Gianlucca nasceu em uma segunda-feira. Chegamos em casa na quarta-feira, mas algo não estava bem.
Todo entardecer era difícil. Era como se o sol fosse embora e me levasse com ele. Uma tristeza vinha devagarinho e cada dia ficava mais um pouquinho.
De repente me vi sem vontade de conversar com o Gianlucca, cuidava dele em silêncio. Era mais forte do que eu.
Na consulta de retorno ao obstetra, disse o que estava acontecendo ao querido Dr André. Estava sozinha no consultório com o bambino. Eu estava com baby-blues. E sempre ao entardecer.
A recomendação foi que eu deveria observar, me ajudar conversando com o bambino (eu realmente ficava em silêncio quase o dia todo) e que focasse na amamentação que ajuda na redução do útero e na regularização dos hormônios (foi então que comecei a praticar livre demanda sem nunca ter ouvido falar dela). Se não melhorasse em 15 dias eu deveria voltar para ver os próximos passos. Baby-blues que não passa rápido corre o risco de depressão, segundo Dr André. Eu acredito porque o negócio é punk.
Não precisei voltar, graças a Deus. Logo estava tagarelando com bambino e amando cada dia mais. Pois no começo não foi amor a primeira vista não.
Eu tenho minha teoria porque tive baby-blues: hormônios em surto, a via de parto (como não entrei em trabalho de parto me faltou a ocitocina na doses que eu precisava), internação no hospital (depois que surtei na retirada do DIU mais de 2 anos ao parto que foi que eu entendi) e o tratamento sem respeito que tive da enfermeira quando não consegui amamentar na madrugada.
Dia desses chegando do trabalho e olhando aquele sol indo embora no horizonte vermelho eu me lembrei - e senti - da tristeza que vinha me visitar. E meu coração gelou.
Reviver aqueles momentos me elucidou do caminho que andei durante esse processo de entrega a maternidade. Entrega.
O que me fez refletir, porque é difícil se entregar? Não só aos filhos, mas a Cristo, a rotina, ao amor ou ao desamor? Seria o medo da dependência?
Cada amanhecer é uma oportunidade que Deus nos dá de nos entregarmos. A Ele, aos filhos que ele nos deu, a vida bem vivida, aos sonhos plantados no coração.
Adversidades são partes da vida. Nela que crescemos, criamos forças, conhecemos mais de nós e de Deus. Mas que elas não nos tornem amargos, murmuradores e desacreditados das pessoas.
Minha postura contra baby-blues me ajudou a sair dele. Esse entardecer que me lembrou esse momento, me fez também lembrar que as coisas passam, mas a postura adquirida fica.
Bom final de semana.
Muito bom Maira, adorei o post...
ResponderExcluirque bom que você melhorou...
bjks
querosermami.blogspot.com.br
Oi Fê, passou rapidinho depois que eu descobri. Mas no segundo round eu tenho como identificar rapidinho :-))) bjs
ExcluirSempre que leio os teus posts sou invadida por sentimentos bons!!! Vejo Deus através das suas palavras... elas expressam a presença dele em sua vida!!!! Louvo a ele por tua vida!!!! Que o Senhor continue dirigindo os seus passos e guiando os seus caminhos!!!! Bjos!!!!
ResponderExcluirOi Lyanna
ExcluirSabe que você é uma querida que tive a felicidade de encontrar nesse mundo virtual. Sorri e chorei com você de maneira completamente natural, por amor. E ao final estavamos vivendo aquilo que Cristo nos ensinou.
Que Deus nos guie sempre no amor. Bjs!!