29 de abr. de 2014

Ajuda ou Pitaco Alheio?

Tenho três pessoas no meu FB grávidas. Uma delas se empoderou tanto na primeira gestação que depois que o baby nasceu se formou doula e agora na gestação do segundinho passou no vestibular de obstetrícia e mesmo barrigudinha está cursando.

As outras duas gravidinhas são marinheiras de primeira viagem. E eu tento dar uma ajudinha de vez em quando, uma dicas vez e outra, abordando o pouco do que me forcei a saber nesses três anos de maternidade.

Confesso que minha busca por informação nasceu junto com o bambino. Durante a gestação eu pouco procurei informação. Afinal não havia tanto segredo, era fazer os exames, tomar as vitaminas, ir ao médico uma vez ao mês e esperar nascer. Em outro momento vou retomar esse assunto sobre meu processo de gestar e parir da primeira gestação.

O que quero aqui deixar registrado é minha agonia ao ver o caminho que essas duas estão seguindo, que não é natural e correto, mas que pregam por aí como certo.

Vi que uma delas curtiu um artigo como "educar" os pequenos quando são muito apegados a mãe. Chegou a me dar coceira, sabe?!

Eu venho tentando vez e outra abordar por mensagem privada no face (pois moramos em cidades diferentes) alguma coisa sobre parto, amamentação, as necessidades dos pequenos. Não sou letrada no assunto, mas busquei muito e muito para fazer diferente com o meu filho. Muito foi feeling por exemplo o choro, pois nunca gostei de deixar Gianlucca chorando. Outro exemplo o ato de amamentar, deixava mamar a hora que bem entendia, quantas vezes deixei a comida no prato para amamentar...inúmeras. Outras eu fui atrás mesmo!

Ao falar para marido da vontade que tenho de ajudar, abrir os olhos e da pouca receptividade que tenho ele me disse algo certo. Estou informando sem ter sido solicitada.

Verdade, ninguém me pediu ajuda ou informação. Mas eu também não tive alguém no meu círculo que pudesse abrir meus olhos para o que estava difícil de achar, e como seria diferente!!

Mas essa sensação de que estou simplesmente dando pitaco ao invés de ajudar me incomoda.

O que fazer eu não sei. Talvez domar esse vontade de compartilhar aquilo que busquei.

23 de abr. de 2014

Uma mãe cansada

Marido esta viajando e bambino está dormindo comigo, na verdade só estamos mais folgados pois ele volta e meia dorme no nosso meio.

As 4:50 toca o despertador do celular na sala. Deixei lá de proposito para ser obrigada a levantar e não perder a hora como no dia anterior.

Despertou e automaticamente levantei sem olhar para a cama. Voltei da sala para verificar se bambino estava coberto, apalpei toda a cama e não encontrei. Por um segundo tentei puxar na memória se eu havia levantado e colocado no berço. Não, nem sequer me virei na cama.

Meu coração gelou, "só faltava isso" pensei comigo mesma. Liguei a luz do banheiro do quarto, dei a volta na cama e voilà! Ele estava dormindo no chão!!! Com a maior parte do corpo no travesseiro, mas as pernas geladas.

Ele caiu da cama e eu não vi, ouvi ou senti falta dele do meu lado.

E aí tô cansada ou estafada??

21 de abr. de 2014

Ressaca do Verde

Faz uns 5 meses que bambino deixou de comer verduras e legumes. Ao que parece é uma fase que deveria passar, mas não esta passando não. As frutas não entraram na lista negra, mas todo o resto sim.

O que ele não deixou de comer foi batata, mandioquinha e as vezes encara bem uma cenoura cozida. Mas o restante não vai.

Dizem que é falta de exemplo, mas aqui em casa comemos de tudo e ainda colocamos no prato dele, ou seja ainda oferecemos apesar de saber que o "não gosto" sairá da boca dele, mas vai que aceita né?!!

Pra contribuir ainda mais na nova escola eles oferecem os legumes depois do arroz, feijão e carne. Só que não vai comer nunca. Posso estar equivocada mas eu não acho a melhor estratégia.

Assim as refeições tem sido a base do velho arroz, feijão (quando aceita) e carne (vermelha, branca e peixe). Só que o intestino já está mandando mensagem que a coisa não está boa, ele esta dando trabalho.

No entanto estou decidida a mudar essa historia. Justo eu que sou avessa a cozinhar. Marido é muito melhor nisso do que eu, mas eu preciso ser protagonista nessa nova luta.

Entrarei de férias nessa semana e depois da nossa viagem eu vou realmente me tornar dona da cozinha, abandonando de vez a louca do paninho para me tornar a louca do sódio.

15 de abr. de 2014

Da falta de assunto e da vontade de escrever

Hoje estou a little down. Começou ontem na verdade. Nessas horas tenho vontade de escrever, escrever, escrever e escrever. Afinal tenho percebido que minha forma verbal de comunicar não tem sido eficiente.

Mas algumas coisas ainda não consigo nomear. Falar do que ainda o coração não sabe ao certo o que sente é para os fortes. Eu como fraca que sou ainda não tenho essa capacidade.

Por isso que tenho sido monotemática. Meus assuntos se resumem ao meu momento maternidade. Não que eu propriamente ligue, pois meu melhor papel é de mãe. Sou uma pessoa muito melhor depois que bambino nasceu.

Mas sinto uma falta colossal de rir até minha barriga doer de qualquer baboseira saudável (porque de podridão já basta nossa atual politica né não?!), de conversar sem compromisso de trabalho ou de analise mais profunda e coisas assim.

Ah como é bom o bom humor, levar a vida mais leve, sem pretensão mas ao mesmo tempo com responsabilidade. Ser contagiada pelo bom humor alheio. Ohh que maravilha.

A verdade que meus dias tem sido regados por sentimentos que eu não acredito. Que alguns dias é muito mais difícil de administrar, abster e simplesmente pensar que logo vai passar.

Comecei um processo de restruturação que não vou voltar atrás. Mas me pego conversando com Deus se a sementinha que estou plantando vai demorar pra nascer?!?

Dele é o tempo. A mim resta continuar semeando, respirando e abstendo.

Logo serei capaz de nomear tudo o que incomoda e continuar trilhando o caminho da mudança. Não me permito o retrocesso.

11 de abr. de 2014

Minhas bases maternais

Eu enquanto jovem e recém casada nunca fiquei fazendo grandes reflexões sobre como se criam filhos. Tinha sim uma ideia do que pra mim era aceitável e não pra criação de uma criança muito mais baseado na minha vivencia do que em qualquer outra coisa.

Trouxe muito disso pra minha maternidade. Aqui minhas referências, mais femininas.

Minha mãe era mais linha dura. Apesar de permitir nossos questionamentos dificilmente voltava atrás do que ela havia determinado. Meu pai já era bem mais flexível, mas volta e meia dizia "vá falar com a sua mãe" e eu já sabia que qualquer que fosse o esquema já tinha ido por água abaixo. No entanto não tenho recordações de gritos ou qualquer coisa do tipo.

Minhas avós já deixavam fazer quase tudo, uma beleza.

Minha vó paterna não deixava bagunçar a casa dela, mas tenho recordações incríveis dela como quando ela cantava em italiano pra mim ou me salvava da escola por não gostar de matemática, isso aos 4 anos.

Minha avó materna já deixava a bagunça rolar solta. Lembro-me de uma prima lá pelos 7 anos estar de regime por recomendação médica. Minha vó deixou ela comer um pacote inteirinho de bolacha recheada, pois na casa ela já tinha muitas restrições. Foi essa mesma vó que deu bolo de chocolate ao bambino no aniversário de 1 ano e ainda tirou foto. Nada saudável, mas doce de recordar.

Minha outra referencia de maternidade é minha tia, hoje madrinha do bambino. O filho mais novo chorava demais e fazia muita birra de rolar no chão. Minha tia que costurava em casa com toda a paciência deixava ele chorar e simplesmente praticava a abstenção. Não deixava isso abater e continuava a costurar. Só quando ele chamava que ela ia carregar e dar colo. Antes disso não adiantava, ele não aceitava qualquer aproximação.

Essas coisas que me fizeram caminhar para o que hoje tenho como diretrizes.

Não me recordo de ter escutado que criança não tem querer. Tem sim. Criança tem querer e merece ser respeitada como individuo. O que criança não tem é maturidade pra decidir e priorizar, como trocar a comida por doce, mas dá sim pra respeitar e atender muitas coisas.

Eu procuro respeitar, não gritar e dizer sim sempre que possivel. Atender sempre que me chama.

Mas reconheço que preciso melhorar. Tenho dificuldade de dizer não pra ele. Quando não atendo prontamente ele reclama e muitas vezes grita. E quando digo não ele chora, mas em minha própria defesa eu não volto atrás, mas consolo.

Ele que está entrando em uma fase que requer muita atenção, muito exemplo e ajuda para entender os limites dessa vida me faz refletir muito sobre esse processo de guinada nas minhas atitudes.

A mim agora cabe não desistir do meu processo de restruturação e paciência tudo por ele!

9 de abr. de 2014

O susto

Ele começou a reclamar uma vez e outra de dor na perna e em alguns momentos, principalmente a noite, a mancar.

Nesta segunda consegui uma consulta com ortopedista e Rodrigo foi levá-lo. Médico pediu exames mais do que urgentes.

Meu super marido conseguiu a ultrassonografia no mesmo dia e a coleta do sangue foi na terça de manhã. Meu super guri foi muito corajoso. Chorou mas suportou o exame bravamente.

Na quarta voltamos ao médico e veio o diagnóstico. Bambino esta com uma inflamação e líquido no quadril o que causa dor e o faz mancar. Dois cuidados são primordiais: não deixar que se torne pus pois se resolve com cirurgia e repouso com alongamento para que o músculo não fique rígido.

Eu fiquei muito nervosa. Na segunda eu estava em desespero e ainda enfrentei trânsito. Não chegava nunca!!

O grande susto passou. Estamos com o desafio que ele faça repouso, meu menino é um furacão. Sem escola, só em casa.

Agradeço a Deus pois corremos em tempo. Eu creio que ele ficará bem em breve.

6 de abr. de 2014

A história que estou construindo com meu filho

Diante de imensas barbaridades que vemos diariamente, as que mais me chocam são com crianças. Isso desde que me entendo por gente, que tenho consciência de mim mesma.
Do momento da minha gravidez isso aflorou ainda mais e duvido que essas sensibilidade me deixará. Nem eu quero que ela me deixe. Me tornei muito mais humana com o advento da barriga crescida e por consequência flácida.

Tantos pensamentos sobre como essa sociedade está doente e carente de Deus (por total consequência carente de amor, afinal Deus é amor) me pego questionando a mim mesma que tipo de história estou construindo com meu filho?!?

Eu fui criada no interiorrrr e apesar da minha mãe sempre ter trabalhado fora, não tenho lembranças de uma infância sem minha mãe presente. Acredito então que ela se desdobrava pra dar conta do recado. Meu pai sempre foi um santo, a parte que cedia da relação pais e filhos. Nunca sequer gritou conosco (me lembro de apenas duas vezes: uma com minha irmã e outra comigo), bater jamais! Nem ameaçou, nunquinha.

Minha mãe já era mais durona, difícil de ceder, mas não me recordo de apanhar, por exemplo (apesar da vara de "marmelo" que ela jurava ter em casa).

Mas tenho recordação de um fato, eu deveria ter no máximo 4 anos. Estava ela brava e eu chorando mas não me lembro porque. Eu pedi um abraço e ela me disse não, pediu que eu abraçasse o urso de pelúcia e foi o que eu fiz. Aí eu fico aqui pensando com os meus botões: como posso me recordar disso até os dias atuais? Não tenho nenhum tipo de mágoa contra minha mãe, ela sequer irá lembrar disso e tenho absoluta certeza que não vez por maldade ou punição. Ela estava brava e provavelmente cansada. Quem nunca?!??

Eu e marido somos responsáveis pelas estruturas do bambino. Apesar do mundão aí fora influenciar, as estruturas fortes e bem firmadas não caem com as tempestades. É a segurança emocional que damos hoje que permitirá ele ter segurança pra dizer não para as porcarias dessa vida. É a segurança física aliada a emocional que damos hoje que permitirá que ele se cuide e peça ajuda. E finalmente e primordialmente é a segurança espiritual que damos a ele que permitirá que ele tenha sucesso nisso tudo e todo o mais. Certa vez eu li que todo filho merece ter pais que orem por ele. Fato, fatissimo!!

Por isso que dou colo mesmo, compartilho cama ainda hoje, que abraço, beijo, cheiro e digo que amo muitas vezes ao dia. As vezes ele esta agitado pra dormir, é só eu começar a beijar e dizer que ele é a alegria da minha vida, o desejo do meu coração que Deus realizou, que amo, que estou ao lado dele sempre e tantas declarações que ele vai acalmando.

Essa é a história que tento construir com meu filho. Uma história de amor, cumplicidade, afinidade e respeito.

Por isso eu falo sim sempre que possivel e não somente quando necessário.

Porque de difícil já bastam as crueldades desse mundo, praticadas por pessoas que não tiveram a oportunidade de viver uma história diferente e que hoje disseminam o que viveram ao invés de buscar fazer diferente.

4 de abr. de 2014

A odisseia de um nome estrangeiro

O nome do Gianlucca tem origem italiana. E ele não tem esse nome só por ter.

Antes mesmo de engravidar já tinha um acordo entre nós. Se fosse menino ele escolheria e se fosse menina a mamis aqui escolheria.

Demoramos pra saber quem me habitava, mas apesar dos nomes estarem pré escolhidos eu sempre naquela divagação nos nomes de menino.

Então que confirmou que era o pequeno e divulgamos o nome para todos. GIANLUCCA estava chegando.

Gianlucca é João Lucas em italiano. E italiano porque meu marido (e também o bambino) tem cidadania italiana. E essa coisa italiana faz parte da vida do meu marido. Não por ser esnobe, é amor mesmo. Rodrigo ama seu segundo país.

Por si só o nome é lindo. Nome de dois discípulos de Jesus, dois nomes fortes. Sempre amei e amo!

Mas eu não podia dimensionar o quanto isso nos daria trabalho.

Já começa com a pronuncia. O G tem som de D. Depois escreve tudo junto, é um nome só não são dois em italiano e são duas letras C.

E as variações?!? Já chamaram meu filho de tudo: João Lucas, Jeanlucca, Jean Lucas (esse é o campeão), Geanlucca, Geanluccas, Gean Lucas, Gian, Lucca e variações infinitas.

Pode corrigir a vontade, sempre acontece. Muitas vezes com a mesma pessoa. Eu canso de corrigir.

Agora pensa pra agendar uma consulta médica, hora no dentista, na clínica de vacina, no parquinho e qualquer outro lugar no mundo? É assim: "G de gato, I de igreja, A de amor, N de navio, L de lua, U de uva, C de casa, C de casa mais uma vez e A de amor. Gianlucca tudo junto é um nome só". Essa sou eu ao telefone ou pessoalmente.

Bom dessa história toda? Ele fala o nome dele perfeitamente. Lindo de ver a pronuncia correta. Bom 2 é que a familia também pronuncia corretamente.

Passamos por chatos muitas vezes, pois a finesse do marido volta e meia solta: "o nome dele não é Gian". Recentemente tivemos até um mal estar na antiga escola.

Por isso já descartei alguns nomes para o segundinho. Amo Beatrice (Beatriz em italiano) mas pensa que a pequena seria chamada como o final CE (de Ceará) quando na verdade a pronuncia do CE em italiano é che (de Che Guevara mesmo). Não dá né?!

Agora nos resta aguardar o/a segundinho/a pra escolher um nome na mesma linha do irmão mas um pouco mais tranquilo de administrar. E será escolha minha, mesmo que seja gêmeos. Oremos!