11 de abr. de 2014

Minhas bases maternais

Eu enquanto jovem e recém casada nunca fiquei fazendo grandes reflexões sobre como se criam filhos. Tinha sim uma ideia do que pra mim era aceitável e não pra criação de uma criança muito mais baseado na minha vivencia do que em qualquer outra coisa.

Trouxe muito disso pra minha maternidade. Aqui minhas referências, mais femininas.

Minha mãe era mais linha dura. Apesar de permitir nossos questionamentos dificilmente voltava atrás do que ela havia determinado. Meu pai já era bem mais flexível, mas volta e meia dizia "vá falar com a sua mãe" e eu já sabia que qualquer que fosse o esquema já tinha ido por água abaixo. No entanto não tenho recordações de gritos ou qualquer coisa do tipo.

Minhas avós já deixavam fazer quase tudo, uma beleza.

Minha vó paterna não deixava bagunçar a casa dela, mas tenho recordações incríveis dela como quando ela cantava em italiano pra mim ou me salvava da escola por não gostar de matemática, isso aos 4 anos.

Minha avó materna já deixava a bagunça rolar solta. Lembro-me de uma prima lá pelos 7 anos estar de regime por recomendação médica. Minha vó deixou ela comer um pacote inteirinho de bolacha recheada, pois na casa ela já tinha muitas restrições. Foi essa mesma vó que deu bolo de chocolate ao bambino no aniversário de 1 ano e ainda tirou foto. Nada saudável, mas doce de recordar.

Minha outra referencia de maternidade é minha tia, hoje madrinha do bambino. O filho mais novo chorava demais e fazia muita birra de rolar no chão. Minha tia que costurava em casa com toda a paciência deixava ele chorar e simplesmente praticava a abstenção. Não deixava isso abater e continuava a costurar. Só quando ele chamava que ela ia carregar e dar colo. Antes disso não adiantava, ele não aceitava qualquer aproximação.

Essas coisas que me fizeram caminhar para o que hoje tenho como diretrizes.

Não me recordo de ter escutado que criança não tem querer. Tem sim. Criança tem querer e merece ser respeitada como individuo. O que criança não tem é maturidade pra decidir e priorizar, como trocar a comida por doce, mas dá sim pra respeitar e atender muitas coisas.

Eu procuro respeitar, não gritar e dizer sim sempre que possivel. Atender sempre que me chama.

Mas reconheço que preciso melhorar. Tenho dificuldade de dizer não pra ele. Quando não atendo prontamente ele reclama e muitas vezes grita. E quando digo não ele chora, mas em minha própria defesa eu não volto atrás, mas consolo.

Ele que está entrando em uma fase que requer muita atenção, muito exemplo e ajuda para entender os limites dessa vida me faz refletir muito sobre esse processo de guinada nas minhas atitudes.

A mim agora cabe não desistir do meu processo de restruturação e paciência tudo por ele!

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