15 de jun. de 2014

Culpa, ter ou não ter?

Eu nunca me considerei uma pessoa neurótica, que fica pensando insistentemente em alguma coisa. Mas aí resolvi praticar a elasticidade abdominal e eis que junto com o bambino pari as benditas neuras. Pra mim, pior que as neuras, são as parasitas culpas. Mas as vezes me pego pensando, porque elas existem?

Em que momento a humanidade deixou de acreditar em si mesma ao ponto de colocar sobre seus filhos esse sentimento de que nada vai dar certo, que tudo está fora do lugar, que não somos capazes?

É a mesma história do parto, da amamentação que hoje não conseguimos. A humanidade nasceu de partos vaginais e foi nutrida pelo leite das suas mães, mas hoje não. Hoje você mulher, que é capaz de fazer mil  tarefas, que assumiu lugares de destaques no corporativo, na política, na sociedade, em casa, hoje (e nos últimos 30/40 anos) não pode!

Tudo isso nos custou demais, pois ganhamos o mundo e perdemos nosso maior milagre: parir e nutrir.
Não que todas as conquistas não foram importantes, sim ainda são importantes. Mas não devemos mais deixar que tudo isso ainda nos tire o que mais precioso temos: gestar, parir e nutrir.

Não sou extremista ao ponto de dizer que nossa vida de mulher só vale a pena e que encontramos o verdadeiro amor depois de parir. Longe de mim. Na minha vida a maternidade veio sim me complementar, me transformou em uma pessoa melhor. Não há hoje maneira de não olhar para o outro e pensar que um dia foi uma criança. De ver alguém em mal caminho e tentar entender o que houve com a criança que existiu ali que levou esse ser humano a se tornar o que se tornou (juro que faço essa reflexão TO-DOS os dias a respeito do meu chefe).

Mas o que quero refletir aqui é porque cargas d'agua essa 'mardita' culpa existe para nos roubar o protagonismo da vida?

A culpa me consumiu muitas horas de sono, me fazendo refletir em como poderia dar um jeito de passar mais tempo com o meu filho. A falta de sono só me fez gritar com ele no dia seguinte, por estar morrendo em pé.

A culpa me fez controlar o tempo que ele mamava, me fazendo sofrer por ser pouco no início e não me deixou conectar com meu filho o mais cedo possível, como deveria ter sido.

A culpa me fez buscar médicos para tratar uma febre que não cedia que resultou em um exame de sangue aos 8 meses e antibiótico por uma infecção que nunca existiu. Eu não queria fazer o exame e ouvi da pediatra do pronto atendimento que minha função como mãe era ajudar, não atrapalhar. Febre essa que veio no meio de uma crise de saúde, minha diga-se de passagem. Que me impediu de amamentar devido a medicação. Crise na saúde que teve origem em um problema no meu trabalho, que naquele momento era gigante e eu não consegui administrar. Círculo vicioso,  já ouviu falar?!?

Em minha primeira avaliação com a coaching para direcionamento de carreira, depois de 15 minutos de conversa, a pessoa me disse, sem nunca ter me visto antes, que meu nível de culpa era elevadíssimo. Precisou um terceiro que não me conhecia pra me dizer aquilo que eu sempre soube e sempre neguei. A culpa fazia (e faz ainda) parte da minha vida.

Hoje meu nível de culpa diminuiu. Ainda não me libertei dela e talvez não tenha a resposta da pergunta que fiz no título.

Eu hoje estou buscando não ter, minha sensação hoje é que apertei um botão dentro de mim que fez esse negócio diminuir. Tentar cada dia mais viver mais leve, aproveitar ao máximo os meus momentos com aqueles que eu amo. Como no AA, um dia de cada vez.

Hugs


2 comentários:

  1. Flor, grata pela visita no meu blog. Meu e-mail é pollybfsouza@yahoo.com.br. Bjos!

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