento do Giuseppe e colocou as sementinhas de mostarda na orelha (eu fico a semana com as sementinhas).
Saí de lá e fui ao Promatre (o mais perto do meu trabalho), demorei muito pra ser atendida. O hospital estava lotado de gestante pra fazer a internação e todas passam pelo mesmo lugar, inclusive a emergência.
Pois bem que além de uma candidíase louca e ferrada eu precisei fazer lavagem intestinal. Estava com fezes empedradas. Além disso, muito sangramento no vaso sanitário, com indicação de hemorroida.
Fiz também exame de urina e urocultura. E apesar de não estar com infecção, estou com cristais na urina, o que indica pedra no rim, mas não fiz ultrasson para confirmar as pedras.
Giuseppe estava ótimo, escutamos o coração em mais 160 batimentos. Por isso a médica não me encaminhou para o ultrasson.
Depois que fiz a lavagem intestinal, tomei remédio para gases e remédio para dor eu senti ele mexendo novamente.
**Mal-estar e vomito fora de hora**
E depois disso tudo, ainda passei muito mal. Muito provável que algo que comi, mas vomitei a primeira vez nessa gestação com 22 semanas. Fiz repouso e melhorei, apesar de ficar uns dias com o corpo ruim.
**Morfológica e Consulta**
Fizemos a morfológica e para glória de Deus tudo está perfeito. Giuseppe estava com 28 cm e 514gr. E não fica parado de jeito nenhum!! Quase impossível de contar os dedos dos pés, pois não conseguia pegar uma imagem.
A placenta está no lugar que ela deveria estar, subiu pra Glória de Deus.
Fizemos também o ultrasoon transvaginal para verificar a largura do colo do útero. Esse exame é muito importante pois já dá indicação de tendência ao parto prematuro. O colo precisa estar acima de 2,5. O meu está 4,10. Nem todos os médicos pedem, eu mesma não fiz na gestação do Gianlucca pois fazia pré-natal com outro médico nessa época. Vale a pena pedir para o seu médico, não custa nada.
Na consulta foi tudo bem. Alura Uterina de acordo com a idade gestacional, coração firme e forte, minha pressão continua baixa (mas não tenho passado mal) e meu peso, somente 1kg até agora. Nem eu estou acreditando que mais da metade do caminho e engordei somente 1kg.
Tenho me alimentado bem, como o habitual, e de vez em quando uma porcaria. E não tenho sentido "vontades" (na gestação do bambino eu tomava 1 litro de suco de uva por dia!). Apesar da alimentação balanceada, o intestino não funciona. Gente, é mais de semana sem ir ao banheiro, e quando vou falto chorar. Assim na consulta o medico me indicou um remédio fitoterápico e estou tomando 1 por dia. Tem funcionado!
Mediante todas essas dificuldades, o que tenho desejado é minha licença logo. Não porque não quero trabalhar ou quero que ele venha logo (só depois de 37 semanas, pois não estou afim de sair do hospital e deixar meu pequeno lá ganhando peso). Quero mesmo é descansar! Repousar! Só isso.
Sobre segundinho acho que é isso.
Gianlucca anda ansioso por querer o irmão. Como minha barriga deu um salto, ele pergunta se vai sair logo. Diz que vai dar banho, que ele precisa de brinquedos e roupas. Que Deus conserve toda essa disposição!
Deus abençoe vocês e as barrigas e os nenéns.
Último post sobre a gestação foi no dia 26/05, e eu que achei que falaria da gestação mensalmente (no mínimo).
Sobre as dificuldades, estou procurando rir de tudo, pra não entrar em desespero, mas as vezes me sinto tão desaminada da vida que é difícil. Sei que isso não tem nada a ver com o Giuseppe propriamente, eu passo por tudo isso pois sei que em Novembro ele estará conosco. Vou contar a saga.
** Lombalgia e Bursite no quadril**
Eu sofro de bursite no quadril desde 2009. Um belo dia acordei com o quadril direito doendo, Só fui ao médico quando comecei a mancar. Fiz os exames e fui para a infiltração, o que melhorou logo. Depois desse episódio tive outras vezes, como no final da gestação do bambino, mas não dá pra tomar anti-inflamatório ou fazer infiltração. Mas em 2011 não era nada que me impossibilitava, só doía.
A lombalgia eu tive a primeira vez em 2014 e o que melhorou foi quiropraxia (quase morri pra fazer, pois é tipo uma tortura russa, sabe?), mas foi o que deu jeito. Novamente gravida eu não posso fazer.
Pois bem que eu estava sentindo dores na lombar e pernas havia um tempo, mas fazia repouso e melhorava. Até o dia em que travei, não consegui mais andar.
Passei a semana 18 e 19 de gestação travada. Fazendo fisioterapia diariamente e acupuntura (essa mais esporadicamente, não pode fazer seguido). O que me fez andar foi a acupuntura e continuo fazendo até hoje.
Nessas duas semanas, apesar do atestado, trabalhei de casa. Não tenho backup no escritório e tenho algumas tarefas que se não fizer os negócios não avançam. Por fim quando voltei ao escritório a diretora me chamou e junto com o gerente nos acertamos para fazer home office quando não estiver bem enquanto estou gestante. E ainda mudaram meu horário. Deus é maravilhoso, pois era algo que eu pedia há mais de 3 anos e finalmente foi concedido. Estou chegando em casa com 1 hora de antecedência, no mínimo!!
Quando travei eu passei em consulta com Dr André, foi ele quem indicou a acupuntura. Eu tomei uma injeção pois o negócio estava punk demais, mas ele me alertou que não poderia tomar muitas vezes, pela segurança do Giuseppe. Foi o que aliviou um pouco também.
**Cólicas, Giuseppe que não mexia e Intestino**
Faço acupuntura 1 vez por semana, toda quinta de manhã. Fui até lá e ele me perguntou se eu estava bem. Disse que eu estava com cólicas e o baby não estava mexendo, que saindo de lá eu iria ao hospital dar uma olhada (fazia uns 2 dias que não estava sentindo o Giuseppe). Ele nem fez a sessão, somente conferiu meus pulsos pra ver o batimento do Giuseppe e colocou as sementinhas de mostarda na orelha (eu fico a semana com as sementinhas).
Saí de lá e fui ao Promatre (o mais perto do meu trabalho), demorei muito pra ser atendida. O hospital estava lotado de gestante pra fazer a internação e todas passam pelo mesmo lugar, inclusive a emergência.
Pois bem que além de uma candidíase louca e ferrada eu precisei fazer lavagem intestinal. Estava com fezes empedradas. Além disso, muito sangramento no vaso sanitário, com indicação de hemorroida.
Fiz também exame de urina e urocultura. E apesar de não estar com infecção, estou com cristais na urina, o que indica pedra no rim, mas não fiz ultrasson para confirmar as pedras.
Giuseppe estava ótimo, escutamos o coração em mais 160 batimentos. Por isso a médica não me encaminhou para o ultrasson.
Depois que fiz a lavagem intestinal, tomei remédio para gases e remédio para dor eu senti ele mexendo novamente.
**Mal-estar e vomito fora de hora**
E depois disso tudo, ainda passei muito mal. Muito provável que algo que comi, mas vomitei a primeira vez nessa gestação com 22 semanas. Fiz repouso e melhorei, apesar de ficar uns dias com o corpo ruim.
**Morfológica e Consulta**
Fizemos a morfológica e para glória de Deus tudo está perfeito. Giuseppe estava com 28 cm e 514gr. E não fica parado de jeito nenhum!! Quase impossível de contar os dedos dos pés, pois não conseguia pegar uma imagem.
A placenta está no lugar que ela deveria estar, subiu pra Glória de Deus.
Fizemos também o ultrasoon transvaginal para verificar a largura do colo do útero. Esse exame é muito importante pois já dá indicação de tendência ao parto prematuro. O colo precisa estar acima de 2,5. O meu está 4,10. Nem todos os médicos pedem, eu mesma não fiz na gestação do Gianlucca pois fazia pré-natal com outro médico nessa época. Vale a pena pedir para o seu médico, não custa nada.
Na consulta foi tudo bem. Alura Uterina de acordo com a idade gestacional, coração firme e forte, minha pressão continua baixa (mas não tenho passado mal) e meu peso, somente 1kg até agora. Nem eu estou acreditando que mais da metade do caminho e engordei somente 1kg.
Tenho me alimentado bem, como o habitual, e de vez em quando uma porcaria. E não tenho sentido "vontades" (na gestação do bambino eu tomava 1 litro de suco de uva por dia!). Apesar da alimentação balanceada, o intestino não funciona. Gente, é mais de semana sem ir ao banheiro, e quando vou falto chorar. Assim na consulta o medico me indicou um remédio fitoterápico e estou tomando 1 por dia. Tem funcionado!
Mediante todas essas dificuldades, o que tenho desejado é minha licença logo. Não porque não quero trabalhar ou quero que ele venha logo (só depois de 37 semanas, pois não estou afim de sair do hospital e deixar meu pequeno lá ganhando peso). Quero mesmo é descansar! Repousar! Só isso.
Sobre segundinho acho que é isso.
Gianlucca anda ansioso por querer o irmão. Como minha barriga deu um salto, ele pergunta se vai sair logo. Diz que vai dar banho, que ele precisa de brinquedos e roupas. Que Deus conserve toda essa disposição!
Deus abençoe vocês e as barrigas e os nenéns.
29 de jun. de 2015
Gratidão ao meu amor
Sabe que não sou romântica. Dificilmente faço declaração publica no face no dia dos namorados, aniversário de casamento, aniversário de namoro e tal. Marido igual. Somos um casal contido, mas isso lá em casa não significa falta de love.
No entanto já fui jovem (#abafa) e romântica. Um dia desapontada com a vida fiz uma lista dos itens que desejava no meu marido, e apresentei diante de Deus. Dos 60 elementos fundamentais (a exigente) Rodrigo veio equipado com 54 deles, inclusive aquela muito importante - saber e gostar de cozinhar, porque sou uma lastima - não mencionei o quesito paciência e claro esse "opcional" não veio hahahahha.
Então que estou grávida e apaixonada pelo marido, mais do que o habitual. Devo confessar que me sinto meio "brega", mas preciso vir aqui dizer o quanto sou grata.
Primeiro a Deus, pois colocou Rodrigo na minha vida, na medida que eu pedi.
Segundamente (existe essa palavra?!?) ao próprio marido, por ele ser quem ele é!
Sou fã do meu marido. Ele além de uma pessoa muito adorável na maior parte do tempo, simpático, sociável, conversador (amaaaa bater papo em qualquer lugar, principalmente em filas de caixas esperando pra pagar), ele é de um coração enorme. Fica sem dormir ao saber que crianças em Angola tem morrido de fome e doenças bestas, fica irado com a corrupção, se engaja na economia de água e é de uma ética impecável.
Cuida do bambino de maneira admirável, doando do seu tempo pra ele. Cuida das nossas finanças de modo incrível e eu não compro uma caneta sem antes falar com ele, afinal estamos juntos nas viagens e nos momentos capengas.
Enfim, ele é o amor da minha vida e meus filhos não poderiam ter pai melhor :-))
No entanto já fui jovem (#abafa) e romântica. Um dia desapontada com a vida fiz uma lista dos itens que desejava no meu marido, e apresentei diante de Deus. Dos 60 elementos fundamentais (a exigente) Rodrigo veio equipado com 54 deles, inclusive aquela muito importante - saber e gostar de cozinhar, porque sou uma lastima - não mencionei o quesito paciência e claro esse "opcional" não veio hahahahha.
Então que estou grávida e apaixonada pelo marido, mais do que o habitual. Devo confessar que me sinto meio "brega", mas preciso vir aqui dizer o quanto sou grata.
Primeiro a Deus, pois colocou Rodrigo na minha vida, na medida que eu pedi.
Segundamente (existe essa palavra?!?) ao próprio marido, por ele ser quem ele é!
Sou fã do meu marido. Ele além de uma pessoa muito adorável na maior parte do tempo, simpático, sociável, conversador (amaaaa bater papo em qualquer lugar, principalmente em filas de caixas esperando pra pagar), ele é de um coração enorme. Fica sem dormir ao saber que crianças em Angola tem morrido de fome e doenças bestas, fica irado com a corrupção, se engaja na economia de água e é de uma ética impecável.
Cuida do bambino de maneira admirável, doando do seu tempo pra ele. Cuida das nossas finanças de modo incrível e eu não compro uma caneta sem antes falar com ele, afinal estamos juntos nas viagens e nos momentos capengas.
Enfim, ele é o amor da minha vida e meus filhos não poderiam ter pai melhor :-))
18 de jun. de 2015
Sobre comunicação não violenta
Em Março rolou um evento online sobre maternagem consciente. Eu quase não consegui acompanhar pois estávamos viajando, perdi inclusive a palestra da Anna Gallafrio, e estava super na expectativa de ver.
Mas uma delas eu consegui assistir, falava sobre comunicação não violenta. Todo o encontro estava voltado para a criação com apego.
Depois dessa aula, foi lançado um mini curso sobre comunicação não violenta. Faz algum tempo, mas só consegui escrever agora sobre isso. E apesar de serem 3 videos, foi um pouco difícil de assistir, pela dificuldade de encaixar no meu dia a dia. No fim, consegui fazer e foi ótimo!
Aprendi um conceito que mudou minha maneira de ver principalmente meu filho. Engraçado que eu já sabia disso, mas foi como se uma porta se abrisse na minha frente. Olhei para o mesmo conceito que praticava, mas de maneira diferente:
"Atrás de um comportamento há sempre uma necessidade"
Sim, eu sempre busquei saber qual a razão das atitudes do Gianlucca. Mesmo pequenino eu tentava "ler" meu filho. O que ele estava precisando?!?
Mesmo assim em muitos momentos eu explodi. Principalmente com ele grande. Quando bebê eu não explodia, mas me desesperava quando não conseguia identificar o que estava acontecendo.
Ainda acontece. Algumas vezes eu viro uma granada sem o pino, mas diminuiu bastante. Um exemplo pratico:
Era um sábado quando bambino foi ao sitio com os meus pais. Foram colher feijão. Ele como sempre ajudou muito (estamos criando um workaholic mesmo sem intenção) ao final do dia estava completamente cansado. Chegou em casa próximo das 19hs dormindo. Tentei acordar, mas ele me disse que estava muito cansado. Deixei então dormir e falei para marido que se tivesse que madrugar, amém! Estaria disposta.
As 20:30 ele acordou chorando. Fui até o quarto e abracei, como sempre faço. Perguntei o que estava acontecendo, e ele não respondia. Só chorava. Fui perguntando: você está chorando porque está com fome? Ainda sono? Sua cabeça está doendo (havia batido), está doendo algum lugar? Quer colo? Quer banho? Quer sair da cama? E muitas outras calmamente.
Até que, ainda chorando, ele me disse que queria ir na casa da minha mãe. Disse que ela não estava lá, a casa estava fechada pois eles tinham ido na igreja. Mas ele continuou chorando. Fiz então o que aprendi e disse: você está triste porque dormiu no carro e não viu a sua avó sair? Ele fez que sim com a cabeça. Então eu disse: você quer ir até lá e ver que ela não está? Ele concordou.
Enrolei no cobertor e fui. Chegando lá a porta estava fechada. Fiz então um combinado. Voltaríamos pra casa, ele comeria, tomaria banho, iria ver um pouco de desenho e quando eles voltassem eu levaria ele até lá. Ele aceitou e parou de chorar.
O que eu faria em outros tempos? Abraçaria (como sempre faço, inclusive quando estou nervosa) e esperaria ele parar de chorar até ele falar o que queria. Muitas vezes ele não falava, e ficávamos nesse looping que eu classificaria até como opressor. Ele sem saber o que queria, e eu aguentando choro sem saber como resolver.
Não é fácil essa leitura! Não é fácil fazer perguntas e tentar ajudar, até porque muitas vezes eles não querem ajuda (Gianlucca muitas vezes não colabora). Mas mesmo hoje quando ele não colabora eu faço esse exercício: o que ele esta precisando? Porque esse comportamento?
No modo automático da vida não funciona. Na pressa de resolver não funciona. No estagio superior de stress também não.
Pra se conectar, criar vinculos e fusionar é preciso tempo e dedicação.
O que aprendi também é que a empatia não é se simplesmente se colocar no lugar do outro, se perguntando "o que eu faria nessa situação?". Empatia vai além disso, até porque se colocando na situação do outro automaticamente virá um conselho. Aconselhar não faz parte do processo de empatia.
Empatia primariamente é ouvir, de maneira atenta, única, de maneira que se entrega mesmo. Onde quem está falando sinta-se ouvido e compreendido.
Um exemplo onde usei empatia:
Gianlucca tem verdadeira fixação por usar gesso. Acho que o sonho dele é engessar qualquer parte do corpo, tanto que qualquer sinal de batida ele diz que vai precisar engessar (hahahah). Um dia a noite Rodrigo estava em São Paulo, eu estava terminando o jantar e quase colocando na mesa e disse para Gianlucca ir fazer xixi e lavar a mão. Lá foi ele, mas estava demorando. Chamei e quando ele voltou e estava com o braço e a mão direita "engessada" de papel higiênico. Entrei na brincadeira com ele, e disse que ele poderia comer com a outra mão.
Terminado de comer disse pra ele ir tomar banho. Ele chegou no banheiro e tirou o "gesso". Eu cheguei logo atrás e vi que tinha um pinguinho de xixi na borda do vaso. Muito inocentemente peguei o papel do chão e limpei o pinguinho e disse que ele precisava sempre fazer isso. Era o gesso minha gente. Limpei o pinguinho com o gesso!!!
Bambino chorou muito, de escorrer lágrima e tudo. Ele me dizia que eu tinha estragado o gesso dele. Eu me desculpei e disse que faria um novo gesso com um papel novo, mas ele não queria. Foi então que eu decidi que deveria parar de falar e escutar. Escutei atentamente todos os lamentos dele, tudo o que ele tinha pra me falar. Até que ele me disse que eu não prestei atenção na brincadeira dele (forte né? e verdadeiro afinal eu não me atentei que era o gesso).
Depois que ele falou e eu atentamente escutei, me desculpei mais uma vez e perguntei como eu poderia arrumar o meu descuido: ele disse então que eu poderia secar o papel. Foi o que fiz. E mesmo pensando que ele colocaria um papel com respingo de xixi (ai ai) eu vi que isso não era o mais importante. No fim mesmo com o papel seco ele não voltou a usar o gesso. E nos resolvemos :-))
Novamente, no modo automático da vida não funciona. Na pressa de resolver não funciona. No estagio superior de stress também não.
Pra se conectar, criar vinculos e fusionar é preciso tempo e dedicação.
Gianlucca está demandando muita atenção. Muita! Voltei a época da minha vida que tenho companhia até no banheiro. Nessas horas que me faltam 5 minutos de individualidade eu respiro e digo pra mim mesma: ele não vai ter 4 anos sempre, vai chegar a época que ele não vai me querer tão perto assim. Aí eu abraço e faço meu melhor. Sempre.
Mas uma delas eu consegui assistir, falava sobre comunicação não violenta. Todo o encontro estava voltado para a criação com apego.
Depois dessa aula, foi lançado um mini curso sobre comunicação não violenta. Faz algum tempo, mas só consegui escrever agora sobre isso. E apesar de serem 3 videos, foi um pouco difícil de assistir, pela dificuldade de encaixar no meu dia a dia. No fim, consegui fazer e foi ótimo!
Aprendi um conceito que mudou minha maneira de ver principalmente meu filho. Engraçado que eu já sabia disso, mas foi como se uma porta se abrisse na minha frente. Olhei para o mesmo conceito que praticava, mas de maneira diferente:
"Atrás de um comportamento há sempre uma necessidade"
Sim, eu sempre busquei saber qual a razão das atitudes do Gianlucca. Mesmo pequenino eu tentava "ler" meu filho. O que ele estava precisando?!?
Mesmo assim em muitos momentos eu explodi. Principalmente com ele grande. Quando bebê eu não explodia, mas me desesperava quando não conseguia identificar o que estava acontecendo.
Ainda acontece. Algumas vezes eu viro uma granada sem o pino, mas diminuiu bastante. Um exemplo pratico:
Era um sábado quando bambino foi ao sitio com os meus pais. Foram colher feijão. Ele como sempre ajudou muito (estamos criando um workaholic mesmo sem intenção) ao final do dia estava completamente cansado. Chegou em casa próximo das 19hs dormindo. Tentei acordar, mas ele me disse que estava muito cansado. Deixei então dormir e falei para marido que se tivesse que madrugar, amém! Estaria disposta.
As 20:30 ele acordou chorando. Fui até o quarto e abracei, como sempre faço. Perguntei o que estava acontecendo, e ele não respondia. Só chorava. Fui perguntando: você está chorando porque está com fome? Ainda sono? Sua cabeça está doendo (havia batido), está doendo algum lugar? Quer colo? Quer banho? Quer sair da cama? E muitas outras calmamente.
Até que, ainda chorando, ele me disse que queria ir na casa da minha mãe. Disse que ela não estava lá, a casa estava fechada pois eles tinham ido na igreja. Mas ele continuou chorando. Fiz então o que aprendi e disse: você está triste porque dormiu no carro e não viu a sua avó sair? Ele fez que sim com a cabeça. Então eu disse: você quer ir até lá e ver que ela não está? Ele concordou.
Enrolei no cobertor e fui. Chegando lá a porta estava fechada. Fiz então um combinado. Voltaríamos pra casa, ele comeria, tomaria banho, iria ver um pouco de desenho e quando eles voltassem eu levaria ele até lá. Ele aceitou e parou de chorar.
O que eu faria em outros tempos? Abraçaria (como sempre faço, inclusive quando estou nervosa) e esperaria ele parar de chorar até ele falar o que queria. Muitas vezes ele não falava, e ficávamos nesse looping que eu classificaria até como opressor. Ele sem saber o que queria, e eu aguentando choro sem saber como resolver.
Não é fácil essa leitura! Não é fácil fazer perguntas e tentar ajudar, até porque muitas vezes eles não querem ajuda (Gianlucca muitas vezes não colabora). Mas mesmo hoje quando ele não colabora eu faço esse exercício: o que ele esta precisando? Porque esse comportamento?
No modo automático da vida não funciona. Na pressa de resolver não funciona. No estagio superior de stress também não.
Pra se conectar, criar vinculos e fusionar é preciso tempo e dedicação.
O que aprendi também é que a empatia não é se simplesmente se colocar no lugar do outro, se perguntando "o que eu faria nessa situação?". Empatia vai além disso, até porque se colocando na situação do outro automaticamente virá um conselho. Aconselhar não faz parte do processo de empatia.
Empatia primariamente é ouvir, de maneira atenta, única, de maneira que se entrega mesmo. Onde quem está falando sinta-se ouvido e compreendido.
Um exemplo onde usei empatia:
Gianlucca tem verdadeira fixação por usar gesso. Acho que o sonho dele é engessar qualquer parte do corpo, tanto que qualquer sinal de batida ele diz que vai precisar engessar (hahahah). Um dia a noite Rodrigo estava em São Paulo, eu estava terminando o jantar e quase colocando na mesa e disse para Gianlucca ir fazer xixi e lavar a mão. Lá foi ele, mas estava demorando. Chamei e quando ele voltou e estava com o braço e a mão direita "engessada" de papel higiênico. Entrei na brincadeira com ele, e disse que ele poderia comer com a outra mão.
Terminado de comer disse pra ele ir tomar banho. Ele chegou no banheiro e tirou o "gesso". Eu cheguei logo atrás e vi que tinha um pinguinho de xixi na borda do vaso. Muito inocentemente peguei o papel do chão e limpei o pinguinho e disse que ele precisava sempre fazer isso. Era o gesso minha gente. Limpei o pinguinho com o gesso!!!
Bambino chorou muito, de escorrer lágrima e tudo. Ele me dizia que eu tinha estragado o gesso dele. Eu me desculpei e disse que faria um novo gesso com um papel novo, mas ele não queria. Foi então que eu decidi que deveria parar de falar e escutar. Escutei atentamente todos os lamentos dele, tudo o que ele tinha pra me falar. Até que ele me disse que eu não prestei atenção na brincadeira dele (forte né? e verdadeiro afinal eu não me atentei que era o gesso).
Depois que ele falou e eu atentamente escutei, me desculpei mais uma vez e perguntei como eu poderia arrumar o meu descuido: ele disse então que eu poderia secar o papel. Foi o que fiz. E mesmo pensando que ele colocaria um papel com respingo de xixi (ai ai) eu vi que isso não era o mais importante. No fim mesmo com o papel seco ele não voltou a usar o gesso. E nos resolvemos :-))
Novamente, no modo automático da vida não funciona. Na pressa de resolver não funciona. No estagio superior de stress também não.
Pra se conectar, criar vinculos e fusionar é preciso tempo e dedicação.
Gianlucca está demandando muita atenção. Muita! Voltei a época da minha vida que tenho companhia até no banheiro. Nessas horas que me faltam 5 minutos de individualidade eu respiro e digo pra mim mesma: ele não vai ter 4 anos sempre, vai chegar a época que ele não vai me querer tão perto assim. Aí eu abraço e faço meu melhor. Sempre.
1 de jun. de 2015
Giuseppe is coming
Confirmamos nesse último sábado que é menino!! Meu pequeno de 14cm e 166grs colaborou lindamente, estava todo a vontade e pulando!
Lindo de ver meu pequeno. Muito amor!
Gianlucca recebeu dizendo que agora queria uma menina, só pra ser do contra hahaha. Mas ele está super tranquilo.
Eu já tinha comprado algumas peças, todos de menino, mas agora é hora de começar os trabalhos! E vamos pesquisar!!
Medico disse que minha placenta está muito baixa, ainda não está previa (tapando o canal vaginal) mas precisamos acompanhar. Placenta previa é indicação absoluta de cesárea, pois impede a passagem do bebê. Oremos pra que tudo se normalize.
Bom, é isso! Segue foto da barriga.
Fiquem com Deus.
Lindo de ver meu pequeno. Muito amor!
Gianlucca recebeu dizendo que agora queria uma menina, só pra ser do contra hahaha. Mas ele está super tranquilo.
Eu já tinha comprado algumas peças, todos de menino, mas agora é hora de começar os trabalhos! E vamos pesquisar!!
Medico disse que minha placenta está muito baixa, ainda não está previa (tapando o canal vaginal) mas precisamos acompanhar. Placenta previa é indicação absoluta de cesárea, pois impede a passagem do bebê. Oremos pra que tudo se normalize.
Bom, é isso! Segue foto da barriga.
Fiquem com Deus.
26 de mai. de 2015
Update gestação segundinho (a)
Enquanto Gianlucca brinca na areia, vou escrevendo. Muito provável que não consiga terminar pois domingo é um dia bem corrido, vamos tentar.
Aí que a PVzinha me perguntou como estava segundinho e então vi que não falo sobre a gestação em si desde 31/03, aliás post único né?!?
Vamos lá.
Dos sintomas que tenho muitos deles eu tive na gestação do bambino, a novidade é que está vindo muito mais cedo :-))
Enjôos - tenho de maneira esporádica, mas ainda eles dão as caras. É tranquilo de administrar.
Pressão baixa - sempre tive na verdade, mas na gestação cai mais ainda e segundo Dr. André não temos nada pra fazer, além de repouso. Isso já me rendeu alguns dias de atestado (que não gosto, porque meu trabalho acumula demais já que não tenho ninguém de backup).
Hipoglicemia - quando dá é um Deus me acuda, pois aí a pressão cai também. Por enquanto só tive uma vez no metrô, mas consegui chegar até uma lanchonete e comi alguna coisa e logo chegou o fretado. Como estou terminado o post hoje, na terça, atualizou que tive novamente, no fretado voltando pra casa, e é cruel demais.
Intestino preso - esse estou sofrendo, porque ele não funciona. Na última consulta me esqueci de falar, preciso anotar pois está complicado.
Controle glicemia e peso - essa aqui é novidade. Na gestação do Gianlucca não tive problema, e por enquanto ainda não é um problema, mas na glicemia estou no limite. Acontece que essa gestação eu comecei 4 kilos mais pesadinha, pois estavamos em férias no lugar que comem 4 pratos por refeição e um deles é obrigatoriamente massa. Não posso engordar muito. Rodrigo já queria me colocar na dieta, mas Dr. André me salvou :-)). Em minha defesa, até 12 semanas de gestação engordei 800gr.
Falta de coragem/ ânimo/ cansaço - sério, tem dia que me falta coragem de falar! No sábado preciso me recuperar da semana e pouco faço as coisas de casa. No domingo tento dar um jeito na casa. Rodrigo tem me salvado cuidando sozinho da cozinha, pra não morrermos de fome. Minha mãe me socorre lavando minha roupa. E assim vamos indo. Tem semana que faço faxina na cozinha, na outra na casa. Nunca mais consegui limpar a casa todinha.
Sinto bastante as tremidinhas do bebê, e é uma delicia!! Rodrigo disse que sentiu outro dia também, enquanto eu dormia.
A barriga está enorme, desde as 12 semanas. Fui comprar umas calças de elástico pois não aguento nada me apertando. A moça da loja me perguntou se não são gêmeos hahahhh.
Gianlucca tem administrado bem, mas não posso bobear que ele bate da minha barriga. Sempre se justifica que foi sem querer ou que está fazendo carinho no irmão. Ele não quer menina, diz que o irmão dele é um menino. Talvez dê um pouco de trabalho nesse sentido, sendo uma menina. Sua justificativa de preferência é bem clara: meninas são chatas, não gostam de brincar. Veremos.
Rodrigo está animado, dizendo que depois dos 6 meses fará papinhas gostosas e saudáveis. Que terá bebê pra cheirar.
Eu estou aqui, sem ansiedades. Feliz e vivendo semana por semana. Aliás, estamos com os pés alcançando 16 semanas.
Não contei aqui, mas minha cunhada também está gravida. Temos 4 dias de diferença de DDP. É uma menina, Alice.
Aqui ainda não sabemos quem me habita. Mas eu volto pra contar e pra mostrar a barriga.
Bjs!
Aí que a PVzinha me perguntou como estava segundinho e então vi que não falo sobre a gestação em si desde 31/03, aliás post único né?!?
Vamos lá.
Dos sintomas que tenho muitos deles eu tive na gestação do bambino, a novidade é que está vindo muito mais cedo :-))
Enjôos - tenho de maneira esporádica, mas ainda eles dão as caras. É tranquilo de administrar.
Pressão baixa - sempre tive na verdade, mas na gestação cai mais ainda e segundo Dr. André não temos nada pra fazer, além de repouso. Isso já me rendeu alguns dias de atestado (que não gosto, porque meu trabalho acumula demais já que não tenho ninguém de backup).
Hipoglicemia - quando dá é um Deus me acuda, pois aí a pressão cai também. Por enquanto só tive uma vez no metrô, mas consegui chegar até uma lanchonete e comi alguna coisa e logo chegou o fretado. Como estou terminado o post hoje, na terça, atualizou que tive novamente, no fretado voltando pra casa, e é cruel demais.
Intestino preso - esse estou sofrendo, porque ele não funciona. Na última consulta me esqueci de falar, preciso anotar pois está complicado.
Controle glicemia e peso - essa aqui é novidade. Na gestação do Gianlucca não tive problema, e por enquanto ainda não é um problema, mas na glicemia estou no limite. Acontece que essa gestação eu comecei 4 kilos mais pesadinha, pois estavamos em férias no lugar que comem 4 pratos por refeição e um deles é obrigatoriamente massa. Não posso engordar muito. Rodrigo já queria me colocar na dieta, mas Dr. André me salvou :-)). Em minha defesa, até 12 semanas de gestação engordei 800gr.
Falta de coragem/ ânimo/ cansaço - sério, tem dia que me falta coragem de falar! No sábado preciso me recuperar da semana e pouco faço as coisas de casa. No domingo tento dar um jeito na casa. Rodrigo tem me salvado cuidando sozinho da cozinha, pra não morrermos de fome. Minha mãe me socorre lavando minha roupa. E assim vamos indo. Tem semana que faço faxina na cozinha, na outra na casa. Nunca mais consegui limpar a casa todinha.
Sinto bastante as tremidinhas do bebê, e é uma delicia!! Rodrigo disse que sentiu outro dia também, enquanto eu dormia.
A barriga está enorme, desde as 12 semanas. Fui comprar umas calças de elástico pois não aguento nada me apertando. A moça da loja me perguntou se não são gêmeos hahahhh.
Gianlucca tem administrado bem, mas não posso bobear que ele bate da minha barriga. Sempre se justifica que foi sem querer ou que está fazendo carinho no irmão. Ele não quer menina, diz que o irmão dele é um menino. Talvez dê um pouco de trabalho nesse sentido, sendo uma menina. Sua justificativa de preferência é bem clara: meninas são chatas, não gostam de brincar. Veremos.
Rodrigo está animado, dizendo que depois dos 6 meses fará papinhas gostosas e saudáveis. Que terá bebê pra cheirar.
Eu estou aqui, sem ansiedades. Feliz e vivendo semana por semana. Aliás, estamos com os pés alcançando 16 semanas.
Não contei aqui, mas minha cunhada também está gravida. Temos 4 dias de diferença de DDP. É uma menina, Alice.
Aqui ainda não sabemos quem me habita. Mas eu volto pra contar e pra mostrar a barriga.
Bjs!
20 de mai. de 2015
Sobre Imprinting
Já tinha bastante tempo que queria escrever sobre imprinting, até porque ele é abordado dentro da teoria do attachment parent (criação com apego). Mas me faltava um pouco de oportunidade, de reconhecimento de "dor" vivida e depois que engravidei tem é me faltado ânimo, mas depois volto a falar sobre isso.
Depois de um post desabafo e totalmente desconexo, vamos lá pagar a minha divida comigo mesma.
Ressalto que não sou especialista em coisa nenhuma, escrevo daquilo que li, absorvi, entendi e procuro viver. Não como verdade absoluta, pois como uma pessoa de Humanas que sou sei que eventos são incomparáveis já que sempre partimos de contextos diferentes, invariavelmente.
Imprinting foi analisado pela neurociência, é aquele momento de "registro", reconhecimento, olhar, cheiro e entrega logo após o nascimento. Já viu foto de parto (geralmente humanizado nesse caso) onde o bebê que acabou de nascer está de olho super aberto e olhando nos olhos e fixamente para a mãe? Isso é imprinting.
Esse é o inicio do vínculo. Não que o bebê e a mãe que não tenham esse momento não tenham vinculo, sim terão! Mas o que acontece nesse momento é tão importante, que é muito bacana não deixar passar. É ali que há reconhecimento mútuo, que bebê vai reconhecer a mãe pelo cheiro imediatamente, que a mãe vai gravar na memória todos os detalhes do bebê, que o cérebro da mulher vai entender que está feito, a cria está aí!! É uma segunda explosão da ocitocina (hormônio do amor), a primeira é durante o trabalho de parto, com o útero trabalhando (ocitocina natural).
O que me fez escrever sobre isso agora (faz tempinho na verdade) foi o fato de uma maternidade grande e famosa de São Paulo ter trocado dois bebês. O "erro" foi descoberto em tempo, e as familias levaram pra casa seus respectivos bebês. O que me chamou a atenção é que os pais apesar do desconforto ao ver aquele bebê, só realmente tiveram convicção (segundo a reportagem que eu li) de que não se tratava de sua filha, quando tiraram a fralda do bebê e viram que era um menino.
Aí que eu fiquei incomodada com essa historia, porque afinal não se reconheceria que não era a filha assim que batesse o olho nela?
Sabe meu maior medo (depois do medo do Gianlucca nascer e não conseguir respirar sozinho) era que trocassem meu filho na maternidade. Sempre falava para Rodrigo não desgrudar do Gianlucca nem por um segundo, até que eu enfim estivesse no quarto.
Sabe quanta tempo eu fiquei com Gianlucca logo que ele nasceu? Nem 3 minutos. Assim que saiu da barriga me mostraram ele por 30 segundos e foram levar para aspirar (judiacao!! Ohh arrependimento de ter deixado passar por essa violência). Depois que fizeram os trâmites todos lá me trouxeram ele e colocaram no peito, ele nem aí!! Então levaram meu bambino para berçário para tomar banho e Rodrigo foi junto.
Sabe quanto tempo depois que fui para o quarto e enfim pude ver e carregar meu bambino? Quase 7 horas! Sim, SETE horas. É claro que foi dado formula pra ele, que neném fica 7 horas sem leite, ainda mais depois de nascer.
Kede imprinting?!?!? Não teve não!! E meu incomodo dessa noticia está explicado aí, na minha própria historia.
O que sei hoje é que no meu segundinho farei o possível para que isso não aconteça. Teremos nosso merecido imprinting.
Quanto ao vínculo com bambino, ele foi devidamente estabelecido. Tanto que hoje aos 4 anos ele ainda me diz que precisa de mim pertinho pra dormir, pra brincar, pra comer.
Quanto as gravidinhas que passarão por cesárea, por opção ou por necessidade, eu digo que lutem por ter ser bebê com você, no seu colo (deitadinho no seu peito mesmo) até que o procedimento termine e enquanto você está na recuperação. Vale a pena o stress contra os "protocolos".
Bjs em vocês e nas barrigas.
Depois de um post desabafo e totalmente desconexo, vamos lá pagar a minha divida comigo mesma.
Ressalto que não sou especialista em coisa nenhuma, escrevo daquilo que li, absorvi, entendi e procuro viver. Não como verdade absoluta, pois como uma pessoa de Humanas que sou sei que eventos são incomparáveis já que sempre partimos de contextos diferentes, invariavelmente.
Imprinting foi analisado pela neurociência, é aquele momento de "registro", reconhecimento, olhar, cheiro e entrega logo após o nascimento. Já viu foto de parto (geralmente humanizado nesse caso) onde o bebê que acabou de nascer está de olho super aberto e olhando nos olhos e fixamente para a mãe? Isso é imprinting.
Esse é o inicio do vínculo. Não que o bebê e a mãe que não tenham esse momento não tenham vinculo, sim terão! Mas o que acontece nesse momento é tão importante, que é muito bacana não deixar passar. É ali que há reconhecimento mútuo, que bebê vai reconhecer a mãe pelo cheiro imediatamente, que a mãe vai gravar na memória todos os detalhes do bebê, que o cérebro da mulher vai entender que está feito, a cria está aí!! É uma segunda explosão da ocitocina (hormônio do amor), a primeira é durante o trabalho de parto, com o útero trabalhando (ocitocina natural).
O que me fez escrever sobre isso agora (faz tempinho na verdade) foi o fato de uma maternidade grande e famosa de São Paulo ter trocado dois bebês. O "erro" foi descoberto em tempo, e as familias levaram pra casa seus respectivos bebês. O que me chamou a atenção é que os pais apesar do desconforto ao ver aquele bebê, só realmente tiveram convicção (segundo a reportagem que eu li) de que não se tratava de sua filha, quando tiraram a fralda do bebê e viram que era um menino.
Aí que eu fiquei incomodada com essa historia, porque afinal não se reconheceria que não era a filha assim que batesse o olho nela?
Sabe meu maior medo (depois do medo do Gianlucca nascer e não conseguir respirar sozinho) era que trocassem meu filho na maternidade. Sempre falava para Rodrigo não desgrudar do Gianlucca nem por um segundo, até que eu enfim estivesse no quarto.
Sabe quanta tempo eu fiquei com Gianlucca logo que ele nasceu? Nem 3 minutos. Assim que saiu da barriga me mostraram ele por 30 segundos e foram levar para aspirar (judiacao!! Ohh arrependimento de ter deixado passar por essa violência). Depois que fizeram os trâmites todos lá me trouxeram ele e colocaram no peito, ele nem aí!! Então levaram meu bambino para berçário para tomar banho e Rodrigo foi junto.
Sabe quanto tempo depois que fui para o quarto e enfim pude ver e carregar meu bambino? Quase 7 horas! Sim, SETE horas. É claro que foi dado formula pra ele, que neném fica 7 horas sem leite, ainda mais depois de nascer.
Kede imprinting?!?!? Não teve não!! E meu incomodo dessa noticia está explicado aí, na minha própria historia.
O que sei hoje é que no meu segundinho farei o possível para que isso não aconteça. Teremos nosso merecido imprinting.
Quanto ao vínculo com bambino, ele foi devidamente estabelecido. Tanto que hoje aos 4 anos ele ainda me diz que precisa de mim pertinho pra dormir, pra brincar, pra comer.
Quanto as gravidinhas que passarão por cesárea, por opção ou por necessidade, eu digo que lutem por ter ser bebê com você, no seu colo (deitadinho no seu peito mesmo) até que o procedimento termine e enquanto você está na recuperação. Vale a pena o stress contra os "protocolos".
Bjs em vocês e nas barrigas.
18 de mai. de 2015
Blogterapia - Edição sei lá que número
As vezes eu queria ser duas, ou simplesmente ter o dom de me teletransportar.
As vezes eu nem queria estar onde estou, fazer o que faço ou andar por determinados caminhos. Outras tantas vezes eu nem queria sair do lugar, muitas outras eu queria mesmo era outro caminho e outro lugar.
Por enquanto o teletransporte já ajudaria.
Fim.
As vezes eu nem queria estar onde estou, fazer o que faço ou andar por determinados caminhos. Outras tantas vezes eu nem queria sair do lugar, muitas outras eu queria mesmo era outro caminho e outro lugar.
Por enquanto o teletransporte já ajudaria.
Fim.
5 de mai. de 2015
A Conexão com Segundo (a)
Sabe que li muito, em muitos lugares diferentes, sobre a dificuldade de conexão com o bebê na segunda gestação.
Sinceramente, não tenho sofrido desse mal. Ao contrário, quando engravidei do bambino só me dei conta mesmo depois do ultrassom. Esse não, desde positivo na nossa viagem, me sinto completamente gravida e conectada com esse bebê.
Não há nenhum dia que não pense nele. Que não converse um pouco, que dê uma passadinha de mão na barriga.
Estamos preparando nossa vida, casa e financeiro para receber bem esse bebê. Estamos também preparando Gianlucca para receber o irmão (a) sem deixar dele entender que ainda será delirantemente amado por todos nós. Que ele, como irmão grandão, é igualmente importante nesse processo todo.
Estamos aqui, esperando as semanas para a chegada desse bebê tão amado por todos nós.
Sinceramente, não tenho sofrido desse mal. Ao contrário, quando engravidei do bambino só me dei conta mesmo depois do ultrassom. Esse não, desde positivo na nossa viagem, me sinto completamente gravida e conectada com esse bebê.
Não há nenhum dia que não pense nele. Que não converse um pouco, que dê uma passadinha de mão na barriga.
Estamos preparando nossa vida, casa e financeiro para receber bem esse bebê. Estamos também preparando Gianlucca para receber o irmão (a) sem deixar dele entender que ainda será delirantemente amado por todos nós. Que ele, como irmão grandão, é igualmente importante nesse processo todo.
Estamos aqui, esperando as semanas para a chegada desse bebê tão amado por todos nós.
30 de abr. de 2015
Planos da segunda gestação
Desde que suspeitava da segunda gestação, antes mesmo de fazer o teste, eu já tinha planos caso viesse mesmo a confirmação do positivo.
É uma grande oportunidade pra rever muitas coisas da gestação do bambino. Não que eu queira reescrever minha história, pois gestação do bambino foi ótima, muito feliz. Mas a oportunidade de viver coisas novas, ou até mesmo manter as posições que eu realmente acredito, que me descobri.
Farei por tópicos, alguns com a minha posição, outros eu volto pra escrever melhor.
1 - Ultrassom => entrei decidida a fazer o menor número de ultrassons possíveis. Aqueles realmente necessários. Parte dessa decisão por não ter pressa de saber quem me habita. Outra parte por me mergulhar nesse processo de auto conhecimento e acreditar mais em mim, no meu corpo, na minha conexão natural com esse segundo bebê. Não rolou, já fiz 3 por conta do susto que tivemos no começo e o acompanhamento do quadro. Mas olha, nada contra quem faz todo mês, até porque na gestação do Gianlucca era assim que eu fazia. É muito particular desse segundo caminho que estou trilhando e da história que quero buscar. Pretendo, quando possível, voltar para esse caminho.
2 - Fraldas de Pano => Já decidimos que segundinho (a) usará somente fralda de pano a partir de 5 kgs. Não será desde nascimento porque bem pequenino tem maior índice de vazamento. Vamos então esperar esse primeiro mês. Razões da decisão: acreditamos (e tem dados sobre isso) que o bem estar da criança é maior, além do meio ambiente. O trabalho de lavar eu tirei de letra com Gianlucca, creio que não teremos problemas usando do mesmo planejamento.
3 - Cama Compartilhada => Vai rolar, certeza. Estou inclusive estudando aumentar o tamanho da cama (mas ainda não falei com marido). Gianlucca voltou a compartilhar a cama parcialmente :-))
4 - Doula => Quero, preciso, bem de sobrevivencia. Ainda em processo de convencimento do marido. Veremos.
5 - Parto => Capitulo a parte. Volto para falar.
6 - Amamentação => Exclusiva até 6 meses. Só falta convencer o chefe a aderir ao programa de empresa cidadã e me dar 6 meses. Estou orando!
7 - Preparo psicológico modo power => Previsões de tempos complicados. Já sei que Gianlucca vai surtar e estou me preparando para não surtar com ele. Falta de sono com bebê novinho vai ser um fator complicante. Mas estou com fé, otimismo e boa vontade vai dar certo.
8 - Chá de bebê => Não teremos. Assim como Gianlucca, não farei. Pelo fato que minha familia mora em uma cidade, familia do marido em outra, nós em outra. Temos amigos nos três lugares. Não vou administrar essa bagunça toda. Talvez farei um chá de fralda de pano online, veremos.
Pelo que lembro é isso, mas já estou com a memória afetada. Se aparecer mais coisa, volto.
Hugs
É uma grande oportunidade pra rever muitas coisas da gestação do bambino. Não que eu queira reescrever minha história, pois gestação do bambino foi ótima, muito feliz. Mas a oportunidade de viver coisas novas, ou até mesmo manter as posições que eu realmente acredito, que me descobri.
Farei por tópicos, alguns com a minha posição, outros eu volto pra escrever melhor.
1 - Ultrassom => entrei decidida a fazer o menor número de ultrassons possíveis. Aqueles realmente necessários. Parte dessa decisão por não ter pressa de saber quem me habita. Outra parte por me mergulhar nesse processo de auto conhecimento e acreditar mais em mim, no meu corpo, na minha conexão natural com esse segundo bebê. Não rolou, já fiz 3 por conta do susto que tivemos no começo e o acompanhamento do quadro. Mas olha, nada contra quem faz todo mês, até porque na gestação do Gianlucca era assim que eu fazia. É muito particular desse segundo caminho que estou trilhando e da história que quero buscar. Pretendo, quando possível, voltar para esse caminho.
2 - Fraldas de Pano => Já decidimos que segundinho (a) usará somente fralda de pano a partir de 5 kgs. Não será desde nascimento porque bem pequenino tem maior índice de vazamento. Vamos então esperar esse primeiro mês. Razões da decisão: acreditamos (e tem dados sobre isso) que o bem estar da criança é maior, além do meio ambiente. O trabalho de lavar eu tirei de letra com Gianlucca, creio que não teremos problemas usando do mesmo planejamento.
3 - Cama Compartilhada => Vai rolar, certeza. Estou inclusive estudando aumentar o tamanho da cama (mas ainda não falei com marido). Gianlucca voltou a compartilhar a cama parcialmente :-))
4 - Doula => Quero, preciso, bem de sobrevivencia. Ainda em processo de convencimento do marido. Veremos.
5 - Parto => Capitulo a parte. Volto para falar.
6 - Amamentação => Exclusiva até 6 meses. Só falta convencer o chefe a aderir ao programa de empresa cidadã e me dar 6 meses. Estou orando!
7 - Preparo psicológico modo power => Previsões de tempos complicados. Já sei que Gianlucca vai surtar e estou me preparando para não surtar com ele. Falta de sono com bebê novinho vai ser um fator complicante. Mas estou com fé, otimismo e boa vontade vai dar certo.
8 - Chá de bebê => Não teremos. Assim como Gianlucca, não farei. Pelo fato que minha familia mora em uma cidade, familia do marido em outra, nós em outra. Temos amigos nos três lugares. Não vou administrar essa bagunça toda. Talvez farei um chá de fralda de pano online, veremos.
Pelo que lembro é isso, mas já estou com a memória afetada. Se aparecer mais coisa, volto.
Hugs
21 de abr. de 2015
1945 e a Desesperança
Sabe que eu tive um professor de história incrível. Tão incrível que cheguei a prestar vestibular para história, pois eu queria isso para minha vida. Não passei, e as vezes me pego pensando como seria a minha vida se tivesse persistido nesse caminho, o de ser historiadora. Não tenho dom para a sala de aula, como minha mãe. Mas meu foco era ser pesquisadora da área.
Bem que a vida seguiu em outros rumos, e me levou a exercer uma profissão completamente diferente disso, hoje eu atuo na cadeia de suprimentos (supply chain). Mas não fugo de uma boa conversa sobre história, e olha que eu amo.
O fato é que esse professor nos mostrava as coisas que regularmente não vemos nos livros, outras óticas do mesmo assunto.
Dentro disso estudamos a onda de suicídio que acometeu a Alemanha em 1945. Apesar de já ter estudado antes a segunda guerra, nunca tinha ouvido falar sobre esse episódio. No entanto ele aconteceu. Famílias inteiras tiravam as suas vidas, inclusive das crianças. O próprio Hitler fez isso para não se entregar, e todo o seu escalão acompanhou.
No aniversario de 70 anos do "fim" da segunda guerra, algumas reportagens começam a aparecer. Ontem eu li uma delas, e precisa vir aqui escrever sobre um pouco disso.
O foco dessa matéria era uma cidade na Alemanha, onde as mães ao final desse período foram acometidas por tamanha desesperança e jogavam seus filhos nos rios e depois se atiravam. Eram muitas e muitas pessoas mortas dentro do rio, onde a água estava vermelha de tanto sangue. De toda Alemanha, essa pequena cidade teve o maior índice de suicídio, isso porque ficaram muito tempo sob o domínio da União Soviética, e imaginam só como é estar sob comando do inimigo: fome, insegurança, violência, estupros e mortes. Juntou isso ao fato de que os sonhos de uma Alemanha ariana ruída, e deu-se o gatilho de toda essa tragedia.
Mães que preferiam a ver seus filhos mortos pelas suas mãos e depois se matando, tendo assim a certeza que tudo enfim se acabará. Desesperança.
Venho para os dias atuais.
Anda-se vendo muito na mídia a dificuldade da Itália nos resgates de pessoas que fogem da Africa em busca de vida melhor. Muitos morrem na travessia, principalmente por naufrágios. Embora somente agora isso tenha ganhado destaque na mídia brasileira (e talvez internacional) a Itália, Malta e Grécia (mas majoritariamente a Itália) vive isso há anos.
Pessoas que não vendo mais caminhos fogem da sua terra, principalmente pelos conflitos locais, mas também por fome, falta de perspectiva, medo. Arriscam suas vidas e dos seus filhos em embarcações super lotadas, sem o mínimo para comer e beber.
Lembro-me ano passado de ter lido sobre um naufrágio, onde uma mulher já no final da gestação foi encontrada morta por afogamento. Seu bebê havia nascido durante o afogamento e ainda estava preso a ela pelo cordão umbilical. Ambos ali, boiando. O que leva uma grávida ao final de gestação entrar em um barco desse? Desesperança.
Li também ano passado, e cheguei a compartilhar no facebook de uma mulher grávida, que atravessou o deserto com o marido e os dois filhos. Caminharam por 40 dias fugindo de uma área de confronto. Quando chegou ao acampamento de refugiados (que é um lugar terrivelmente assombroso) deu a luz aos seus 3 filhos. Ela estava grávida de trigêmeos, e claro que não sabia. O que leva a seguir esse caminho? A desesperança.
A verdade é que eu não sei o que é desesperança. Não tenho condições de dimensionar como é a morte da esperança. Aquela é a ultima que se vai, não é mesmo? O que fica quando não se tem mais ela, e a fé e a vontade?
Depois de 70 anos, muitas e muitas outras guerras já aconteceram. Tantas delas mentirosas, como foi a do Iraque. Já se está provado que o motivo (a existência de armas nucleares) foi uma grande mentira (apesar de não ter divulgação da mídia, claro! Mas institutos competentes o comprovaram). E o quanto de gente morreu em nome de uma mentira?
Está rolando aí o filme de sniper americano, atirador de elite. Filme mostra a trajetória do cara, e seu primeiro alvo é um menino. Sim, ele mata um menino. Se você viu o filme pode me dizer: mas ele estava com uma bomba na mão e iria atirar nos soldados americanos. Sim, é o que filme mostra, mas olha não sabemos se é verdade. Vamos trabalhar com a possibilidade que sim, esse menino tinha uma bomba na mão e iria atirar. Por um segundo eu me coloco no lugar dele: minha casa invadida, por homens maldosos (porque não vamos pensar que são a gentileza em pessoa, já que sabemos como é estar nas mãos do inimigo de guerra), vendo os seus serem capturados, apanhando, mulheres sendo violentadas (porque não pensem que eles poupam as crianças que estão na sala de presenciar), fome, tiros por tudo quanto lado. Olha, eu mesma já vi um senhor apanhando e entrei no meio para defender (medindo míseros 1,52m), que dirá presenciar tudo isso. Você não lutaria?
Não sou a favor de nenhum tipo de violência, nem da mentira, nem de muita coisa que anda acontecendo nesse mundo do meu Deus. Mas tenho um filho, gestando o segundo e me pergunto: o que vamos fazer?
Nada de desesperanças, ou falta de coragem. Lutar para mudar o mundo a minha volta, já faz muita diferença. Oração e ação! Começando pelos os meus.
Papo chato, eu sei. Mas parte de mim é a mais pura chata, talvez marido diga que boa parte de mim é. Paciência.
Bem que a vida seguiu em outros rumos, e me levou a exercer uma profissão completamente diferente disso, hoje eu atuo na cadeia de suprimentos (supply chain). Mas não fugo de uma boa conversa sobre história, e olha que eu amo.
O fato é que esse professor nos mostrava as coisas que regularmente não vemos nos livros, outras óticas do mesmo assunto.
Dentro disso estudamos a onda de suicídio que acometeu a Alemanha em 1945. Apesar de já ter estudado antes a segunda guerra, nunca tinha ouvido falar sobre esse episódio. No entanto ele aconteceu. Famílias inteiras tiravam as suas vidas, inclusive das crianças. O próprio Hitler fez isso para não se entregar, e todo o seu escalão acompanhou.
No aniversario de 70 anos do "fim" da segunda guerra, algumas reportagens começam a aparecer. Ontem eu li uma delas, e precisa vir aqui escrever sobre um pouco disso.
O foco dessa matéria era uma cidade na Alemanha, onde as mães ao final desse período foram acometidas por tamanha desesperança e jogavam seus filhos nos rios e depois se atiravam. Eram muitas e muitas pessoas mortas dentro do rio, onde a água estava vermelha de tanto sangue. De toda Alemanha, essa pequena cidade teve o maior índice de suicídio, isso porque ficaram muito tempo sob o domínio da União Soviética, e imaginam só como é estar sob comando do inimigo: fome, insegurança, violência, estupros e mortes. Juntou isso ao fato de que os sonhos de uma Alemanha ariana ruída, e deu-se o gatilho de toda essa tragedia.
Mães que preferiam a ver seus filhos mortos pelas suas mãos e depois se matando, tendo assim a certeza que tudo enfim se acabará. Desesperança.
Venho para os dias atuais.
Anda-se vendo muito na mídia a dificuldade da Itália nos resgates de pessoas que fogem da Africa em busca de vida melhor. Muitos morrem na travessia, principalmente por naufrágios. Embora somente agora isso tenha ganhado destaque na mídia brasileira (e talvez internacional) a Itália, Malta e Grécia (mas majoritariamente a Itália) vive isso há anos.
Pessoas que não vendo mais caminhos fogem da sua terra, principalmente pelos conflitos locais, mas também por fome, falta de perspectiva, medo. Arriscam suas vidas e dos seus filhos em embarcações super lotadas, sem o mínimo para comer e beber.
Lembro-me ano passado de ter lido sobre um naufrágio, onde uma mulher já no final da gestação foi encontrada morta por afogamento. Seu bebê havia nascido durante o afogamento e ainda estava preso a ela pelo cordão umbilical. Ambos ali, boiando. O que leva uma grávida ao final de gestação entrar em um barco desse? Desesperança.
Li também ano passado, e cheguei a compartilhar no facebook de uma mulher grávida, que atravessou o deserto com o marido e os dois filhos. Caminharam por 40 dias fugindo de uma área de confronto. Quando chegou ao acampamento de refugiados (que é um lugar terrivelmente assombroso) deu a luz aos seus 3 filhos. Ela estava grávida de trigêmeos, e claro que não sabia. O que leva a seguir esse caminho? A desesperança.
A verdade é que eu não sei o que é desesperança. Não tenho condições de dimensionar como é a morte da esperança. Aquela é a ultima que se vai, não é mesmo? O que fica quando não se tem mais ela, e a fé e a vontade?
Depois de 70 anos, muitas e muitas outras guerras já aconteceram. Tantas delas mentirosas, como foi a do Iraque. Já se está provado que o motivo (a existência de armas nucleares) foi uma grande mentira (apesar de não ter divulgação da mídia, claro! Mas institutos competentes o comprovaram). E o quanto de gente morreu em nome de uma mentira?
Está rolando aí o filme de sniper americano, atirador de elite. Filme mostra a trajetória do cara, e seu primeiro alvo é um menino. Sim, ele mata um menino. Se você viu o filme pode me dizer: mas ele estava com uma bomba na mão e iria atirar nos soldados americanos. Sim, é o que filme mostra, mas olha não sabemos se é verdade. Vamos trabalhar com a possibilidade que sim, esse menino tinha uma bomba na mão e iria atirar. Por um segundo eu me coloco no lugar dele: minha casa invadida, por homens maldosos (porque não vamos pensar que são a gentileza em pessoa, já que sabemos como é estar nas mãos do inimigo de guerra), vendo os seus serem capturados, apanhando, mulheres sendo violentadas (porque não pensem que eles poupam as crianças que estão na sala de presenciar), fome, tiros por tudo quanto lado. Olha, eu mesma já vi um senhor apanhando e entrei no meio para defender (medindo míseros 1,52m), que dirá presenciar tudo isso. Você não lutaria?
Não sou a favor de nenhum tipo de violência, nem da mentira, nem de muita coisa que anda acontecendo nesse mundo do meu Deus. Mas tenho um filho, gestando o segundo e me pergunto: o que vamos fazer?
Nada de desesperanças, ou falta de coragem. Lutar para mudar o mundo a minha volta, já faz muita diferença. Oração e ação! Começando pelos os meus.
Papo chato, eu sei. Mas parte de mim é a mais pura chata, talvez marido diga que boa parte de mim é. Paciência.
14 de abr. de 2015
Segundinho ou Segundinha?
Ainda não sabemos, mas preciso escrever sobre o tema.
Sabe que por mim eu descobriria no nascimento, com tranquilidade! No entanto o pai da criança é super dotado de ansiedade e não encara a missão como gloriosa. É tão ansioso que nasceu de 7 meses, não aguentou permanecer muito tempo no mesmo espaço, o útero.
Aí que por amor ao meu marido, e sanidade dele, nós iremos saber quem me habita. No tempo certo. Se alguém me oferecer um exame de sexagem fetal quem perde a sanidade sou eu.
Mas olha, está complicado. Porque quem sabe que estou grávida (ainda só as pessoas bem próximas e algumas pessoas do trabalho) me olha e solta: tomara que venha uma menina.
E eu devo confessar, ficou meio brava sabe?! Porque né, vamos combinar que eu não me importo com isso. Não é só porque temos um menino que agora preciso de uma menina. E isso não significa que não quero uma menina, mas que eu não estou aqui pra escolher.
Minha casa estará mais completa, porque temos mais um Bebezinho. Simples assim.
Mas sempre respondo de maneira educada dizendo qual o meu chute.
De toda maneira os nomes de todos os gêneros estão em pauta. E apesar de ser um tanto quanto radical com algumas posições de menino X menina eu vou educar do mesmo jeito que faço com Gianlucca. Igual mesmo.
Se você me perguntar o que eu acho, te digo: menino. Apesar da gestação estar bem diferente do Gianlucca (e por isso marido achar que é menina) eu ainda acho que é menino. Razão do achismo? Nenhuma!! Só acho mesmo.
Venha que vier, já tem amor demais esperando aqui fora :-)))
Por aqui estamos caminhando. A máxima do Cazuza de que o tempo não para não é válida nessa casa. Estamos muito mais para Josué quando orou e sol parou. O tempo não passa.
Dou créditos a essa lesera do tempo em passar o uso da progesterona. Olha, está difícil. Os efeitos colaterais estão aparecendo.
Mas se fosse necessário injetar nas sombrancelhas (a parte mais dolorida do meu corpo) eu faria!
Vai passar!
Fiquem com Deus.
Sabe que por mim eu descobriria no nascimento, com tranquilidade! No entanto o pai da criança é super dotado de ansiedade e não encara a missão como gloriosa. É tão ansioso que nasceu de 7 meses, não aguentou permanecer muito tempo no mesmo espaço, o útero.
Aí que por amor ao meu marido, e sanidade dele, nós iremos saber quem me habita. No tempo certo. Se alguém me oferecer um exame de sexagem fetal quem perde a sanidade sou eu.
Mas olha, está complicado. Porque quem sabe que estou grávida (ainda só as pessoas bem próximas e algumas pessoas do trabalho) me olha e solta: tomara que venha uma menina.
E eu devo confessar, ficou meio brava sabe?! Porque né, vamos combinar que eu não me importo com isso. Não é só porque temos um menino que agora preciso de uma menina. E isso não significa que não quero uma menina, mas que eu não estou aqui pra escolher.
Minha casa estará mais completa, porque temos mais um Bebezinho. Simples assim.
Mas sempre respondo de maneira educada dizendo qual o meu chute.
De toda maneira os nomes de todos os gêneros estão em pauta. E apesar de ser um tanto quanto radical com algumas posições de menino X menina eu vou educar do mesmo jeito que faço com Gianlucca. Igual mesmo.
Se você me perguntar o que eu acho, te digo: menino. Apesar da gestação estar bem diferente do Gianlucca (e por isso marido achar que é menina) eu ainda acho que é menino. Razão do achismo? Nenhuma!! Só acho mesmo.
Venha que vier, já tem amor demais esperando aqui fora :-)))
Por aqui estamos caminhando. A máxima do Cazuza de que o tempo não para não é válida nessa casa. Estamos muito mais para Josué quando orou e sol parou. O tempo não passa.
Dou créditos a essa lesera do tempo em passar o uso da progesterona. Olha, está difícil. Os efeitos colaterais estão aparecendo.
Mas se fosse necessário injetar nas sombrancelhas (a parte mais dolorida do meu corpo) eu faria!
Vai passar!
Fiquem com Deus.
7 de abr. de 2015
Momentos Dele - Parte 2
"Mamãe, quero água"
- Ahhh Gianlucca, estava em pé até agora, porque não pediu antes filho?
"Mas estou com soluço" (simulando um soluço)
- OK, seu pai vai buscar então, Ok?
"O papai não, quero você".
-Porque eu?
"Porque você é linda" ** Demostrando toda a sua habilidade em manobra materna.
"Só quem pode puxar minha orelha é a mamãe" ** Perdendo a noção do perigo ao desafiar o pai.
"Olha você brigando comigo outra vez" ** Perdendo a noção comigo
"Esse aqui não é brinquedo, podemos comprar?" ** Tentando desafiar minha habilidade em reconhecer um brinquedo.
"Eu quero fazer escândalo" ** Dando piti na cozinha depois que falei que enquanto ele estivesse fazendo escândalo eu não iria conversar.
"Vovô, esse ovo é pra todo mundo" ** Demonstrando que no fim, estamos conseguindo fazer um bom trabalho.
31 de mar. de 2015
Segundinho(a): De tudo um pouco
Tenho algumas coisas para escrever sobre segundinho(a), então vou por tópicos atualizando um pouco.
** O sufoco**
Toda a tranquilidade que estava sentindo desde a descoberta da gravidez foi perdida completamente por dois dias.
Estava trabalhando quando senti algo diferente. Como estava correndo com as coisas porque havia retornado de férias, demorei um pouco para ir ao banheiro. Quando fui eu tinha sangrado um pouco, ao ponto de sujar minha calcinha. Era perto da hora do almoço. Já liguei para o Rodrigo meio tremula e fui para a emergência do Pro Matre (o mais perto do meu trabalho).
Chegando lá passei na pré-consulta, depois consulta, ultrasson e consulta novamente. O problema ocorreu no ultrasson. A médica disse que os batimentos cardíacos estavam muito fracos, que não era assim, estava muito perigoso. Voltei para a consulta com a médica e ela me perguntou: está mais calma? Claro que não! A médica me falou tudo isso. Ela então disse que era muito cedo para falar qualquer coisa, que deveria ir pra casa e ficar de repouso total. Além de progesterona que deveria usar por 2 semanas.
Vim pra casa, e no caminho mandei mensagem para o médico humanista da cidade, contando o ocorrido e perguntando se ele poderia me ver (consegui consulta com ele no dia 15/04). Leu e nem me respondeu (volto pra falar sobre isso em outra oportunidade).
Estava meio desesperada. No outro dia resolvi ver se o Dr. André tinha whatsapp, e tinha!! Mandei mensagem pra ele, que leu e não respondeu. Seria ainda o número dele? Achamos o telefone do consultório. Ligamos e a secretária já estava com pedido de exame e uma receita de progesterona (o mesmo que já estava usando) em meu nome. Ele me ligaria no fim da tarde, quando terminasse as consultas. E ligou mesmo e me disse:
"Maira, será que vou ter que contar para o seu pai que você anda fazendo sexo? Não é possível um negócio desse!!" Ele é muito espirituoso, bem humorado!
Me disse que não tem esse negócio de batendo pouco ou muito. Está batendo! Como grávida ou meio grávida, não existe. Me tranquilizou, disse pra faze novo ultrasson e voltar na consulta.
Fomos os 3 mosqueteiros ver o filhote na barriga, mal entramos na sala Gianlucca fala para o médico: meu irmão está na barriga da minha mãe". Eu morri de amor.
Ultrasson foi bem melhor. Bebê tinha dobrado de tamanho em 4 dias, coração bem mais rápido. Médico me disse também para não preocupar, que estava tudo bem.
Fomos para consulta com Dr. André, e estou liberada para voltar ao trabalho, a pegar bambino no colo com muito cuidado (que foi uma dificuldade pra ele entender que não dava), mas tenho que continuar com progesterona até 10 semanas, só por conservadorismo, mas palavras dele.
Estou tranquila novamente
** Os dados da gestação**
Entre DUM e ultrasson a diferença é gigante! Sempre tive ovulação tardia mesmo, então pra mim não é novidade. Vamos seguir pelo parâmetro do US.
DUM: 8 semanas e 5 dias
US: 6 semanas e 5 dias
Data prevista do parto pela US: 19/11 considerando 40 semanas. Mas estou trabalhando com 42 semanas o que dá 03/12.
Sintomas: Mama mais inchadas e doloridas. Um pouco de cólica as vezes (normal, pois útero está aumentando de tamanho). Não tenho enjoos, vomitos e nada. As vezes um pouco de falta de coragem de fazer as coisas.
** O Gianlucca**
Como recebeu? As vezes bem, as vezes não.
Fica me dizendo que o irmão dele é o João e o Carlos, meus sobrinhos. Falo que é primo, mas ele diz que não. OK, não vou brigar. Digo que eles são irmãos, e esse é o irmão da barriga.
Está com um pouco de ciúmes, quando dá piti quer bater na minha barriga. Fica me perguntando se o bebê já saiu da barriga, e digo que vai demorar um pouco, só depois quando cantar parabéns pra mim.
É isso, depois volto com outras coisas, como planejamento do enxoval, parto e tal.
Bjs
** O sufoco**
Toda a tranquilidade que estava sentindo desde a descoberta da gravidez foi perdida completamente por dois dias.
Estava trabalhando quando senti algo diferente. Como estava correndo com as coisas porque havia retornado de férias, demorei um pouco para ir ao banheiro. Quando fui eu tinha sangrado um pouco, ao ponto de sujar minha calcinha. Era perto da hora do almoço. Já liguei para o Rodrigo meio tremula e fui para a emergência do Pro Matre (o mais perto do meu trabalho).
Chegando lá passei na pré-consulta, depois consulta, ultrasson e consulta novamente. O problema ocorreu no ultrasson. A médica disse que os batimentos cardíacos estavam muito fracos, que não era assim, estava muito perigoso. Voltei para a consulta com a médica e ela me perguntou: está mais calma? Claro que não! A médica me falou tudo isso. Ela então disse que era muito cedo para falar qualquer coisa, que deveria ir pra casa e ficar de repouso total. Além de progesterona que deveria usar por 2 semanas.
Vim pra casa, e no caminho mandei mensagem para o médico humanista da cidade, contando o ocorrido e perguntando se ele poderia me ver (consegui consulta com ele no dia 15/04). Leu e nem me respondeu (volto pra falar sobre isso em outra oportunidade).
Estava meio desesperada. No outro dia resolvi ver se o Dr. André tinha whatsapp, e tinha!! Mandei mensagem pra ele, que leu e não respondeu. Seria ainda o número dele? Achamos o telefone do consultório. Ligamos e a secretária já estava com pedido de exame e uma receita de progesterona (o mesmo que já estava usando) em meu nome. Ele me ligaria no fim da tarde, quando terminasse as consultas. E ligou mesmo e me disse:
"Maira, será que vou ter que contar para o seu pai que você anda fazendo sexo? Não é possível um negócio desse!!" Ele é muito espirituoso, bem humorado!
Me disse que não tem esse negócio de batendo pouco ou muito. Está batendo! Como grávida ou meio grávida, não existe. Me tranquilizou, disse pra faze novo ultrasson e voltar na consulta.
Fomos os 3 mosqueteiros ver o filhote na barriga, mal entramos na sala Gianlucca fala para o médico: meu irmão está na barriga da minha mãe". Eu morri de amor.
Ultrasson foi bem melhor. Bebê tinha dobrado de tamanho em 4 dias, coração bem mais rápido. Médico me disse também para não preocupar, que estava tudo bem.
Fomos para consulta com Dr. André, e estou liberada para voltar ao trabalho, a pegar bambino no colo com muito cuidado (que foi uma dificuldade pra ele entender que não dava), mas tenho que continuar com progesterona até 10 semanas, só por conservadorismo, mas palavras dele.
Estou tranquila novamente
** Os dados da gestação**
Entre DUM e ultrasson a diferença é gigante! Sempre tive ovulação tardia mesmo, então pra mim não é novidade. Vamos seguir pelo parâmetro do US.
DUM: 8 semanas e 5 dias
US: 6 semanas e 5 dias
Data prevista do parto pela US: 19/11 considerando 40 semanas. Mas estou trabalhando com 42 semanas o que dá 03/12.
Sintomas: Mama mais inchadas e doloridas. Um pouco de cólica as vezes (normal, pois útero está aumentando de tamanho). Não tenho enjoos, vomitos e nada. As vezes um pouco de falta de coragem de fazer as coisas.
** O Gianlucca**
Como recebeu? As vezes bem, as vezes não.
Fica me dizendo que o irmão dele é o João e o Carlos, meus sobrinhos. Falo que é primo, mas ele diz que não. OK, não vou brigar. Digo que eles são irmãos, e esse é o irmão da barriga.
Está com um pouco de ciúmes, quando dá piti quer bater na minha barriga. Fica me perguntando se o bebê já saiu da barriga, e digo que vai demorar um pouco, só depois quando cantar parabéns pra mim.
É isso, depois volto com outras coisas, como planejamento do enxoval, parto e tal.
Bjs
29 de mar. de 2015
Férias - Os Rodrigues na Itália
Março trouxe os 4 anos do Gianlucca, as férias e o positivo! Foi um mês bem aproveitado hahaha.
Estávamos com a viagem programada desde Outubro do ano passado. Em se tratando de programação, Rodrigo é expert. Cuida de todos os detalhes com maestria. Já convidei Rodrigo para um guest post sobre como viajar e gastar pouco, porque aqui não deixamos de viajar, nem de economizar. Turco, ops, ítalo-brasileiro econômico esse meu marido.
Rodrigo e Gianlucca tem dupla cidadania. São também italianos. Hoje pra Gianlucca isso não faz diferença nenhuma, o que ele quer mesmo é chegar nos cafés das cidades e comer seu pão de queijo, coisa que na Itália não foi possível e causou um pouco de frustração para bambino :-//
Já Rodrigo, esse é mais italiano do que brasileiro, me enche as paciências pra mudar de país, o que uma hora vai mesmo acontecer. Ele é visitador assíduo do país, eu nunca tinha ido (sim, aqui em casa também viajamos separados, sem problemas).
Ficamos por 9 dias (são 11 considerando o trânsito) e realmente é um país lindo. Vou deixar aqui as minhas impressões e os principais acontecimentos.
Compramos a passagem com saída do Rio de Janeiro, porque o preço estava bem melhor (compensando a passagem de ida de Campinas até o Rio). No entanto nacional entre Rio e São Paulo seria feito pela Gol e em São Paulo pegaríamos KLM até Amsterdã e depois de lá iríamos para o aeroporto de Veneza na Itália.
Tentamos por quase 100 dias que a KLM autorizasse o embarque em SP. Precisávamos desse OK porque o bilhete estava emitido como saída do RJ. Sem retorno deles e faltando 10 dias para viajar compramos a passagem de Campinas (aeroporto mais perto de casa) para o Rio. Depois que compramos eles nos disseram que OK ser de SP. Já era tarde né?! Foi um pouco motivo de stress. Mas amém! Vamos para o Rio, Gianlucca ama mesmo andar de avião e nesse trajeto seriam 4: Campinas para Rio / Rio para SP / SP para Amsterdã / Amsterdã para Veneza.
Eu não gosto muito de voar não. Tenho um pouco de pânico, mas vou. Não fico sem ir não.
Chegamos em SP para o voo de 11:40hs de duração. Já fiz viagens longas, como essa, mas com bambino a primeira vez. Em SP estava chovendo. Meu pânico!! Odeio voar com chuva. Logo depois da decolagem uma turbulência grande, de deslocar o avião pra cima e pra baixo e eu muito enjoada. Durante o voo logo veio uma mensagem do capitão: "turbulence is expected" era o que faltava para ter mais 10 hs de terror. Dei muito trabalho para o Rodrigo. Não comi absolutamente nada, pois estava passando mal. E Gianlucca nem aí com a hora do Brasil, assistiu filme, comeu e dormiu. Estava faltando 4 horas para chegar em Amsterdã, mas cada minuto tinha duração de 5 horas, uma hora meio delirando pensei que estávamos indo rumo aquele avião da Malasya Airlines que sumiu e ninguém nunca achou. É, algumas vezes eu viajo e sofro muito com isso. Fui orando o caminho todo pedindo misericórdia de Deus. Finalmente chegamos, graças a Deus.
Falando ainda de voo, a volta foi bem mais tranquila. Mesmo assim na hora que Rodrigo me acordou pra sairmos, comecei a passar mal. Estava muito nervosa, mas não podia ficar assim, com o bebê na barriga. Descemos em SP e meu pai já nos esperava. Graças a Deus chegamos em segurança.
Lá passeamos bastante. Andamos muito de bicicleta pela cidade (ficamos em Padova, cerca de 40 minutos de Veneza). A cidade é toda preparada para andar de bicicleta. No último dia fomos atrás de um mercado de orgânicos e tivemos que passar por uma ponte, super preparada para ciclistas. Gianlucca estava na bicicleta com Rodrigo.
Também andamos muito de ônibus e trem. Sempre muito pontuais. Visitamos outras cidades, e foi bem bacana.
Alguns coisas:
- Lá eles tem uma taxa de natalidade super baixa, quase não se vê crianças nos lugares (mesmo no trem e ônibus). Quando se vê, geralmente é de origem muçulmana. Assim, Gianlucca atraia olhares por onde passava, principalmente quando resolvia empacar no meio do caminho e chorava por conta disso.
- Eles se casam super tarde, próximo aos 40 anos e tem filhos tardes, quando tem. Por isso também atraímos olhares. Eu com esse tamanho de 15 anos, com filho pesado no colo que me deixa curvada quando carrego, deve assustar né?!
- Eles se casam super tarde, próximo aos 40 anos e tem filhos tardes, quando tem. Por isso também atraímos olhares. Eu com esse tamanho de 15 anos, com filho pesado no colo que me deixa curvada quando carrego, deve assustar né?!
- Cachorros andam dentro do ônibus e trem, mas com algumas regras; pode somente 1 cachorro dentro (ou seja, se você estiver com o seu cão e for pegar o ônibus e lá já tiver um dentro, espere o próximo). Cachorros pequenos não pagam passagem. Médios e grandes sim, como se fosse um adulto.
- Todos acharam Gianlucca grande pra idade, o que me faz rir pois os padrões são muito diferentes. Aqui ele é classificado de pequeno. Compramos algumas roupas pra ele, e realmente vem indicado que uma criança de 4-5 anos tem 110cm. Novamente, para os padrões que o Brasil usa para medir crianças "saudáveis" é baixo.
- Quando chegamos reparei que o lixo do banheiro ficava muito longe do vaso sanitário. Depois descobri que na verdade eles jogam o papel higiênico no vaso e dão descarga! Achei um horror!! Muito mais complicado de tratar a água, só se eles tem uma tecnologia diferente pra isso, mas de qualquer forma não achei eco-friendly.
- Por falar em eco-friendly, tirando esse ponto acima, eles são sim. Tem separação do lixo de maneira muito organizada e em todos os lugares, inclusive dentro das casas. Algo que precisamos aprimorar e muito aqui.
- No entanto, gastam muita água. Nós aqui que enfrentamos hoje uma crise hídrica chega a causar impacto e dor no coração. Ver um italiano lavar louça (coisa rara porque eles usam muito a lava-louça) é desesperador!!
- Agricultura de origem local e familiar! Faz com que os produtos sejam muito frescos e mais baratos. Tudo o que você compra no mercado foi feito bem pertinho. Claro que tem as grandes marcas, mas não é algo dominante como no Brasil. Aqui você sempre vai cair nas mãos da Unilever, PG, Nestle, etc. Lá não, você tem opção de comprar do cara da cidade que faz um queijo ralado incrível. Meu sonho isso, aqui já priorizamos culturas e produtos locais! Faz toda a diferença.
- Coisas de comer não são caras. É possível você vir do mercado com muitas sacolas gastando muito pouco.
- As crianças comem papinha industrializada! O que é uma judiação, pois vivem em um local com muita comida fresca e de boa qualidade.
- Não se vê animais na rua, abandonados. Aí já não sei se porque eles tem canis, ou liquidam com aqueles que não tem casa ou se realmente são praticantes de posse responsável.
- Usam muitos xingamentos com Deus. Uma lástima.
- Escutei demais 3 palavras: Secondo me (que significa um "eu acho" "na minha opinião") bisogna - que se lê bisonha - (que usam muito como "querer") e peccato (que significa pecado, mas eles usam muito como coitado, que pena, e por aí vai).
- Lindo de ouvir o nome do Gianlucca ser pronunciado certinho e de primeira.
Deixo aqui algumas fotos.
Bjs!
Bambino na ida, fazendo caras e bocas
Gialucca preparado para o frio. Média de 9 graus.
Meus amores em um selfie na bicicleta
Esperando o ônibus
Vicenza
Bassano del Grappa
Bassano del Grappa
Bassano del Grappa
Esperando o trem (com um carrinho emprestado)
Rovigo
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